Os toques
*João Bosco Leal
Apesar da pouca importância que lhes
damos, ou que no dia-dia sequer percebamos sua existência, os órgãos
sensoriais visão, audição, paladar, olfato e tato, são os responsáveis
pela integração social de cada indivíduo do planeta Terra.
Com a visão podemos nos aproximar de
lugares muitas vezes distantes, como a lua e as estrelas, evitamos
tropeçar nos obstáculos por onde caminhamos, admiramos as belezas da
natureza, da pessoa amada e, sem ela, tudo seria mais difícil.
Pela audição, recebida pelo canal corporal
por vibrações, somos educados, tomamos conhecimento das notícias e
satisfazemos nossas curiosidades culturais ao ouvir, durante toda a
vida, respostas aos questionamentos sobre os mais diversos assuntos e
coisas que nos fazem rir, chorar ou ficarmos maravilhados, como o choro
do recém-nascido, o canto de um pássaro, o vento na folhagem e a água
escorrendo da fonte no alto do morro em direção do mar.
Através dos modernos meios de comunicação
atualmente existentes, quando utilizada juntamente com a visão é
possível nos comunicarmos com pessoas que estão do outro lado do planeta
ou mesmo em outro, como a Lua, vendo-as e ouvindo-as ao mesmo tempo,
eliminando assim qualquer distância que no passado dificultava a
comunicação e a integração entre pessoas, povos e nações.
Com o paladar saboreamos todas as
variações entre o doce, o amargo e o ácido, os prazeres que a
alimentação nos proporciona e milhões de outros como aqueles sentidos
durante um beijo. Pelo olfato é possível perceber todas as variações
existentes de cheiros, como o da terra após a chuva, dos perfumes, de
coisas frescas ou estragadas e o da pessoa amada.
Mas é o tato nosso maior sensor, tanto que
ele é capaz de suprir a maior parte das necessidades das pessoas com
deficiências visuais. Com ele sentimos a rigidez ou flacidez dos
objetos, sua temperatura, textura, ou experimentar prazeres, como os
sentidos quando suavemente tocamos a pele de nosso parceiro.
Milhares de outros prazeres, como cócegas
ou arrepios, são todos provenientes de toque físicos, mas com a idade
aprendemos a importância de tocar as pessoas - principalmente aquelas
que nos são queridas -, de outra maneira, a emocional.
Quando já maduros nos apaixonamos e amamos
de modo diferente daquele de nossa juventude, pois agora estamos em
busca de tranquilidade, companheirismo, cumplicidade e, principalmente,
de amizade. É uma fase quando já aprendemos a importância de
constantemente elevar a autoestima do seu parceiro, aceitando-o como é, e
não tentando moldá-lo à sua imagem imaginária de pessoa perfeita.
Passamos a perceber a importância de
tocá-la emocionalmente. Pequenas lembranças como a de, sem que ela
espere, comprar no supermercado sua fruta preferida, levar-lhe flores ou
trazer qualquer outro tipo de lembrança quando viaja, são demonstrações
de carinho que fazem a pessoa sentir-se amada.
Esse tipo de atitude certamente tocará
profundamente sua parceira, atingindo-a em seu sentimento mais íntimo,
comumente chamado de alma e naquilo que é mais importante na manutenção e
crescimento de um relacionamento maduro: o sentir-se querida.
Ela pode esquecer o que você disse ou
fez, mas nunca o que a fez sentir. E provocar a elevação da autoestima
da companheira gera retribuições exponenciais.
João Bosco Leal www.joaoboscoleal.com.br
*Jornalista e empresário
Recebido por e-mail.
Nenhum comentário:
Postar um comentário