Postura das Forças Armadas
Antonio Sepulveda*
Eis a indagação
que fazem militares da ativa e da reserva sobre a grande farsa fantasiada em
Comissão Nacional da Verdade (CNV): Como deveriam agir e reagir nossos
comandantes, dentro da hierarquia e da disciplina, diante da ingente pressão
política sobre as forças armadas?
Nada mais
simples, nada mais óbvio, nada mais necessário. Os comandantes devem exercer resolutamente,
com profissionalismo, liderança, que é a matéria-prima do vigor castrense. É
vir à boca de cena e declarar que estariam dispostos a admitir as alegadas violações
dos direitos humanos, caso a CNV apresentasse evidências inequívocas de que as
supostas vítimas do regime militar lutavam pela democracia, pelo pluralismo
político, pela economia de mercado e, em especial, pelas liberdades
fundamentais enunciadas na carta das Nações Unidas; que igualmente a CNV
comprovasse que essa corja que hoje se faz de inocente jamais praticou atos de
terrorismo; que não assaltou, que não roubou, que não sequestrou, que não
torturou e que não matou inocentes? Quem seria o caradura, o cínico, o
cara-de-pau a ousar sequer sugerir tamanha mentira? Pelo contrário. A CNV não
contesta esta premissa; apenas evita o tema ou muda de assunto. Quase sempre seus
simpatizantes rotulam a pessoa que usa este argumento de reacionário, fascista e
golpista, entre outros de seus clichês preferidos. Esta é a falácia conhecida
como “ad hominem”, muito usada pelas esquerdas em todas as latitudes.
A guerrilha
comunista começou em 1961, acobertada pelo governo amorfo de João Goulart,
simpatizante confesso da doutrina marxista. O próprio Fernando Gabeira,
terrorista de carteirinha, reconhece e admite que o propósito amplo da luta
armada esquerdista não era em prol das liberdades democráticas, mas sim pela
instauração de um regime socialista. E é preciso não esquecer de que
“socialismo” não passa de um eufemismo que pretende ser a chave a abrir as
portas para o comunismo propriamente dito, para o fim das liberdades
individuais, para o fim da propriedade privada. Isto, sim, é relevante lembrar esta
verdade continuamente, porque o fim da propriedade privada é, com efeito, o
coroamento do comunismo. Aquele que ousa contestar este fato jamais leu sequer
as orelhas de Marx. Não há como negar que, por iniciativa dos esquerdopatas, após o contragolpe de
1964, tivemos um período sangrento de escaramuças fratricidas, e erros graves
foram cometidos por ambos os partidos.
A CNV é pois fruto
da hipocrisia de um bando de sacripantas que dizem haverem lutado contra a
ditadura, quando, na verdade, foi a ditadura que lutou contra eles; e, por
causa deles, cometeram-se erros deploráveis. Autoproclamavam-se idealistas, e o
ideal que acalentavam era transformar o Brasil numa ditadura do proletariado. Acontece
que havia gente de bem contrária àquela sublimidade toda e lutou bravamente
para impedi-la. Reagiram com determinação. Apenas isso. Quem acredita nessa
lorota de que os meninos estavam a estudar postos em sossego, e os
''marighellas'' a cismar altas políticas, mas, de repente, descobriram que
havia uma ditadura no Brasil e pegaram em armas? Nada disso. Aquela súcia vinha
de longe e tinha um propósito sinistro muito bem definido. Os militares agiram
na hora certa e evitaram um cenário muito pior, dominado por um regime odioso
que só causou o mal por onde passou. E vamos e venhamos, o que pode ser mais
ofensivo aos direitos humanos do que a instauração de um regime socialista?
* Oficial da MB
reformado
Recebido por e-mail.
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