terça-feira, 31 de janeiro de 2012


IPEA: INDICADORES DE PERCEPÇÃO SOCIAL!


(MG) 1. Para 41,4% da população brasileira a pobreza diminuiu, para 28,1% a pobreza ficou igual e para 29,7% a pobreza aumentou. Quem ganha mais acha que a pobreza diminuiu mais. Quem ganha menos acha que pobreza está igual ou aumentou. Todos discordam do corte de renda oficial para pobreza (R$ 70,00 per capita).

2. Causa principal da Pobreza: Desemprego, 29,4% / Os mais pobres acham que o desemprego é a principal causa da pobreza (43,8%), Educação seria o segundo problema (11,6%) e corrupção (9,6%) / Entre os mais ricos acham que e a Educação (38,5%), Corrupção (18,5%) e Desemprego (15,4 %).

3. E para sair da Pobreza? Em primeiro lugar, Mais Empregos 31,4% / Ricos e Pobres acreditam que se deixa a pobreza com Educação e Trabalho. Os Pobres acham que trabalho é Fundamental (46,8%). / Nem Ricos e nem pobres acreditam que se deixa a pobreza recebendo dinheiro do Governo.

4. 48,5% da População não acredita que o Brasil vá acabar com a Pobreza. / 83,6% querem que o país cresça e gere mais oportunidades de trabalho / 54,6% discordam que para a pobreza acabar deve-se dar dinheiro para as famílias mais pobres. / 64,7% acham que para a pobreza acabar é preciso que os pobres tenham menos filhos. / 86,5% dizem ser fundamental que o filho do pobre e filho do Rico tenham as mesmas oportunidades.

5. E o que o Governo deveria fazer para acabar com a Pobreza? Nos dois primeiros lugares: 18,7% - Promover Cursos profissionalizantes /. 18,6% - Aumentar o Salário Mínimo.


Transcrito do Ex-Blog do César Maia de 27 de janeiro.




segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

BURRICE COM FOME DE PASTO


Percival Puggina


É possível, com algum esforço, criar uma palavra e atribuir-lhe um significado universalmente conhecido. Mas é quase impossível mudar o significado de uma palavra suprimindo ou alterando seu conteúdo simbólico consolidado. Fará muita bobagem na política quem não souber isso ou, ao menos, não o intuir.


Exemplifiquemos. Você dificilmente participará de uma missa, ouvirá um sermão ou lerá um documento da CNBB sem que se depare com a palavra "excluído". Ela estará ali, para a mensagem, assim como a farinha de trigo está para a hóstia. Procure essa palavra nos quatro evangelhos e veja quantas vezes é mencionada. Já fez isso? Pois é. Nenhuma. Quando alguém, astuciosamente, substituiu a palavra "pobre" (esta sim, 25 vezes referida nos evangelhos) por "excluído", infiltrou um conteúdo ideológico na mensagem cristã. E quem não estiver prevenido receberá doses frequentes de veneno marxista em substituição ao verdadeiro ensinamento de Jesus, um ensinamento de amor ao próximo, de caridade, de zelo fraterno e de rejeição à idolatria da riqueza. Não há nos evangelhos qualquer esboço de luta de classes. Não há uma gota sequer de ódio aos ricos, mas severas advertências a quem apenas se ocupa com acumular bens onde eles são consumidos "pela ferrugem e pelas traças". Já a noção de exclusão implica a simétrica noção de inclusão e de ambas se deduz que o excluído é sujeito passivo da ação de exclusão que sobre ele exerce o sujeito ativo incluído. Vai uma bandeirinha vermelha aí?


O ensino cristão sobre os bens materiais não significa, em absoluto, nem poderia significar, uma proposta de organização da economia sem direito de propriedade, sem iniciativa privada, sem produção, sem negócios, sem remuneração e sem lucro. Num mundo com bilhões de habitantes essa seria a receita da miséria e da inanição.


Vamos em frente. Atente, leitor, para a palavra capitalismo. Volta e meia ela é usada para definir um sistema vantajoso, oposto ou em contraposição ao socialismo como sistema econômico. Ora, a carga simbólica da palavra capitalismo é tão negativa, malgrado se refira a um modelo comprovadamente superior ao socialismo, que até parece ter sido concebida por seus adversários, não é mesmo? E, de fato, foi! Esse vocábulo entrou nos dicionários na segunda metade do século 19, levada pelos textos de socialistas e anarquistas, a partir de Marx, Proudhon e outros. Portanto, usar como bandeira, proposta ideológica ou plataforma de organização da ordem econômica uma palavra com essa carga negativa, cunhada pelos próprios adversários da tese que expressa, é uma burrice com fome de pasto. Em tudo semelhante a de quem usa ingenuamente a palavra "excluído" em seus atos penitenciais, sem perceber o erro que está cometendo. Reze pelos pobres e aja em favor deles, meu irmão. Mas não caia nas redes da Teologia da Libertação!

Veja o que escreveu o Papa João Paulo II, no nº 42 de sua extraordinária encíclica Centésimo Ano (1991): "Voltando agora à questão inicial, pode-se porventura dizer que, após a falência do comunismo, o sistema social vencedor é o capitalismo e que para ele se devem encaminhar os esforços dos Países que procuram reconstruir as suas economias e a sua sociedade? É, porventura, este o modelo que se deve propor aos Países do Terceiro Mundo, que procuram a estrada do verdadeiro progresso econômico e civil? A resposta apresenta-se obviamente complexa. Se por "capitalismo" se indica um sistema econômico que reconhece o papel fundamental e positivo da empresa, do mercado, da propriedade privada e da consequente responsabilidade pelos meios de produção, da livre criatividade humana no setor da economia, a resposta é certamente positiva, embora talvez fosse mais apropriado falar de "economia de empresa", ou de "economia de mercado", ou simplesmente de "economia livre". Ele veio de um país comunista e sabia das coisas.

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* Percival Puggina (67) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.


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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Alerta Total: O The END de uma farsa

Alerta Total: O The END de uma farsa:

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Lino Tavares A mentira teatralizada, baseada na luta inglória da guerrilha comunista d...



OS CINCO MAIORES RISCOS GLOBAIS: PROBABILIDADE E IMPACTO!


(Davos - Fórum Econômico Mundial - El País, 17) 1. O relatório é baseado em entrevistas com 469 especialistas da indústria, governos, o mundo acadêmico e a sociedade civil, e produz também uma lista de 50 grandes riscos globais econômicos, ambientais, geopolíticos, sociais e tecnológicos.

2. Os cinco maiores riscos em termos de probabilidade são: a) enormes disparidades de renda (4,03 em uma escala de 1 a 5), b) os desequilíbrios fiscais crônicos (4,03), c) aumento das emissões de gases de efeito estufa (3,88), d) ataques cibernéticos (3,80) e e) crise de abastecimento de água (3,79). Em termos de impacto, a lista é encabeçada por um a) colapso financeiro sistêmico grave (4,08), b) uma crise de abastecimento de água (3,99), c) uma crise pela falta de alimentos (3,93), d) desequilíbrios fiscais crônicos (3,87) e e) extrema volatilidade dos preços de produtos agrícolas e de energia (3,81).

Transcrito do Ex-Blog do César Maia de 18 de janeiro.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012





AS PEDRAS NO CAMINHO


João Bosco Leal

Durante a vida encontramos várias pedras em nosso caminho e temos a oportunidade de fazer escolhas, como as opções que encontrei descritas por autor desconhecido, em uma das redes sociais mais freqüentadas atualmente:

"As crianças as aproveitam para com elas brincar; os distraídos que nelas tropeçam, reclamam e continuam; os cansados nela se sentam; os empreendedores as utilizam em construções; foram e podem ser usadas como armas; Davi, com uma matou Golias; Drummond dela fez poesia e Michelangelo delas fazia esculturas."

Em todas as citações, o diferencial não foi a pedra, seu tamanho, posição ou composição, mas o ser humano que com ela se deparou.

Podemos aí observar, de maneira muito simples, que todas as pedras encontradas poderão, de várias formas, ser utilizadas ou não, só dependendo de nós, se a abandonaremos, ou como a utilizaremos.

Diariamente podemos verificar centenas de exemplos de atitudes ou reações diferentes em cada situação ocorrida na vida das pessoas.

São muito comuns aquelas que reclamam de tudo, como se o mundo todo fosse culpado por algo que lhe ocorreu. Com qualquer dificuldade que lhes ocorra outras se dizem infelizes, incapazes de olhar para baixo e ver o que é dificuldade real, encontrada por bilhões de pessoas ao redor do mundo.

Alguns param ao seu lado, as admiram, mas continuam, por não saber o que delas fazer. Brincando, outras as atiram na água onde jamais serão encontradas e há os que, preocupados com o próximo e para que ninguém mais nela tropece, as retiram do caminho.

Das pedras encontradas em seu caminho durante séculos, o homem aprendeu a tirar diversos minerais, metais e outras pedras, as preciosas, escavar túneis e diminuir distâncias. Delas tiramos o cimento e as pedras menores, britadas, utilizadas no concreto das obras.

As mesmas pedras do caminho criaram várias oportunidades, que foram aproveitadas de forma diferente por cada indivíduo. Alguns tropeçaram, outros caíram e muitos delas se utilizaram para seu aprendizado, conhecimento e crescimento.

As opções tomadas pelas pessoas nas diversas situações podem nos exemplificar como cada um constrói o próprio caminho, seu futuro, aproveitando ou desperdiçando oportunidades.

Davi jamais teria alcançado o sucesso caso tivesse se acovardado simplesmente por ver o tamanho do gigante. Altamente destrutiva quando rola montanha abaixo, o peso e o poder de uma pedra enorme são insignificantes se implodida.

As mais graves doenças jamais seriam vencidas se homens não tivessem experimentalmente tentado novos meios para combatê-las.

O homem não estaria voando em aeronaves enormes se no passado, para fugir da prisão com seu filho, homens como Dédalo, pai de Ícaro, não houvessem imaginado e criado asas a partir de ceras do mel de abelha e penas de gaivota. Após a fuga, contrariando conselhos do pai Ícaro buscava vôos cada vez mais altos em direção ao sol, até que, pela aproximação este derreteu a cera de suas asas fazendo com que caísse no mar. Ícaro aprendeu com essa experiência, mas jamais perdeu sua determinação.

Nosso aprendizado durante a vida é constante e as pedras devem ser utilizadas em nosso proveito, para encontrarmos novos caminhos e alternativas, não permitindo que nos machuque.

Nas pedras não ignoradas de nosso caminho sempre encontraremos aprendizado e crescimento, físico, cultural ou espiritual.


www.joaoboscoleal.com.br


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sábado, 14 de janeiro de 2012


COMISSARIADO NACIONAL DA HISTÓRIA

Percival Puggina

Quem conta a história leva vantagem sobre quem ouve. O modo como ela é contada encaminha os ouvintes para a conclusão desejada. Napoleão ensinava: "A História é uma versão sobre o passado em torno da qual as pessoas convergem". Sabem disso os professores. E sabem mais ainda os políticos, que, através dos milênios, nunca deixaram de construir e repetir as versões que melhor lhes convinham. A União Soviética, por exemplo, era useira em levar esse procedimento aos requintes, valendo-se da prática de forjar e adulterar documentos. O discurso de Khrushchev no 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética talvez seja a mais notória evidência e violenta denúncia da mistificação em que se envolvera a história da URSS nos terríveis anos iniciados em 1917. Em seu profético e assustador 1984 (alguém sabe me dizer por que esse livro jamais está na bibliografia recomendada pelas nossas escolas?), George Orwell concebeu um personagem, Winston Smith, instalou-o num órgão casualmente chamado Ministério da Verdade e lhe atribuiu a tarefa de produzir os documentos que confeririam autenticidade aos relatos.


Eis por que a ideia de criar um Comissariado Nacional da História, sob o orwelliano nome de Comissão da Verdade, só pode transitar acriticamente num país que jogou fora sua memória, suas raízes e do qual, há muito, roubaram o discernimento. Quem comporá o comissariado? Sete membros escolhidos a dedo por um único dedo. O da presidente. Por quê? Porque foi assim que Lula quis e que Dilma mandou a base do Congresso aprovar. E por que não uma comissão formada por sete generais? Porque a esquerda não aceitaria tamanho absurdo, ora essa. Absurdo por absurdo, a esquerda ficou com o absurdo que lhe convinha, sob silêncio geral do rebanho, só quebrado pela sinetinha da ovelha-guia.


Tem mais. O Comissariado Nacional da História não vai apenas ser nomeado pela presidente. Será remunerado pela Casa Civil da Presidência da República, juntamente com os auxiliares contratados e vai funcionar junto à Casa Civil. Na copa e na cozinha do governo. Ora, eu não consigo vislumbrar o menor interesse da presidente Dilma no estabelecimento da verdade histórica. Sabem por quê? Porque ela teve participação ativa na principal organização guerrilheira que atuou durante a luta armada. Essa organização, por exemplo, participou do roubo ao cofre do Adhemar de Barros (sob o ponto de vista financeiro, US$ 2 milhões, a mais bem sucedida operação daquele período). Apesar disso, sua excelência, com sua suposta dedicação à história, nunca desvelou uma ponta sequer desse e de outros tantos fios que compõem as tramas do referido período. O máximo que li, como declaração dela, foi uma entrevista na qual conta que teve "participação pequena" e que havia tantas armas escondidas sob sua cama que era difícil acomodar o corpo no colchão. Me poupa. Há mais história do que metralhadoras escondidas embaixo desse colchão.


Quando pergunto aos alinhados defensores do Comissariado Nacional da História o motivo pelo qual estão fora da alçada da comissão os crimes cometidos pelos que pegaram em armas (crimes como servir potências estrangeiras, formação de quadrilha ou bando, assalto, assassinatos, sequestros e terrorismo) a resposta que obtenho é a seguinte: "Trata-se, aqui, de identificar os crimes cometidos pelo Estado!". E quando eu faço uma pergunta absolutamente óbvia: "Por que só estes crimes?". Dizem-me como quem acendesse uma lanterna nas trevas da minha ignorância: "Porque é assim que está na lei." Ou seja, é assim porque está na lei e está na lei porque nós quisemos que fosse assim. Como eu sou burro!


Apesar de tanta desfaçatez, contam-se nos dedos os jornalistas, pesquisadores, historiadores, filósofos e analistas que apontam, sobre esse assunto, os abusos e encenações do Big Brother que nos governa. Ele faz o que quer, a partir do script que já escreveu, e que faz jus a uma versão final apresentada pelo Pedro Bial.


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* Percival Puggina (67) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões


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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

OS ANTIBRASILEIROS (I)


Prof.ª Aileda de Mattos Oliveira*

O Brasil não está feito, como pátria completa. E a culpa é nossa, como foi dos nossos antepassados, porque a nossa cegueira ou o nosso egoísmo, a nossa vaidade, a nossa pequenina política de rasteiras paixões deixaram a massa do povo privada de fartura, de instrução, de higiene, de “humanidade”.[1]

Estas palavras não saltaram de algum artigo veiculado na mídia virtual, como desabafo de um dos muitos articulistas preocupados com a deriva do país, fruto do trabalho criminoso de desvalorização do mérito e do caráter, em benefício do nepotismo e da riqueza sem trabalho. Nem tampouco representam uma visão analítica de algum cientista político.

Foram pronunciadas há noventa e cinco anos por Olavo Bilac, em 15 de novembro de 1917, num emocionado discurso na Liga da Defesa Nacional, Diretório de Niterói, quando analisava a falta de percepção do povo brasileiro diante da gravidade dos fatos, ocorrentes na época, com os quais se preocupavam as pessoas com mais discernimento. Neste ponto, nada mudou. Discernimento e consciência são conceitos que a gente brasileira acredita pairarem no plano das abstrações, demasiado distante, para dedicar a elas alguns momentos de reflexão. Reflexão? Outra abstração.

Daí, as palavras-epígrafe que traduzem a inquietação de Bilac por ver uma pátria incompleta pela ausência da defesa nacional. Para pôr em prática a defesa do país, é indispensável ter uma laboriosa atividade agropecuária, indústria e comércio desenvolvidos e, o mais difícil, um povo esclarecido. Era assim o olhar de Bilac ante o seu Brasil, ainda nos claudicantes vinte e oito anos de vida republicana.

Quase um século depois, a terra muito produz, a pecuária é excelente, as atividades industrial e comercial são de primeira linha, mas o povo permanece na lassidão intelectual, entregue à troca de votos por benefícios que lhe facilitem a vida, enchendo-se de direitos, mas desinteressado de quais sejam os seus deveres.

As preocupações do conferencista estavam voltadas para a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), temendo respingos na soberania do país. Satisfeito estava por ter o presidente Venceslau Brás aumentado o efetivo do Exército, mas reconhecendo, por outro lado, as dificuldades orçamentárias que teria em equipar a tropa para a sua função precípua: a da defesa do país.

Hoje, apesar de os cofres do Estado estarem abarrotados com o dinheiro dos impostos, a negação das verbas para reequipamento das Forças Armadas, principalmente o Exército, evidencia que os inimigos internos, os antibrasileiros, têm um planejamento em marcha, não o da defesa do país, mas o da descaracterização da Força Terrestre, a Corporação à qual cabe a responsabilidade constitucional de salvaguardar cada palmo do extenso território brasileiro.

Bilac, se ainda vivesse, não resistiria à tanta desfaçatez dos impunes políticos que carnavalizam o dinheiro do contribuinte em detrimento do reaparelhamento das Forças, únicas Instituições permanentes do Estado, às quais estes mesmos ímprobos, um dia, irão solicitar ajuda.

É necessário que se pense em Bilac, não somente como poeta parnasiano, restrito às normas literárias da época, mas como um dos primeiros lutadores, no Brasil República, em favor da defesa nacional, da defesa territorial, da defesa da língua. O criador do Serviço Militar não poetava quando tornou a defesa do Brasil uma prioridade na luta interna contra a negligência dos próprios governantes, contra o desinteresse do próprio povo, tão alheio às coisas sérias do país.

Que as palavras deste civil em favor dos militares e em favor da defesa nacional sejam reavivadas para que sirvam de antídoto ao veneno insidioso da falácia de que o Brasil não tem inimigos. Engano. Eles estão dentro e fora, porém unidos por interesses desintegradores da unidade territorial, da unidade étnica, da unidade familiar e pelo desmoronamento da ética política. Esta já estatelou-se.

(*Prof.ª Dr.ª em Língua Portuguesa. Articulista do Jornal Inconfidência. Membro da Academia Brasileira de Defesa. A opinião expressa é particular da autora.)


[1] O Brasil e a guerra (Últimas conferências e discursos). In: Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996.



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terça-feira, 10 de janeiro de 2012


PREFEITURA DO RIO ACABA COM DIREITO A ANTIGUIDADE DO MAGISTÉRIO NAS ESCOLAS!


1. Essa é uma questão básica de estabilidade funcional e respeito à experiência adquirida. A quebra do tempo de serviço dá margem a essa e novas administrações agirem com os professores de forma arbitrária, relocalizando como entenderem, sem respeitar a antiguidade na escola.

2. Esse é um passo grave na direção da privatização da educação pública na prefeitura do Rio. Um estímulo à aposentadorias precoces e à criação de mais vácuo para terceirizações. A Resolução foi editada e publicada nesse período de férias com o magistério desmobilizado.

3. Item 2 da Resolução: "2. No caso de ser verificado número excedente de docentes na composição do quadro de profissionais das Unidades Escolares da Rede Pública do Sistema Municipal de Ensino, terão prioridade de permanência aqueles que, de acordo com a avaliação da respectiva direção, tenham demonstrado melhor desempenho no exercício de atividades."

4. Conheça a resolução completa.

Transcrito do Ex-Blog do César Maia de 10 de janeiro.


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012


RACISMO EM CONCURSO PÚBLICO


Percival Puggina



O governo gaúcho anunciou a realização de um concurso público para admissão de dez mil professores e informou que 18% dessas vagas constituirão cota reservada a "afrodescendentes".


A melhor maneira de alguém se tornar racionalmente inepto é ser politicamente correto. Incrível como a esquerda, que tanto detesta os Estados Unidos, os ianques, os anglicismos e os americanismos, gosta de macaquear toda tolice que surja por lá! A própria expressão "politicamente correto" (800 mil referências no Google) corresponde à tradução de political correctness (10 milhões de referências no Google), tendo ganho nos Estados Unidos, de tão usada, a abreviatura PC. A palavra afrodescendente (263 mil referências no Google) é a forma que adquiriu no Brasil outro conceito born in USA - "afro-american" (6,6 milhões de referências). No formato nacional, virou um neologismo ainda mais ridículo, cuja etimologia diverge do significado que lhe foi atribuído. De um lado, porque muito provavelmente todos os humanos são afrodescendentes, originários do mesmo tronco africano. De outro, porque parcela numerosa da população daquele continente é formada por árabes, egípcios e berberes, que têm a pele clara. Ou seja: afrodescendente não quer dizer coisa alguma. Entender tal vocábulo como significando "negro" é racismo em forma pura, não miscigenada, pois dele se infere que a palavra substituída seja, de algum modo, depreciativa. Não é. Só é para quem for racista.


Que a lei de cotas raciais (arre!) não serve à justiça é coisa que poucos haverão de negar. Numa mesma rua de um mesmo bairro pobre, dois vizinhos, estudantes da mesma escola pública, com os mesmos mal remunerados professores, jogando futebol descalços com a mesma bola de meia prestam exame vestibular e tiram as mesmas notas. Por ser negro um consegue aprovação pela lei de cotas. O outro, por ser branco, não se classifica. Isso é discriminação racial. Não acontece? Acontece até pior. Escreveu-me outro dia um leitor relatando o caso de um vestibular para disputadíssimo curso. Havia 40 vagas ao todo. O último classificado pelas cotas fora o 142º lugar. O candidato que se classificou em 41º lugar ficou fora. De que modo isso serve à justiça? Ainda se poderia, com um senso bem elástico sobre o que seja justo, tolerar um sistema de cotas para acesso ao ensino superior que ponderasse a condição social num sentido amplo, mas ele envolveria irrealizável trabalho de investigação e classificação.


Pois bem, o governo Tarso Genro reservará 1,8 mil vagas para negros no concurso para o magistério público estadual. Neste caso, não se trata de favorecer a ascensão de um grupo social presumivelmente desfavorecido (tal presunção, tomada pela cor da pele, é realmente presunçosa). Trata-se de outra coisa porque todos os concorrentes às posições no magistério saíram, com o canudo da mão, pelas mesmas portas escolares e universitárias. A cor da pele, nesse sentido, é tão representativa de suas diferenças quanto o penteado ou o sapato. Anuncia-se, então, um flagrante privilégio e uma ruptura com o princípio da igualdade de todos perante a lei. Não bastasse isso, a cota racial vai na contramão das promessas do governador Tarso Genro de qualificar o ensino público para que o Rio Grande do Sul recupere as posições perdidas no contexto da educação nacional. Como alcançar esse objetivo se a porta de entrada para o magistério vai levar em conta a cor da pele e não o desempenho nas provas do concurso de seleção? Vão ser politicamente corretos assim com o futuro deles mesmos e não com o futuro do Rio Grande do Sul!

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* Percival Puggina (67) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.


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