E FEZ-SE O CAOS PROGRAMADO
Prof. Marcos Coimbra
Membro
do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa
e da Academia Nacional de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.
Em
31 de outubro do ano passado, escrevemos neste espaço um artigo
intitulado “Réquiem para Cabral e Paes”, onde no trecho final afirmamos:
“No âmbito municipal, o alcaide persiste na tresloucada decisão de
derrubar o Elevado da Perimetral, com o absurdo argumento de que é feio.
É óbvio que existem outras razões por baixo dos panos. Afinal, aquele
monstrengo existente na Av. Presidente Vargas não teria sido construído
se predominassem razões estéticas. Graças ao Ministério Público o
desastre foi adiado para o dia 14.11, porém com interdição a partir do
dia 02.11. Diante da perspectiva do caos no trânsito que fatalmente
ocorrerá, na melhor das hipóteses até o ano de 2016, quando, se tudo
correr bem, serão concluídas as obras de tentativa de substituição do
importante Elevado, a solução apresentada pelas autoridades é não usar o
carro particular, utilizando o transporte público (se existisse em
qualidade e quantidade, de fato seria uma alternativa) ou empregar o
transporte solidário. É ridículo! Paes entrará para a história do Rio de
Janeiro como prefeito do “engarrafamento definitivo” da cidade. Será
que os eleitores vão aprender a lição?”.
E,
infelizmente, como “crônica de uma morte anunciada” a previsão feita
não apenas por nós, como por todos os cidadãos informados e
responsáveis, foi concretizada. A cidade do Rio de Janeiro sofreu no dia
17 do corrente, 2ª feira, o início do caos programado pelas autoridades
(ir) responsáveis do município carioca, o qual deverá perdurar por, no
mínimo, dois anos, na melhor das hipóteses.
O
ex-prefeito César Maia em seu “ex-blog” do dia da concretização do
tresloucado ato escreveu: “A radical mudança da Avenida Rio Branco, que
se realiza, com dupla mão, exclusiva a ônibus e taxis, afeta não os
veículos que podem e não podem circular. Afetam a vida de milhões de
pessoas que terão que mudar seus hábitos. Esses hábitos foram
desenvolvidos através do tempo e, por racionalidade econômica, definiram
o que e como as pessoas tomaram as suas decisões, dentro das suas
possibilidades e da oferta -pública e privada- de veículos.
Essa mudança de reversão da Avenida Rio Branco é, na verdade, a reversão de hábitos que as pessoas desenvolveram para maximizar suas funções.
Essa mudança de reversão da Avenida Rio Branco é, na verdade, a reversão de hábitos que as pessoas desenvolveram para maximizar suas funções.
Ou
seja, essa reversão afetará a racionalidade econômica das pessoas,
hábitos e, portanto, o tempo das pessoas. Ou seja, obrigatoriamente,
milhões de pessoas serão afetadas e reagirão rejeitando os responsáveis
por esta medida, na medida em que sua vida e o tempo que programavam
para seus deslocamentos estarão afetados e necessariamente agravados.
O
prefeito cinicamente diz: Usem transporte público! Quais? A maioria das
pessoas não vive na porta dos grandes eixos. O Transporte Público está
sobrecarregado. O que farão as pessoas? A população descobriu agora que
quem governa a cidade é Maria Antonieta: Não tem pão? Comam brioches.
Deu no que deu, lá. E dará..., aqui”.
E
o pior. Em momento algum o povo atingido pela autoritária decisão do
alegre alcaide, sempre sorridente, foi consultado a respeito de mudança
tão radical. O Legislativo municipal, docemente cooptado, não defendeu
os interesses dos seus eleitores, deixando de cumprir com sua função, à
exceção de alguns poucos vereadores, massacrados pela maioria
governista. Muito menos a “mídia amestrada”, persuadida pelos milhões de
reais de publicidade empregada pela administração municipal, direta e
indiretamente. A esfarrapada justificativa anunciada sobre a “feiura” do
elevado não convence nem a “velhinha de Taubaté”. Nem o seu corolário
de necessidade de embelezamento da região portuária. Predominaram as
razões e os interesses econômicos dos grandes empresários e empreiteiros
agraciados com as obras que estão sendo e serão realizadas no local.
Lembrem-se
que foi o mesmo alcaide que instituiu a famigerada taxa de iluminação
pública no município, cobrada arbitrariamente na conta da Light. E é o
mesmo em cuja administração existe uma “meta” de arrecadação de multas
de trânsito. E é ele também que quer fazer seu sucessor na figura de seu
amigo Secretário Chefe da Casa Civil Pedro Paulo Carvalho Teixeira. E é
ele também o fiel escudeiro do governador Sérgio Cabral. Para culminar,
seu patético apelo de não utilização de veículos particulares para
deslocamento para o centro da cidade, bem como a utilização de
transporte solidário, considerando a precariedade dos transportes
públicos e o caos implantado deveria ser substituído por: “Não venham ao
centro da cidade! Fiquem em suas residências”!
Será consagrado na história do município como o prefeito Luiz XIV: “Após mim, o dilúvio!”.
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Página: www.brasilsoberano.com.br (Artigo de 18.02.14-MM).Recebido por e-mail.
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