sexta-feira, 31 de julho de 2009


HONDURAS É A FORTALEZA SITIADA.

Eu informei no meu blog na tarde de domingo (19): autoridades do departamento de Investigação Criminal de Honduras apreenderam computadores do palácio presidencial que traziam, vejam que bonito, os resultados do referendo que Zelaya queria promover na marra em 28 de junho, dia em que ele foi enxotado. Não houve referendo. Mas a apuração oficial já estava prontinha! Certificada e tudo mais. Não é incrível? Ele venceu um referendo que nem aconteceu. O povo já tinha decidido entronizar Zelaya antes mesmo de ir às urnas. Isso se chama socialismo do século XXI. Esses são os bandidos que estão sitiando Honduras. Essa é a história verídica que você não vê na televisão.

Honduras é uma fortaleza sitiada por bolivarianos sedentos de sangue. O Foro de São Paulo sabe que, se a democracia hondurenha resistir, surge uma pedra no caminho da dominação continental. Um exemplo triunfante de reação. Os comunistas sabem que Honduras deve ser subjugada o quanto antes, a qualquer custo.

Um resumo dos acontecimentos, já que a imprensa brasileira se recusa a contar a história toda: Manuel Zelaya e Hugo Chávez estavam prontos para instaurar o "socialismo do século XXI" (a velha ditadura do partido único) em Honduras. As instituições hondurenhas (Ministério Público, Forças Armadas, Congresso e Suprema Corte), em obediência à Constituição do país, tiraram o pirulito da boca das crianças. Zelaya, ex-futuro ditador, foi chutado antes da coroação. O chavismo foi mandado solenemente para a pqp. E isso é coisa que os democratas da região não podem tolerar: Chávez, Evo Morales, Daniel Ortega, Rafael Correa, Fidel & Raúl Castro e Lula correram para denunciar a barbaridade e prestar solidariedade ao companheiro. Também se uniram em defesa de Zelaya o resto da quadrilha da OEA, os socialistas da ONU, os socialistas da União Européia e o socialista elegante que ocupa a Casa Branca.

Mas a história que a televisão conta é outra: houve um golpe violentíssimo em Honduras, um retrocesso democrático, um estupro institucional. Os truculentos militares derrubaram o pobre Zelaya só porque o santo queria privilegiar as camadas pobres da população. Revoltante! Tudo orquestrado pela elite branca. É a única conclusão possível para os brasileiros que se desinformam diariamente lendo os nossos jornais.

Responda: você sabia que milhares de hondurenhos foram às ruas APLAUDIR a deposição de Zelaya? Enquanto eu escrevo, tarde de quarta (22), centenas deles estão novamente nas ruas de Tegucigalpa reiterando: "Zelaya, não te queremos" (escrito numa faixa que acabo de ver na internet). Você sabia que esses hondurenhos estão perplexos com a assessoria que a imprensa estrangeira está prestando a Chávez? Você sabia que Chávez e Daniel Ortega estão enviando agitadores para Honduras com o objetivo singelo de provocar o caos e forçar o retorno de Zelaya, mesmo que seja caminhando sobre poças de sangue?

Outra coisa que você não sabe. Eu informei no meu blog na tarde de domingo (19): autoridades do departamento de Investigação Criminal de Honduras apreenderam computadores do palácio presidencial que traziam, vejam que bonito, os resultados do referendo que Zelaya queria promover na marra em 28 de junho, dia em que ele foi enxotado. Não houve referendo. Mas a apuração oficial já estava prontinha! Certificada e tudo mais. Não é incrível? Ele venceu um referendo que nem aconteceu. O povo já tinha decidido entronizar Zelaya antes mesmo de ir às urnas. Isso se chama socialismo do século XXI. Esses são os bandidos que estão sitiando Honduras. Essa é a história verídica que você não vê na televisão.

Por falar em Lula, ele mandou cortar todos os programas de ajuda técnica com Honduras para isolar o governo de Roberto Micheletti. O mesmo Lula que vai dar 300 milhões de dólares para Fidel Castro reformar o porto de Mariel. Fidel, aquele que possui uma ilha há 50 anos e executa os traidores da causa. Aquele que mantém centenas de cubanos presos por cometerem crimes de opinião. Um herói para Lula e todos os bolivarianos que não suportam a ousadia hondurenha.

Bruno Pontes é jornalista. http://brunopontes.blogspot.com

Publicado no jornal O Estado.

Transcrito do "MÍDIA SEM MÁSCARA".

quarta-feira, 29 de julho de 2009


GOLPE EM HONDURAS ?


Plínio Gustavo Leite Garcia


Fonte: http://www.locuslegis.blogspot.com/


Sexta-feira, Julho 24, 2009

Em razão do fato de ser membro da Comissão de Defesa da República e da Democracia, da OAB/SP, não posso ficar calado diante dos recentes acontecimentos em Honduras.

A preservação da democracia exige garantia constitucional de que ela não poderá ser solapada nem suprimida. Caso contrário, de nada valerá a Constituição, lei máxima do país.

Caso típico e recente de solapamento da democracia, por quem chega ao poder pelas vias democráticas é o da Venezuela de Hugo Chávez.

Quem se elege prometendo respeitar a Constituição não pode valer-se de subterfúgios para manter-se no poder, se a Constituição não permitir reeleição ou permitindo-a, não autorizar um terceiro mandato.

No caso de Honduras, como se noticiou, a Constituição nem mesmo permite ao presidente em exercício manifestar proposta objetivando consulta popular ou plebiscito para conhecer a opinião do povo sobre sua pretendida reeleição, por prazo superior ao constitucionalmente permitido.

Se, como é, essa Constituição já determina a perda do cargo pelo presidente que ouse desafiá-la, mediante proposta de consulta popular para garantir sua continuidade na chefia do Poder Executivo, tal ousadia acarreta a automática exoneração do presidente.

Assim, em Honduras, o que houve foi uma tentativa de golpe à Constituição, um golpe civil em face do Estado Democrático de Direito, perpetrado pelo próprio presidente. Tentativa que, nos termos da própria Constituição do país desautoriza o presidente de continuar no cargo.

Logo, o atual presidente, Micheletti, apenas preenche o vazio deixado pelo ex-presidente Zelaya, que praticou seu próprio suicidio político, ao desrespeitar a Constituição que jurara respeitar.

Equivocadas, pois, as notícias que se referem a golpe contra o presidente de Honduras, pois foi esse mesmo presidente o autor do golpe à Constituição, com o que apenas sofre os efeitos de seu abusivo enfrentamento às Lei Máxima do país.

Erradas, também, nesse contexto as notícias que se referem ao atual governo como fruto de um golpe contra o presidente, pois se golpe houve, repita-se, foi do próprio presidente ao não respeitar as regras do jogo democrático de Honduras.

Se o presidente que se exonerou ao desrespeitar a Constituição tivesse algum amor por sua pátria, não deveria insistir no seu intento de manter-se no poder. Mais ainda quando apenas alguns meses faltavam para o término de seu mandato.

*Plínio Gustavo Prado Garcia - Advogado formado pela Universidade de São Paulo (Largo São Francisco), sócio-diretor do escritório Prado Garcia, possui mestrado pela George Washington University, National Law Center, Washington, D.C., onde obteve o título de Mestre em Direito Comparado - Prática Americana ("M.C.L. - American Practice"), membro da Comissão de Defesa da República e da Democracia da OAB-SP.

Autorizada ampla divulgação

Recebido por e-mail.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Todo o poder aos ladrões.


Olavo de Carvalho
Digesto Econômico, julho/agosto de 2009

No tempo dos militares, centenas de políticos passaram pela Comissão Geral de Investigações (CGI) e tiveram suas carreiras encerradas com desonra, por delitos de corrupção. Ao mesmo tempo, dos generais e coronéis que ocuparam altos postos na República, nenhum saiu milionário. O patrimônio que lhes sobrou é o que teriam adquirido normalmente com seus soldos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Com a Nova República, tudo mudou. Primeiro, o combate à corrupção deixou de ser um empreendimento discreto, levado a cabo por investigadores profissionais: tornou-se ocupação da mídia. Nos momentos mais intensos das CPIs nos anos 90, deputados e senadores confessavam que os jornais passavam por cima deles, investigando e descobrindo tudo antes que Suas Excelências tivessem acabado de tomar seu café da manhã. Tudo o que os parlamentares tinham a fazer era dar cunho oficial às sentenças condenatórias lavradas nas redações de jornais.

Segunda diferença: o partido que mais devotadamente se empenhou em denunciar corruptos, destruindo as carreiras de todos aqueles que pudessem se atravessar no seu caminho, e assim tornando viável, por falta de adversários, a candidatura presidencial de uma nulidade que de tanto sofrer derrotas já levava o título de “candidato eterno”, foi também aquele que, ao chegar ao poder, construiu a máquina de corrupção mais majestosa de todos os tempos, elevando o roubo a sistema de governo e provando que só conhecia tão bem as vidas e obras dos ladrões que denunciara por ser muito mais ladrão do que eles.

Essa transformação foi acompanhada de outra ainda mais temível: o crescimento endêmico do banditismo e da violência, que hoje atingem a taxa hedionda de 50 mil brasileiros assassinados por ano.

Completando o quadro, a classe política mais canalha que já se viu investiu-se da autoridade de educadora da pátria, impondo por toda a parte suas crenças e valores e destruindo os últimos resíduos de moralidade tradicional que pudessem subsistir na sociedade brasileira.

Definitivamente, há algo de errado no “combate à corrupção” tal como empreendido desde o retorno da democracia. Hoje em dia, espetáculos degradantes em que senhores de meia-idade, seminus, balançam suas banhas na Parada Gay são tidos como o auge da moralidade, o símbolo de direitos sacrossantos ante os quais a população, genuflexa, deve baixar a cabeça e dizer “amém”. O suprassumo da criminalidade reside em empresários que falharam em cumprir algum artigo de códigos labirínticos propositadamente calculados para ser de cumprimento impossível, criminalizando todo mundo de modo que os donos do poder possam selecionar, da massa universal de culpados, aqueles que politicamente lhes convém destruir, com a certeza de sempre encontrar algum delito escondido.

Ao mesmo tempo, juízes bem adestrados no espírito militante invertem a seu belprazer o sentido das leis, promovendo assassinos e narcotraficantes ao estatuto de credores morais da sociedade, e impõem como único princípio jurídico em vigor a “luta de classes”. Nesse quadro, qualquer acusação de corrupção, vinda da mídia ou do governo, é suspeita. Não que sempre os fatos alegados sejam falsos. Mas, por trás do aparente zelo pela moralidade, esconde-se, invariavelmente, alguma operação mais ilegal e sinistra do que os medíocres delitos denunciados.

A noção de “corrupção” implica, por definição, a existência de um quadro jurídico e moral estabelecido, de um consenso claro entre povo, autoridades e mídia quanto ao que é certo e errado, lícito e ilícito, decente e indecente. Esse consenso não existe mais. Quando uma elite de intelectuais iluminados sobe ao poder imbuída de crenças nefastas que aprenderam de mestres tarados e sadomasoquistas como Michel Foucault, Alfred Kinsey e Louis Althusser, é claro que essa elite, fingindo cortejar os valores morais da população, tratará, ao mesmo tempo, de subvertê-los pouco a pouco de modo que, em breve tempo, haverá dois sistemas jurídico-morais superpostos: aquele que a população ingênua acredita ainda estar em vigor, e o novo, revolucionário e perverso que vai sendo imposto desde cima com astúcia maquiavélica e sob pretextos enganosos.

Nesse quadro, continuar falando em “corrupção”, dando à palavra o mesmo sentido que tinha nos tempos da CGI, é colaborar com o crime organizado em que se transformou o governo da República.

Isso não aconteceria se, junto com a inversão geral dos critérios, não viesse também um sistemático embotamento moral da população, manipulada por uma geração inteira de jornalistas que aprenderam na faculdade a “transformar o mundo” em vez de ater-se ao seu modesto dever de noticiar os fatos. Quando um país se confia às mãos de uma elite revolucionária, sem saber que é revolucionária e imaginando que ela vai simplesmente governá-lo em vez de subvertê-lo de alto a baixo, a subversão torna-se o novo nome da ordem, e a linguagem dupla torna-se institucionalizada. Já não se pode combater a corrupção, porque ela se tornou a alma do sistema, consagrando a inversão de tudo como norma fundamental do edifício jurídico, ocultando e protegendo os maiores crimes enquanto se empenha, para camuflá-los, na busca obsessiva de bodes expiatórios. Sempre que o governo se sente ameaçado por denúncias escabrosas ou por uma queda nas pesquisas de opinião, logo aparece algum empresário que não pagou imposto, algum fazendeiro que reagiu a invasores, algum padre que expulsou um traveco do altar – e estes são apontados à população como exemplos máximos do crime e da maldade. Enquanto isso, o Estado protege terroristas e narcotraficantes, acoberta as atividades sinistras do Foro de São Paulo e lentamente, obstinadamente, sem descanso, vai impondo à população o respeito devoto a tudo o que não presta.

O mais abjeto de tudo, no entanto, é a presteza com que as próprias classes mais vitimizadas nesse processo – os empresários, as Forças Armadas, os proprietários rurais, as igrejas cristãs – se acomodam servilmente à nova situação, inventando os pretextos mais delirantes para fingir que acreditam nas boas intenções de seus perseguidores. Quando se torna institucional, a corrupção é ainda algo mais do que isso: é um veneno que se espalha pelas almas e as induz à cumplicidade passiva ou à adesão subserviente.


Recebido por e-mail.



quinta-feira, 23 de julho de 2009


Honduras, concerto pela paz.

Depois da Marcha dos 100 Mil, realizada ontem, que calou a boca do mundo, os jovens hondurenhos vão soltar o grito e azular a praça central de Tegucigalpa em um concerto pela paz, patrocinado pelos principais artistas do país. Começa "por las cuatro, hoy". O Coturno Noturno pretende postar um link ao vivo para ouvirmos coisas como liberdade, democracia, patriotismo, estado de direito, tão esquecidas pelas "biografias" que hoje comandam o Brasil.

Transcrito do Blog "Coturno Noturno".

Comento:
Vamos ficar atentos ao Blog "Coturno Noturno" para poder acompanhar a concerto e relembrar os valores esquecidos por nossos dirigentes.



Honduras: ontem.

À esquerda, a direita. À direita, a esquerda. Honduras esfregou na cara do mundo o que o povo quer por lá. O povo quer paz. Liberdade. Democracia. Estado de direito. O povo lá não quer Lula, não quer Chávez, não quer Evo, não quer Obama. O povo lá quer ser dono do seu nariz. E é, doa a quem doer. Não adianta mais passar o chapéu pelo mundo, Zelaya! O povo unido jamais será vencido. A América começa a ficar azul.

Transcrito do Blog "Coturno Noturno".


RESPOSTA DE UM MÉDICO, DR. HUMBERTO DE LUNA FREIRE FILHO,

PUBLICADAS NO “O ESTADO DE SÃO PAULO”

A OUTRO MÉDICO, DR. ALDO PACINOTO

Carta do Dr. Aldo Pacinoto
Date: Thu, 4 Jun 2009 12:35:10 -0300
Subject: CARTA ESTADÃO
From: producao197
To: hlffilh

Prezado senhor Humberto.

Sei perfeitamente que os leitores do jornal O Estado de S.Paulo são conserva­dores, muitas vezes reacionários,claramente de direita. Mas algumas car­tas chegam ao cúmulo do absurdo.

Ontem um leitor disse que a culpa dos erros nas cartilhas do governo do se­nhor José Serra é culpa de algum "petista infiltrado" na Secretaria da Educação. Hoje, o senhor faz uma observação completamente equivocada. Não é apenas o presidente americano Obama que elogia o nosso presidente. Os elogios estão vindo de todos os continentes. É o presidente francês, é o presidente sul-africano, o premiê in­glês, finlandes, alemã.

Só não vê em Lula um grande líder pessoas preconceituosas que ainda o enxer­gam como um metalúrgico analfabeto. O senhor deve ser de classe média média ou alta.

Pergunto: o que piorou em sua vida com o governo Lula? O que vai melhorar com o governo Serra? É claro que a classe média não quer enxergar em Lula um presi­dente que tem enfrentado crises econômicas internacionais como ninguém.
O senhor lê a Economist? O El País? O Le Monde? Se ficar lendo apenas o Estadão e a Veja terá uma visão burguesa e centrada em críticas e mais críticas. Radical.

O senhor sabe o quanto o atual governo melhorou a vida dos menos favoreci­dos? O senhor não quer que ele melhore a vida dos mais pobres? Sou mé­dico, não sou petista, sou classe média até digamos alta. Tinha tudo para pensar como os lei­tores do Estadão que mandam frases de efeito, às vezes engraçadi­nhas, que o jor­nal adora publicar. Mas, felizmente, penso exatamente ao contrário desses leito­res. Graças a Deus e ao meu pai que me ensinou a olhar a vida sem radicalismos.

Atenciosamente.
ALDO PACINOTO
Curitiba


RESPOSTA DO DR. HUMBERTO DE FREIRE LUNA FILHO
Date: Fri, 5 Jun 2009 01:54:52 +0000
From: hlffil

To: producao1972@
Subject: RE: CARTA ESTADÃO

Prezado colega Aldo (Também sou médico - Neurocirurgião)

Antes de mais nada quero deixar claro que não sou eleitor do Sr.José Serra, sou apolítico, não filiado a nenhum partido, tenho nojo de politíca e consequente­mente, de políticos, principalmente dos atuais.

Sou a favor sim, dos princípios morais, mas, para meu desapontamento, isso transformou- se em fruta rara nos três Poderes da República no atual go­verno. Quero também informar ao colega que leio qualquer publicação e não só O Estado de S. Paulo e a Revista Veja, como também já viajei por meio mundo, portanto vou responder suas indagações com conhecimento, e o que é mais im­portante, com a independência de um profissional liberal não comprometido com governo nem com imprensa nem com igreja nem com sindicatos ou com quem quer que seja.

Quanto à sua pergunta sobre o que piorou na minha vida durante o governo Lula e as possíveis melhoras em um possível governo Serra, eu diria que não houve nem haverá nenhuma mudança. Nem eu quero que haja, porque de go­verno, qualquer que seja a tendência ideológica, eu só desejo uma coisa: DIS­TÂNCIA.

Não dependo nem nunca dependi de nenhum deles. Uma outra afirmativa sua é sobre a melhoria da vida dos mais pobres (por conta do bolsa família, ima­gino). Minha opinião é que bolsa família não é inclusão social, é esmola, mais pre­cisa­mente compra disfarçada de votos. O pobre não quer esmola, quer escolas, hos­pitais,ambulatórios que funcionem na realidade. Nos palanques eleitorais já foi dito até que a medicina pública brasileira está próxima da perfeição. Só que a cú­pula do governo, quando precisa de assistência médica, dirige-se ao Sirio-Libanês ou ao Hospital Israelita e chega em São Paulo em jatos particulares. O colega, como médico, não deve ignorar essa realidade.

Na área rural, falta mão de obra porque o dito trabalhador rural virou para­sita do governo e não mais trabalha. Para que trabalhar? eu fico em casa e no final do mês o governo me paga. Essa foi a frase que tive que engolir, não faz muito tempo, antes de abortar um projeto em minha propriedade rural que empregaria pelo menos de 50 pessoas. Quando optamos pela mecanização, vem um bando de sindicalistas hipócritas junto com a quadrilha do MST, diga-se de passagem foras da lei e baderneiros, financiados com dinheiro público, dizer que a máquina está tirando o emprego no campo.

Outro item a que você se refere é sobre a minha observação, completamente equivocada (equivocada na sua opinião), publicada hoje no jornal O Estado de S.Paulo. Pois é, aquela é a MINHA observação e eu espero que o colega a respeite como eu respeitaria a sua se lá estivesse publicada. E mais se você quiser fazer um giro maior, saindo portanto, da esfera do Estadão e da Veja para fugir do con­servadorismo dos mesmos, (conservadorismo também opinião sua - respeito) , verá que existem muitas outras publicações minhas dentro do mesmo raciocínio, coerência, independência e coragem que tenho para falar o que quero, e assumir totalmente a responsabilidade pelo dito . Colega, por favor, pesquise os seguintes jornais: Diário de Pernambuco (Recife-PE), Diário da Manhã (Goiânia-GO), Gazeta do Povo (Curitiba-PR) , O Dia (Rio de Janeiro-RJ), Jornal O Povo(Fortaleza- CE) e outros, além de dezenas de sites e blogs.

Agora faço a minha primeira pergunta: são todos conservadores e reacioná­rios? Não! são independentes. Não são parte da imprensa submissa e remunerada com dinheiro público, não fazem pubilicidade da Petrobras, do Banco do Brasil da Caixa Economica Federal, do PAC, e o mais importante, não recebem ordens de Franklin Martins, (o Joseph GoebbelsTupiniquin) , manipulador de informações, prestidigi­tador que usa o vulnerável substrato cultural brasileiro, para transformar câncer em voto.

E para encerrar, permita-me fazer mais essas perguntas: O The Economist, o El País,O Le Monde etc. informaram a opinião pública européia sobre as dezenas de escândalos financeiros e morais ocorridos no País nos últimos sete anos e que permanecem impunes por pressão do grande lider e asseclas? Infor­maram que o Congresso Nacional está tomado por uma quadrilha manipulada pelo Executivo ( 80% envolvidos em algum tipo de delito) e que conseguiram extinguir a oposição? Informaram que a maior empresa brasileira é estatal e ao mesmo tempo usufruto do governo, e que o mesmo tenta desesperadamente blindá-la contra qualquer fiscalização? Informaram que 40% dos ministros e ex-ministros desse governo respondem a processos por malversação de dinheiro público?

Eu acho que os chefes de estados da Europa não sabem dessas particularida­des. Por muito menos estão rolando cabeças no Parlamento Britânico, e com uma grande diferença, o dinheiro lá desviado é devolvido aos cofres públi­cos; enquanto aqui parte é rateada; parte é para pagar bons advogados, e outra parte é incor­porado ao patrimônio do ladrão.

Casos exaustivamente comentados na imprensa vem ocorrendo há anos com pelo menos cinco indivíduos que hoje fazem parte ativa da base de sustentação do grande líder. Isso para não falar de coisas mais graves como os assassinatos dos prefeitos de Campinas e de Santo André, envolvendo verbas de campanha. Crimes esses nunca esclarecidos e cujos cadáveres permanecem até hoje no armário do PT. Portanto, ver Luiz Inácio Lula da Silva como um líder é querer forçar um pouco. Para mim, ele não passa de papagaio de pirata de Hugo Chavéz. Veja a sua última pérola: "O Brasil acha petróleo a 6 mil metros de pro­fundidade, por que não acha um avião a 2 mil". Isso não é pronunciamento de lí­der em um evento público envolvendo dezenas de chefes de estado. Isso cairia bem em reunião de sindicato ou em mesa de botequim. Caracteriza oportunismo vulgar.

Moro no Brasil, sei ler e não sinto azia quando leio. Não sou preconceituoso nem radical, modéstia a parte, sou esclarecido, e se combater corrupção é radica­lismo, aí sim, sou RADICAL, e estou pronto para qualquer coisa como todo nor­destino.. . de caráter.


Atenciosamente.
Humberto de Luna Freire Filho
São Paulo*


Recebido por e-mail.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

PETROBRAS PATROCINA BACANAL DA UNE.


Garrafas de bebidas alcoólicas, preservativos, drogas e muito lixo. Nada disso combina com escola. Mas, a uma semana do retorno das aulas, foi esse o cenário encontrado pela Secretaria de Educação do Distrito Federal nos 10 centros de ensino usados pelos mais de 6 mil universitários que ficaram hospedados na cidade em virtude do Congresso da União Nacional dos Estudantes (1)(UNE), entre quarta-feira da semana passada e domingo.

“A gente viu uns jovens tomando banho na horta das crianças e eles ainda fizeram as necessidades em cima das plantações”, lamentou a diretora do Centro de Ensino Fundamental 01, do Lago Norte, Claudia Regina Justino Fernandes.

A horta tinha sido preparada em seis meses de trabalho com os alunos de 1ª a 6ª série do ensino fundamental. E agora, de acordo com Cláudia, com a volta às aulas, o monitor responsável pela horta, Leandro Nunes, vai ter que replantar tudo.

“Não podemos permitir que as crianças comam as verduras nem mexam na terra contaminada”, completa. Cláudia conta ainda que esse foi apenas um dos problemas da presença dos estudantes na escola. “Esperávamos 400 alunos e vieram mais de 600. Muitos tomaram banhos nus no pátio da escola e constrangeram os funcionários e vizinhos. Além disso, nunca vi tanta sujeira. E a escola estava pronta para a volta às aulas”, lamenta.

Problema semelhante ocorreu na Escola Classe do Varjão. Lá, estudam crianças de cinco a 12 anos. “Foi uma pena ver tudo sujo e alguns projetos danificados. As plantas do Ciência em Foco, por exemplo, foram todas destruídas”, conta o servidor administrativo Éder da Silva. Ele chegou a chamar os coordenadores da escola quando notou que havia consumo de drogas no ambiente. “Escola não é para isso”, completa.

“Isso ocorreu em todas as escolas que eles usaram. Foi lamentável e preocupante porque deu para ver que eles não valorizam o patrimônio público”, observa a funcionária da Regional de Ensino de Brasília responsável pela acomodação dos alunos da UNE, Isabelmille Costa Militão Carneiro.

De acordo com ela, a secretaria esperava receber 4 mil alunos e, no decorrer do congresso, mais de 6 mil foram alojados. “Além disso, no termo de compromisso assinado pela entidade, havia a determinação de que eles providenciariam toda a estrutura, inclusive banheiros químicos e chuveiros, e que devolveriam as escolas do mesmo jeito que encontraram”, afirma.

Não foi o que ocorreu, por exemplo, no Setor Leste, na Asa Sul. Lá, os alunos também tomaram banho de mangueira nus no pátio para surpresa da diretora, Ana Lúcia Marques. Ela chegou a chamar a polícia por causa da baderna. (Do Correio Braziliense via blog do Reinaldo Azevedo)

Transcrito do Blog do ALUIZIO AMORIM.

terça-feira, 21 de julho de 2009


HONDURAS:EMPRESÁRIOS PEDEM MAIS IMPOSTOS PELA
DEMOCRACIA.



“Estamos aqui para respaldar a valentia das ações tomadas pelo novo Governo, para respaldar esta posição de que a Lei, a Constituição e a liberdade, este país não vai negociar nunca...É imperativo sair da ALBA já, para que mais adiante não venhamos a ter problemas... Se chegam pressões do exterior, conte com a empresa privada, já lhe dissemos que vamos manter os preços estáveis; além disso, vamos reduzir alguns preços e se for necessário, cobre mais impostos dos mais ricos, da gente com maiores meios. Propomos um imposto adicional de 10% sobre o ISR das empresas que tenham lucros; e mais 20% sobre a importação de artigos supérfluos."

Adolfo Facussé, Presidente da Associação das Indústrias de Honduras, no dia de ontem, em encontro de centenas de empresários e de lideranças empresariais na Casa Presidencial, onde foram levar o apoio do setor produtivo ao governo que sucedeu constitucionalmente ao golpista Manuel Zelaya.

Transcrito do "blog" Coturno Noturno.

Comento:
Invejo a coragem e determinação do povo hondurenho, diante do mar de mentiras que a imprensa nacional e internacional estão veiculando sobre a legítima atitude do afastamento de mais um candidato a ditador, utilizando os mecanismos democráticos. Belíssima atitude dos empresários, dispensa comentários e não permite comparações!!!! Entenderam?

Acompanhe a evolução dos acontecimentos através dos Blogs:

"Coturno Noturno"
"Auizio Amorim"
" La Honduras Posible"
" Reinaldo Azevedo"
E outros igualmente confiáveis...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

DIOGO MAINARDI: Edna entendeu tudo

Aqui, na íntegra, a coluna do Diogo Mainardi, da revista Veja que foi às bancas neste sábado:


"Edna O’Brien foi arrastada a um encontro entre Chico Buarque e Milton Hatoum. O que ela afirmou, assim que conseguiu escapar do encontro? Que Chico Buarque era uma fraude. O que ela afirmou em seguida, durante o jantar? Que se espantou com a empáfia e com o desconhecimento literário dos dois autores"


Edna O’Brien está fazendo um conto sobre "Chico". Ela pronuncia "Chico" com um "T" na frente, como em Chico Marx. Por isso mesmo, "Chico", em seu conto, ganhou o nome de Harpo, como em Harpo Marx. Mas o inspirador da festejada escritora irlandesa – pode bater no peito – é o nosso "Chico": Chico Buarque.
Edna O’Brien conheceu "Chico" uma semana atrás, na Flip, em Paraty.


Depois de participar de um debate, ela foi arrastada a um encontro entre Chico Buarque e Milton Hatoum. O que ela afirmou, assim que conseguiu escapar do encontro? Que Chico Buarque era uma fraude. O que ela afirmou em seguida, durante o jantar? Que se espantou com a empáfia e com o desconhecimento literário dos dois autores. E o que ela repetiu para mim, alguns dias mais tarde, em outro jantar, no Rio de Janeiro? Que Chico Buarque era uma fraude, que ela se espantou com sua empáfia e com seu desconhecimento literário, e que se espantou mais ainda com sua facilidade para enganar a plateia da Flip.

No conto de Edna O’Brien, Chico Buarque – ou Harpo – é tratado como "Astro do rock". O personagem é inspirado em Chico Buarque, mas tem também umas pitadas de Bono, do U2, admirador de Edna O’Brien.

A narradora – uma autora irlandesa – está numa feira literária no Brasil. De alguma maneira, ela é inserida no séquito de um cantor que, como Chico Buarque, se meteu a fazer romances. Há uma atmosfera onírica no conto. Essa atmosfera onírica foi estimulada pelo fato de Edna O’Brien, nas quatro noites que passou em Paraty, atormentada pela batucada permanente do lado de fora da janela de seu hotel, nunca ter dormido.

Quando saiu de Paraty, ela se refugiou no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, mas continuou insone, atormentada pela festa de casamento de Pato, o jogador do Milan, com Sthefany Brito, a atriz deChiquititas. Sthefany é com "Y", como Paraty, e "Chiquitita" tem um "T" na frente, como Chico Marx.

Eu já resenhei um romance de Chico Buarque: Benjamim. Nele, um homem à beira da morte relembra o passado, misturando realidade e sonho. Em Leite Derramado, seu último romance, um homem à beira da morte relembra o passado, misturando realidade e sonho.

Chico Buarque, como Harpo, é o buzinador das letras: fon-fon. Ele está para a literatura assim como Dilma Rousseff está para as teses de mestrado. Ou assim como José Sarney está para Agaciel Maia. Edna O’Brien passou apenas uma semana no Brasil. Mas ela entendeu tudo: neste país fraudulento, o que mais espanta é a facilidade para enganar a plateia, enquanto a batucada continua do lado de fora.

Transcrito do Blog do Aluizio Amorim: http://blogspot.com/



segunda-feira, 13 de julho de 2009


CUIDADO COM OS BURROS MOTIVADOS

(Entrevista com Roberto Shinyashiki)


A revista ISTO É publicou esta entrevista de Camilo Vannuchi. O entrevistado é Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com Pós-Graduação em administração de empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional.
Em 'Heróis de Verdade', o escritor combate a supervalorização das aparências, diz que falta ao Brasil competência, e não auto-estima.


ISTO É
- Quem são os heróis de verdade?

Roberto Shinyashiki
-- Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe.

O mundo define que poucas pessoas deram certo.

Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a serem gerentes.

E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados.

Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu à pena, porque não conseguiu ter o carro, nem a casa maravilhosa.

Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa, possa se orgulhar da mãe.

O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes.

Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros.

São pessoas que sabem pedir desculpas e admitiram que erraram.




ISTO É
- O Sr. citaria exemplos?

Shinyashiki
-- Quando eu nasci minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia.

Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis.

Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem.

Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito '100% Jardim Irene'.

É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes.

O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana..

Em países como o Japão, a Suécia e a Noruega, há mais suicídio do que homicídio.

Por que tanta gente se mata?

Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher, que embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego, que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.




ISTO É
-- Qual o resultado disso?

Shinyashiki
-- Paranóia e depressão cada vez mais precoce.

O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece.

A única coisa que prepara uma criança para o futuro, é ela poder ser criança.

Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos.. Essas crianças serão adultas inseguras e terão discursos hipócritas.

Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.




ISTO É
- Por quê?

Shinyashiki
-- O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento.

É contratado o sujeito com mais marketing pessoal.

As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência.

Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras.

Disse que ela não parecia demonstrar interesse.

Ela me respondeu estar muito interessada, mas como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas.

Contratei-a na hora.

Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.




ISTO É
- Há um script estabelecido?

Shinyashiki
-- Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um presidente de multinacional no programa 'O Aprendiz'?

- Qual é seu defeito?

Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal:

- Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar.

É exatamente o que o Chefe quer escutar.

Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido?

É contratado quem é bom em conversar, em fingir.

Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder.

O vice-presidente de uma as maiores empresas do planeta me disse:

'Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir'.

Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor!




ISTO É
- Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?

Shinyashiki
- Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento.

Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência.

Cuidado com os burros motivados.


Há muita gente motivada fazendo besteira.

Não adianta você assumir uma função, para a qual não está preparado.

Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão.

Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foi sábio em não me dar um caso, para o qual eu não estava preparado.

Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia.

O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.



ISTO É
- Está sobrando auto-estima?

Shinyashiki
- Falta às pessoas a verdadeira auto-estima.

Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa.

Antes, o ter conseguia substituir o ser.

O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom.

Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser, nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer.

As pessoas parecem que sabem, parece que fazem, parece que acreditam.

E poucos são humildes para confessar que não sabem.

Há muitas mulheres solitárias no Brasil, que preferem dizer que é melhor assim.

Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.



ISTO É
- Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?

Shinyashiki
- Isso vem do vazio que sentimos.

A gente continua valorizando os heróis.

Quem vai salvar o Brasil? O Lula.

Quem vai salvar o time? O técnico.

Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta.

O problema é que eles não vão salvar nada!

Tive um professor de filosofia que dizia:

'Quando você quiser entender a essência do ser

humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham'. Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia.

Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo.

A gente tem de parar de procurar super-heróis, porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.




ISTO É
- O conceito muda quando a expectativa não se comprova?

Shinyashiki
- Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado.

A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza.

Não há nada de errado nisso..

Hoje, as pessoas estão questionando o Lula, em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram.

A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.



ISTO É
- Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?

Shinyashiki
- Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente.

Há várias coisas que eu queria e não consegui.

Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos.

Com uma criança especial, eu aprendi que, ou eu a amo do jeito que ela é, ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse.

Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo.

O resto foram apostas e erros.

Dia desses apostei na edição de um livro, que não deu certo.

Um amigão me perguntou:

'Quem decidiu publicar esse livro?'

Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.




ISTO É
- Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?

Shinyashiki
- O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las.

São três fraquezas:

A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança.

Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram.

Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno.

Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards.

Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates.

O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.




ISTO É
- Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?

Shinyashiki
- A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade...

A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se eles não tivessem significados individuais.

A segunda loucura é:

Você tem de estar feliz todos os dias.

A terceira é:

Você tem que comprar tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo.

Por fim, a quarta loucura:

Você tem de fazer as coisas do jeito certo.

Jeito certo não existe.

Não há um caminho único para se fazer as coisas.

As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade.

Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito.

Tem gente que diz que não será feliz, enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento.

Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo à praia ou ao cinema..

Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais.

Todos os dias morriam nove ou dez pacientes.

Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte.

A maior parte pega o médico pela camisa e diz:

'Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei à vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz'.

Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas.

Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.


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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Falta-nos Moral


Ternuma Reginal brasília

Gen Bda Paulo Chagas

Caros amigos

Sempre acreditei que o mutismo e o imobilismo dos governos brasileiros da era pós-moral (1988 até nossos dias) com relação às violações dos direitos humanos em países como Cuba e Venezuela, para citar apenas dois, era devido ao respeito a preceito constitucional de não intervenção nos assuntos internos de países soberanos, mesmo que submetidos a governos tirânicos e totalitários, como é o caso dos citados.

Constato, hoje, à luz do caso de Honduras, que não se trata de obediência à Lei Maior, mas de pura conivência e de invejável fidelidade a acordos e planos traçados e tratados à sombra da liberdade democrática que fingem defender.

O bom exemplo dos poderes Legislativo e Judiciário de Honduras abre-nos os olhos para a necessidade de adotarmos, aqui no Brasil, procedimento semelhante em face de violações constitucionais correntes por parte do Executivo brasileiro, que se evidenciaram no imediato e orquestrado repúdio à atitude legal, independente, oportuna e soberana do Congresso e da Suprema Corte hondurenhos.

Com certeza os planos de expansão do socialismo bolivariano-chavista, arquitetados no Foro de São Paulo, não contavam com este percalço!

Todas as manifestações oficiais do governo brasileiro com relação a este incidente, desde o seu início, aliás, muito bem e legalmente administrado pelas autoridades hondurenhas, ferem a Constituição Brasileira, em particular a mais recente declaração do nosso itinerante primeiro mandatário, desta vez encontrado nos Champs Élysées.

O desrespeito à soberania de Honduras, evidenciado em declarações e manifestações exacerbadas de frustrados e consagrados tiranetes sul-americanos e outros oportunistas de plantão, é a única razão para a violência urbana, verificada nas últimas horas em Tegucigalpa e que resultou em choques e vítimas, até fatais.

Temos nas mãos a configuração ótima, de exemplo e circunstância, para fazer ver ao nosso Presidente Eleito que popularidade não é o mesmo que autoridade, cuja legitimidade repousa no cumprimento da lei, dentro dos limites estabelecidos por ela e não em arroubos demagógicos ao arrepio de preceitos constitucionais.

Vejam que em Honduras o Congresso e a Suprema Corte fizeram o que deveriam ter feito, cumpriram e fizeram cumprir a Constituição e livraram o país da pretensão deletérea de mais um candidato a ditador de meia tigela na busca de um passaporte para a perenização neo-comunista, com tudo que isto representa em termos de atraso, radicalismo, demagogia, apropriação indébita e confisco de bens e direitos.

O que falta a nós brasileiros para, como os cidadãos hondurenhos, defenestrar o usurpador dos limites de sua autoridade, arrogante, demagogo e canastrão, aboletado no Executivo desta desmoralizada Terra Brasilis? Exatamente isto: MORAL! Falta-nos moral para impor a moralidade! Escolhemos imorais para representar-nos no Congresso e aceitamos a presença de omissos e oportunistas na Suprema Corte.

No Brasil, e só no Brasil da era pós-moral, há leis que pegam e leis que não pegam. A Constituição Federal de 1988 é uma das que não pegou, aliás nasceu com este fim, sob a tutela daqueles que temiam a lei, a ordem, a moral, a ética e os bons costumes. Trata-se de uma obra de autoproteção, desmoralizada e inútil!


Recebido por e-mail.



domingo, 5 de julho de 2009

A Teoria Olduvai.

Essa teoria estabelece que a vida industrial da civilização durará cerca de 100 anos 1930-2030. Consumo, e produção de energia per capta, definem isso.

A produção exponencial de produção de energia começara a declinar a partir de 2008 e sua taxa de crescimento começará a ser negativa a partir da mesma data. A partir daí até 2050 a população mundial deverá decrescer em 2 bilhões de pessoas.

There is no comprehensive substitute for oil in its high-energy density, ease of handling, myriad end-uses, and in the volumes in which we now

use it. The peak of world oil production and then its irreversible decline will be a turning point in Earth history with worldwide impact beyond anything previously seen. And that event will surely occur within the lifetimes of most people

living today. (Youngquist, 2004).

“Não há substituto a altura para a energia derivada do petróleo em sua alta densidade, de fácil manuseio, com milhares de utilizações finais, e no volumes nos quais a humanidade utiliza nos dias de hoje em seus níveis de consumo atuais. A queda nos estoques de petróleo e sua produção (PEAK OIL) serão, portanto um momento decisivo na historia do planeta Terra e terá impacto mundial muito além do que qualquer um pode prever. E este evento irá certamente ocorrer dentro do tempo de vida dos habitantes da terra que vivem ainda hoje”.

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O problema de energia do mundo então se resume em abundancia, fácil manuseio, e utilização. Enquanto a tecnologia não descobrir novas fontes de energia, dependeremos ainda do petróleo para manter as coisas andando. Principalmente o transporte que é dependente inteiramente da gasolina tem de ser pensado em primeiro lugar. Se isso for resolvido quanto mais breve for mais tempo ganharemos na corrida contra o tempo para acharmos uma nova tecnologia energética.

Não nego que o mundo está muito perto disso acontecer. A transformação de tudo em energia elétrica, após termos descoberto como fazer a fissão nuclear limpa, é apenas uma questão de tempo. Há imensas dificuldades, porém nada que não possa ser resolvido com avanços tecnológicos já em andamento.

Se nada for feito ou descoberto o futuro após o peak oil seria este mostrado pela figura acima. Cairíamos num abismo energético de consequencias imprevisíveis.

O problema a ser discutido é o crescimento econômico. A crise, ora em andamento, está ai apenas por causa da consciência coletiva do que o preço da gasolina faria, e fez, à vida das pessoas grandes consumidoras de combustível. No topo do mundo, onde as pessoas dependem de combustível fóssil para manterem-se vivas, chegou-se ao ponto onde não havia vantagem econômica em continuar vivendo por lá enquanto mantinham-se aquecidas. Era mais barato morrer, ou mudar-se.

Temos à nossa frente uma fase de transição energética. É liquido e certo que a lei da oferta e procura irá funcionar. Para que não haja uma explosão nos preços do petróleo que impeça a civilização de simplesmente existir, os níveis de consumo, até a troca de base energética, deverão ser cada vez menores ao longo dos próximos anos. Isso é um fato da vida da humanidade no momento atual.

Não adianta Lulla marolinha mandar gastar, não há como gastar. Todo o petróleo de Tupy, se fosse tirado de lá, não duraria 6 meses nos níveis de consumo atual do mundo, portanto nada de festejar o que, primeiro, não se pode dispor ainda, e segundo, mesmo depois de disponível e alcançado, a quantidade de petróleo existente não é uma cifra assombrosa que mantivesse o consumo mundial por 50 ou 100 anos.

A humanidade deverá experimentar essa consciência coletiva assim que o petróleo atingir, - no ano que vem - cifras acima de 150,00 dólares. O mundo verá inapelavelmente que não dá para manter o ritmo de crescimento atual. Novos patamares deverão ser estabelecidos. Voltaremos - na marra - aos níveis de 1960 e olhe lá.

No entanto há uma curiosa taxa de crescimento da tecnologia por detrás desse perigo que nos ameaça, isto é, veremos a taxa de crescimento tecnológico se multiplicar por mil até o final do século XXI, e isso pode mitigar os efeitos da falta de energia mundial.

Estamos de frente com a nossa realidade, vamos enfrentá-la então.


Transcrito de Nathal & Cadlesticks

http://nathal.zip.net/
O Arquipélago de Fernando de Noronha e a Presença Militar-Naval: Uma Condicionante Estratégica (I)
24/06/2009 - 16h41
Roberto Carvalho de Medeiros

Este lamentável e horrível acidente aéreo sobre o Oceano Atlântico provoca uma série de reflexões para todos nós, cidadãos e cidadãs preocupados com questões envolvendo Segurança como um todo.

Particularmente para quem promove os estudos estratégicos, a expressão "segurança" é analisada sob dois aspectos distintos, mas com toda a certeza, interrelacionados.

O primeiro é com os olhos para a Defesa.

Esse tipo de preocupação necessita de um aprofundamento nos estudos e pesquisas com perfil acadêmico-tecnológico-profissional acentuado, em cuja especificidade é desenvolvida, normalmente, aos centros acadêmicos de estudos estratégicos e núcleos de análise da conjuntura internacional, civis e militares.

Vale ressaltar que felizmente a cada dia esses mesmos centros e núcleos interagem mais e melhor entre si, com parceria e trocas de conhecimento crescente em prol da qualidade do produto final.

Também integram o campo de estudo e de treino e adestramento os órgãos especializados de cada Força Singular, responsáveis pela pesquisa e pela capacitação humana.

Já o segundo é visto no campo da segurança da navegação e da salvaguarda da vida humana no mar.

Neste caso a principal Instituição que assume o conjunto de atividades relacionadas com a concepção, aplicação e coordenação das ações no Brasil, além de representar o Estado brasileiro junto ao organismo especializado do sistema onusiano, a Organização Marítima Internacional (IMO), é a Marinha do Brasil.

Sobre o saliente nordestino brasileiro, o território nacional se projeta por meio de três pontos singulares. O mais próximo é o Atol das Rocas, com duas pequenas ilhas no seu interior protegidas pelo anel de recifes de coral.

Separada do continente, a nordeste da cidade de Natal (RN), em 144 milhas náuticas (MN), aproximadamente 260 km, atualmente é uma reserva biológica marinha do Brasil de elevada importância ecológica.

Na sequência aparece o Arquipélago de Fernando de Noronha (AFN). Pertence à mesma cadeia de montanhas marinhas do Atol das Rocas, compondo a Cadeia de Fernando de Noronha que é orientada na direção sudoeste-nordeste.

Distante do Atol em 80 MN (145 km aprox.) e 192 MN (345 km) do continente, todo o AFN situa-se sobre um monte submarino cônico, com cerca de 60 km de diâmetro, tendo sua base apoiada no assoalho oceânico a cerca de 4 mil metros de profundidade.

Composta por vinte e uma ilhas, a principal denomina-se de Fernando de Noronha, com aproximadamente 16 km2, representando 91% da área emersa do arquipélago.

O ponto mais distante do continente brasileiro é o Arquipélago de S. Pedro e S. Paulo (ASPSP). Formado por cinco ilhotas maiores e várias outras de menor tamanho, dista 330 MN (594 km) do AFN e 510 MN (918 km) do Cabo Calcanhar (RN).

Possui uma base permanente de pesquisa na Ilha Belmonte, à disposição da comunidade científica do País, operada por pesquisadores de diversas universidades, e mantida e apoiada pela Marinha do Brasil.

Claramente pode ser percebida a importância estratégica para o Brasil desses três pontos situados sobre o oceano Atlântico, todos pertencentes ao território brasileiro, quer por questões econômicas (cotas de captura de atunísios) e para a pesquisa científica (meteorologia, geologia e oceanografia).

Entretanto, resta, ainda, o Brasil externar sua Vontade soberana de elevar sua presença permanente no AFN, a fim de melhor garantir a proteção e defesa dos interesses brasileiros nas proximidades daquela região como um todo.

Ironicamente composta por um conjunto de ilhotas e da ilha de Fernando de Noronha, cercada pelas águas profundas e cristalinas do oceano Atlântico, em momento algum a Marinha se fixou no AFN ao lado da Aeronáutica e do Exército.

Com o passar do tempo, somente a Aeronáutica permanece naquela ilha como única representante permanente das Forças Armadas, por meio do Destacamento da Aeronáutica em Fernando de Noronha.

Sua principal tarefa tem sido a de contribuir para o controle do espaço aéreo. A grande maioria das linhas aerovias internacionais cruzam pelas proximidades do AFN, em face da sua privilegiada posição geográfica para fim de apoio à segurança da navegação aérea.

O mesmo ocorre no ambiente marítimo. As principais linhas de comunicação marítimas também passam próximas a Fernando de Noronha. Grande quantidade de navios mercantes transporta mercadorias e produtos em contêineres, dentro dos enormes porões de carga e nos tanques de combustível e/ou de gás.

Esse intenso tráfego marítimo concorre para promover o comércio exterior brasileiro numa proporção de valor significativo, na ordem de 95% do total. Cada navio é tripulado por um grupo pequeno de marítimos, próximo a quinze pessoas.

Entretanto, somando esse número de tripulantes pela quantidade média de navios transitando diariamente pelas proximidades do Arquipélago (em torno de setenta e cinco), teremos um quantitativo de homens e mulheres embarcados superior a mil tripulantes.

Vale salientar que não foram incluídos neste cálculo sumário os navios de passageiros de perfil turístico e recreativo que, de forma também crescente, convergem para essa mesma região antes e depois do período de alta estação do hemisfério sul (DEZ/MAR), nem os de pesca comercial e industrial, estes variando de cinco a vinte.
Como a quantidade de navios tem aumentado a cada ano e que um transatlântico transporta cerca de duas mil pessoas, é fácil concluir que existe um aumento considerável de pessoas transitando pela região durante o verão.

É de conhecimento público o fluxo crescente de embarcações de esporte e recreio que demandam aquele arquipélago, tanto com objetivos turísticos, bem como competidores em regatas regionais, nacionais e internacionais, ou ambos os propósitos...

Apesar de a ilha possuir um aeroporto, também é por via marítima que a maioria das necessidades logísticas é atendida.

Embarcações de médio porte fazem linhas marítimas do Recife e de Natal para o AFN regularmente, sendo que o transporte de pessoas é realizado por aviões de companhias aéreas nacionais que possuem linhas regulares e/ou realizam charters para a ilha.

Inúmeros casos de fatos da navegação têm sido registrados nas imediações dessa região que engloba o Atol das Rocas, o AFN e o ASPSP. São acidentes com tripulantes e/ou passageiros a bordo de navios, de avarias diversas nos sistemas de propulsão e de governo das embarcações, ou até mesmo acidentes de maior gravidade que concorrem para a perda de vidas humanas por quedas involuntárias ao mar ou pelo desaparecimento de embarcações, etc.

O tempo de resposta para uma missão de busca e salvamento é quase que imediato desde que o equipamento seja uma aeronave, avião e/ou helicóptero, dependendo da distância do ponto a ser alcançado em relação ao continente.

Já o intervalo de tempo para um navio alcançar o local do possível socorro, baseado em qualquer porto da região nordestina, principalmente os mais próximos daquela região do Atlântico, como Natal e Recife, respectivamente, é medido por horas.

Caso o local de busca seja além de um desses três pontos acima analisados, logicamente bem mais distantes do continente, para uma aeronave a diferença de tempo dependerá da sua capacidade de permanecer no ar e retornar para uma base a fim de ser reabastecido (raio de ação – ida e volta sem reabastecimento no ar).

Para um navio, a medição originalmente feita em questão de horas, se transforma em dias. E esta diferença pode significar um resultado eficiente ou também eficaz de uma mesma missão.

Sendo mais claro, o momento do navio atingir o ponto e ser capaz de realizar um socorro com sucesso depende, diretamente, do tipo de sinistro e da distância envolvida.

O devido cuidado deve estar presente para não ser correlacionado o recente e horrível acidente do Airbus com os demais que são muito mais freqüentes. Todos, sem exceção, envolvem risco de morde de vidas humanas no mar.

Em torno da década de 70, a Marinha planejara um sistema de rodízio para navios subordinados ao Comando do 1º Distrito Naval (DN) na região sul do País.

Naquela época inexistia base naval na área de jurisdição do 5º DN, em Rio Grande (RS), para apoio direto de navios subordinados àquele Comando de Área.

As embarcações navais saiam do Rio de Janeiro e permaneciam atracados no porto de Itajaí durante um período de tempo, a fim de contribuir para a presença do Estado no mar e na fiscalização das águas jurisdicionais brasileiras naquela região, além de realizar tarefas em prol da segurança da navegação regional.

Fernando de Noronha não pode nem deve ser comparada com Itajaí, quer por questões geográficas e facilidades logísticas, muito menos por pertencentes a momentos temporais distintos.

Contudo, uma experiência exitosa empregada no passado pode e deve ser analisada dentro do novo contexto temporal para contribuir na solução de óbices existentes que, em futuro previsível, serão certamente solucionados adequadamente e em definitivo.

A Marinha dispõe, no Nordeste (Salvador e Natal), um grupamento naval com navios patrulha e corveta, cada um diretamente subordinado ao seu respectivo Comando de Área (2º DN e 3º DN, respectivamente).

A propósito, foi um dos navios subordinado ao 3º. DN e outro do 2º. DN que zarparam quase que simultaneamente após ter sido considerada a ausência de comunicação do Airbus 330 com o sistema de tráfego aéreo como um possível acidente SAR(1).

Retornando ao propósito deste texto, torna-se imperioso uma medida proativa de curto prazo para viabilizar um tipo de missão semelhante àquela praticada pela Esquadra em Itajaí, empregando os meios navais do 2º e do 3º DN, em sistema de rodízio, para realizar um tipo de estação temporária em Noronha, devidamente apoiado em terra pela Aeronáutica e pelo governo do estado de Pernambuco.

Com os ajustes das tarefas e de planejamento pertinentes ao novo e triplo propósito, qual seja, a de contribuir para a defesa nacional, para a segurança do tráfego aquaviário e salvaguarda da vida humana no mar, essa pioneira medida nas águas nordestinas certamente proverá uma presença do Estado mais eficaz.

Vale reconhecer o belo exemplo de heróica dedicação e eficiência demonstrado pelos homens e mulheres embarcados em Noronha e nos meios navais, aeronavais e aéreos empregados na difícil e dolorosa atividade de busca e recuperação dos despojos e destroços provenientes do acidente do vôo AF-347.

No próximo artigo será tratado o mesmo ambiente geoestratégico, mas sob a ótica do desafio para a Defesa.

Nota

1 - Sigla em inglês para a expressão Busca e Salvamento (Search And Rescue).

Roberto Carvalho de Medeiros, CMG (Ref.), é professor universitário. Correio eletrônico: rmed@fir.br.


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Fonte: Info Rel

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