segunda-feira, 30 de abril de 2012



Sucateamento das Forças Armadas é denunciado na Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra 

 

Carlos Newton

Incisivo, verdadeiro e emocionante – assim pode ser resumido o extraordinário discurso do jurista Waldemar Zveiter, quinta-feira, em reunião da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG), em que fez importantes denúncia, especialmente no tocante ao sucateamento das Forças Armadas.
O primeiro pronunciamento foi do presidente da ADESG, Pedro Luiz Berwanger, que falou sobre a importância da ação da Maçonaria brasileira em defesa da soberania sobre a Amazônia, hoje ameaçada pela Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos das Nações Indígenas. Berwanger alertou que esse Tratado da ONU, assinado pelo governo brasileiro em 2007,  determina a independência política, administrativa e social das 206 etnias indígenas existentes no país, cujas reservas podem se transformar em países autônomos, se o Brasil realmente seguir os termos do acordo internacional.
Falando em seguida, Waldemar Zveiter, que é Grã-Mestre da Maçonaria no Rio, atacou duramente o governo federal, mas sempre se referindo ao “presidente Lula”, sem mencionar em momento algum sua sucessora Dilma Rousseff, como se Lula ainda estivesse no poder, o que não deixa de ser verdade. O jurista começou criticando o governo federal por ter enviado em 2005 ao Congresso o projeto 4.779/05, que permitiria a alienação de parte da Amazônia a empresas privados. A proposta foi encaminhada em regime de “urgência constitucional”, que dava à Câmara e ao Senado apenas 45 dias cada um para debater e aprovar a inovação.
Zveiter disse que naquela ocasião escreveu e publicou o livro “A Maçonaria pela Integridade da Amazônia em defesa da Soberania do Brasil”, que foi distribuído a todos os parlamentares e contribuiu para a rejeição do projeto de Lula.
Em seguida, o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça retomou a linha do discurso de Berwanger e chamou atenção para as ameaças à soberania brasileira na Amazônia. Lamentou então o progressivo sucateamento das Forças Armadas e os baixos salários dos militares, dizendo que hoje a remuneração de um general de cinco estrelas é inferior ao vencimento de um juiz iniciante, fato que considera injusto e até inconcebível.
Passou a analisar a situação dos equipamentos de cada uma das Armas, mostrando que Exército, Marinha e Aeronáutica não têm a menor condição de defender os interesses e a soberania do país.  “A maior parte dos equipamentos está obsoleta. A Marinha só tem um porta-aviões, comprado de terceira mão, que nem sai ao mar”, lembrou, assinalando que os outros navios da Armada foram fabricados na época da Segunda Guerra Mundial.
Foi um discurso longo, que a plateia ouviu em impressionante silêncio, no salão do Clube da Aeronáutica. Sempre de improviso, Zveiter mostrou ser um experimentado orador e foi emendando uma denúncia à outra. Citou também a situação crítica do Exército, especialmente nas áreas de fronteira, sem condições de defender os interesses nacionais na Amazônia.
Depois demorou-se a apontar o sucateamento da Aeronáutica, que tem cada vez menos aeronaves em condições de voar. Indagou então pelos novos caças, que ninguém sabe quando realmente serão comprados, e perguntou até quando os Mirage poderão continuar em serviço. “E quantos Mirage existem. Oito, cinco?” – ironizou
Ao final, criticou também a discussão do Código Florestal no Congresso sem que tivessem sido ouvidas as Forças Armadas nas questões relativas à Amazônia. Disse que isso mostra que os governantes brasileiros, além da permitirem a progressiva obsolescência dos equipamentos, também desprezam a valiosa opinião dos militares.
Ao encerrar o pronunciamento, Zveiter foi ovacionado, com todos os participantes da sessão se levantando para aplaudi-lo demoradamente.
Se algum parlamentar subisse à tribuna do Congresso para fazer um discurso nesses termos, certamente também seria ovacionado, mas cadê coragem?

Transcrito do Blog "Tribuna da Internet".

 http://www.tribunadaimprensa.com.br/?paged=2





NAS MÃOS DOS MINISTROS-CONSTITUINTES

Percival Puggina


          Assisti a boa parte das sessões em que o STF deliberou sobre a adoção de quotas raciais para ingresso nas universidades públicas. Praticamente todos os votos foram ornados com líricas declarações de amor à justiça pela igualdade. Estavam dispostos a servi-la às mancheias. O ministro Fux, por exemplo, não falava. As palavras lhe gotejavam como favos de mel enquanto o versejador Ayres Britto ralava os cotovelos na quina da mesa. Joaquim Barbosa cedeu a cadeira a Castro Alves e quedou-se em pé, atrás, feliz por "estar ali, nest'hora, sentindo deste painel a majestade". 

          A ministra Rosa Maria, tecendo frases como quem bordasse sobre tela, assentou "que a ação tinha de ser julgada à luz da Constituição, que consagra o repúdio ao racismo e o direito universal à educação". Foi um alívio, àquelas alturas, ficar sabendo que a ação seria julgada à luz da Constituição porque eu já desconfiava de que os votos estavam sendo iluminados pelos estatutos de algum movimento racial. Contudo, ficaram a quilômetros das ponderações da ministra as inevitáveis decorrências do voto que deu: doravante incorrerá em racismo e afrontará o direito universal à Educação toda universidade, pública ou privada, toda feira do livro, todo prêmio literário, que não prover as tais cotas. Marco Aurélio, por pouco, muito pouco, não disse que a  adoção de quotas raciais se justifica porque o Estado é laico.

          Levandowski, o ministro-relator, foi saudado como a princesa Isabel da sessão. Só não lhe deram tapete vermelho e damas de companhia porque não ficaria bem. Mas sua imensa contribuição para a justiça racial no Brasil o fará ombrear, na história, com a filha de D. Pedro II. Ao lado da Lei Áurea, haverá de estar, para sempre, o Voto Diamantino que relatou à corte. O ministro, contudo, tinha um problema. Havia um preceito, na Constituição, segundo o qual ninguém pode ser discriminado por motivos de cor, etc.. E era demasiado óbvio que o regime de cotas raciais feria essa prescrição ao criar exceções ao mérito como critério seletivo. A arguição de inconstitucionalidade do regime de cotas alegava que os positivamente discriminados ingressam na universidade com nota inferior à obtida por aqueles que, negativamente discriminados, ficam de fora apesar de haverem obtido nota superior. Como saiu-se dessa encrenca o ministro? A possibilidade da discriminação positiva não poderia ser permanente, disse ele. Não poderia ser uma porta aberta para a eternidade. Precisaria valer apenas enquanto necessária. Só por uns tempos. Caso contrário, ocorreria a inconstitucionalidade. Capice? Enxuguemos pois as consequências, provisoriamente, através dos séculos, enquanto permanece aberta, a montante, lá no bê-á-bá do sistema público de ensino, a torneira das causas. Mas quem se importa?

          De jeitinho em jeitinho, vai-se a Constituição para o brejo, a segurança jurídica para o espaço e o Poder Legislativo para o outro lado da praça. Se o Congresso se omite em legislar, andam dizendo os ministros-constituintes, o STF precisa agir subsidiariamente. Esquecem-se de um dado da dinâmica parlamentar: quando o Congresso não delibera é porque não há entendimento sobre a matéria. E isso é absolutamente normal, significando que o parlamento, provisoriamente, decidiu não decidir. Aliás, a ideia de que o Estado precisa emitir leis sobre tudo e sobre todos é irmã do totalitarismo. Quando, nas normas que conduzem qualquer organização humana - do estatuto do clube à constituição nacional - se pretende criar exceções ou regulamentar detalhes, produz-se uma balbúrdia com efeito contrário ao pretendido. Em vez de esclarecer, confunde-se cada vez mais. Por favor! Menos leis, mais liberdade.

 
______________
* Percival Puggina (67) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões


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segunda-feira, 23 de abril de 2012


Instituto Espírita Batuíra de Saúde Mental pede ajuda
Goiânia, GO


 Saudações, muita paz, luz e saúde!

 Peço novamente a sua ajuda para divulgar a nota abaixo. Tem ajudado
 muito a sua solidariedade e várias pessoas tem contribuído.

 Antecipo agradecimentos.

 Fraternal abraço,

 Sérgio Luís Haas
 3281 0655

 *-*-*-*-*-*-*-*-*-*

 SOS Batuíra: frutas, shampoo, desodorante spray, absorvente íntimo e
 toalhas de banho

 O Instituto Espírita Batuíra de Saúde Mental está solicitando a sua
 colaboração, de entidades e de empresários para receber doações de
 frutas, shampoo, desodorante spray, absorvente íntimo e toalhas de banho
 para os mais de 60 pacientes em tratamento que sofrem de transtorno
 mental ou alcoolismo.

 Qualquer quantidade é muito bem vinda. As doações podem ser entregues
 diretamente no Batuíra: Avenida Eurico Viana, Quadra 44 - Setor Jardim
 Goiás - Goiânia - GO

 Fundado em 1949, o Batuíra é um hospital 100% SUS e atende
 gratuitamente homens e mulheres que sofrem de transtorno mental ou
 alcoolismo.

 Informações: fone (62) 3281 0655, site: www.batuira.org.br e twitter:
 @batuirago

(Informações recebidas em email de batuira@batuira.org.br)


Recebido por e-mail. 







AMÉRICA LATINA: A CRISE POLÍTICA SE APROFUNDA



       
1. O ciclo econômico na América Latina nos últimos anos tem sido positivo. Uma oportunidade que está sendo perdida e atropelada pela crise política quase generalizada e pela insegurança jurídica crescente. Na Venezuela, a imprevisibilidade é total em função do câncer terminal do presidente Chávez, cujos prazos se encurtam. A semana passada começou com a denúncia de juízes de manipulação dos tribunais e terminou com o assassinato de um general muito próximo a Chávez, sugerindo a "antecipação" da sucessão em seu grupo.
      
2. Na Bolívia, Evo Morales, que era líder do sindicato dos cocaleiros e, que por sua imagem, iludiu os que o pensavam como líder indígena, enfrenta, sistematicamente, há um ano, protesto crescente dos quechuas e aymaras (60% da população) em relação a suas terras. No Equador, Rafael Correa reprime a imprensa e vai tornando seu governo cada vez mais autoritário. Enfrenta as denúncias de seu próprio irmão.
      
3. Na Nicarágua, a eleição que reelegeu Daniel Ortega foi considerada fraudulenta pelos observadores da União Europeia. No Panamá, o presidente e magnata Martinelli, um populista de direita, enfrenta ações por atropelar as leis e desconhecer o judiciário. Na Guatemala, o novo presidente, General (R) Perez Molina, disse que não há como combater o tráfico de drogas e que é melhor liberar o tráfico das 300 toneladas anuais que passam por seu país. Em Honduras, as ocupações de terra crescem, o tráfico de drogas se expande e a oposição avança sobre a debilidade do presidente Pepe Lobo. O presidente Fulnes, de El Salvador, credenciou emissário no presídio de segurança máxima e propôs aos chefes das gangues um acordo para reduzir os homicídios.
      
4. Na Argentina, o vice-presidente é acusado, de forma documentada, de corrupção por tráfico de influência. A presidente Cristina Kirchner desapropriou a Repsol da Espanha e inventou um conflito com o Reino Unido pelas Ilhas Malvinas. Enquanto isso, a economia desaba. No Brasil, após o afastamento de oito ministros por denúncias da imprensa, o Congresso é estilhaçado com grampos de denúncias de corrupção no esquema conhecido como Cachoeira-Delta, abre CPI e promete sangrar na carne. No México, os cartéis de drogas tornam-se operativos armados paralelos e seus sicários matam os que criam problemas.

5. No Paraguai, o senado decidiu destituir 7 ministros da Suprema Corte, apoiados em legislação existente. Os ministros vão recorrer à OEA e o presidente Lugo aguarda o desfecho.
     
6. Restam Uruguai, Colômbia, Chile e Peru. No Peru, o presidente Humala -mesmo enfrentando os problemas familiares- até aqui mostra-se sensato, e seu passado chavista ainda não deu sinais de aflorar. Enfrenta problemas com os indígenas por uma lei populista que fez no início do governo, dando poder de decisão a eles em investimentos em suas regiões, o que tem bloqueado bilhões de investimentos em mineração.
     
7. No Chile, com suas instituições estáveis, a crise é de popularidade do presidente Peneira que enfrenta constantes e massivos protestos dos estudantes. No Uruguai, o presidente Mujica (ex-dirigente Tupamaro) surpreendeu pela moderação. Recentemente despertou preocupação em relação à revisão da lei de anistia e ao apoio a Cristina Kirchner. Apenas a Colômbia de Eduardo Santos é um mar de tranquilidade, com seu presidente firme contra as FARC e de popularidade crescente.
    
8. A recente reunião da Cúpula das Américas na Colômbia mostrou o marasmo político continental. E faltou Cuba, mas nem precisava lembrar a natureza desse regime.





Transcrito do Ex-Blog do César Maia de 23 de abril.






Relacionamentos Duradouros


Em busca de relacionamentos mais duradouros e até permanentes, todos questionam as atitudes necessárias para que isso ocorra, como paciência, diálogo, compreensão e renúncia, mas na realidade não existe uma fórmula para a felicidade de um casal.
As paixões iniciais são passageiras e o que realmente perdurará, a amizade, a cumplicidade e o companheirismo, podem e devem ser criados com o tempo.
Em décadas passadas - e em determinadas culturas ainda agora -, os casamentos eram determinados pelos pais, com os noivos ainda crianças. A submissão feminina da época ou em países com essas culturas é que determinava a longevidade dos casamentos, independentemente se promovendo ou não a felicidade do casal.
Atualmente, na maioria dos países, as pessoas podem passear e caminhar de mãos dadas, assistir a filmes ou peças de teatro, ler livros, frequentar qualquer local ou ambiente e viajar juntas, sem a necessidade sequer de estarem namorando.
Essa convivência certamente poderá aprofundar sua amizade e criar afinidades que as aproximarão cada vez mais, abrindo a possibilidade para um relacionamento com bases muito mais sólidas do que aquele iniciado com uma simples paixão.
Só com a maturidade, quando já não se dá importância para aquelas paixões mais comuns na juventude, de origens físicas e pouco racionais, mas se busca alguém com valores éticos, morais, educação, cultura, interesses e objetivos comuns, se adquire esse entendimento.
Nessa fase, entendemos a importância não só de demonstrar, mas de falar sobre nossos sentimentos, de nos declarar, em particular ou publicamente para a pessoa amada, pouco nos importando o que dirão os que estão próximos.
Já entendemos a importância de interromper a leitura de um jornal para fazer uma declaração elogiando seu par que chega, valorizando sua roupa, sua beleza, o novo corte de cabelo que realçou sua jovialidade, mesmo quando isso não expressa uma realidade cronológica, e possuímos a delicadeza de, voltando do mercado, surpreendê-la por ter adquirido a fruta de sua preferência, ou trazendo-lhe uma flor quando menos espera.
Com atitudes e demonstrações de carinho, afeto, amizade e companheirismo, os laços vão se estreitando, de modo que cada um passe a sentir a ausência do outro e a necessidade de com ele dividir suas ideias, planos, sucessos, dificuldades e frustrações.
A participação de cada um nos mais variados temas da vida de seu par vai tornando o casal mais próximo, íntimo, participativo de detalhes muitas vezes estranhos à própria família do outro. Esse envolvimento cria situações de cumplicidade e amizade raras.
Construído diária e progressivamente sobre raízes sólidas, adubadas constantemente com atitudes pequenas, mas importantes, um relacionamento maduro aumenta à medida que os dois se conhecem, descobrem suas dificuldades, costumes, manias, qualidades e virtudes, surgindo daí o amor verdadeiro, real e duradouro.
Colocando na balança todos estes ingredientes, procurando o equilíbrio, os dois acabarão percebendo que no outro existem muitas qualidades e que o carinho e a cooperação superarão os poucos defeitos de cada um deles. 
O relacionamento duradouro é aquele onde existe o interesse mútuo em sua criação e manutenção, mesmo quando inicialmente os parceiros não se amam.

João Bosco Leal      
             www.joaoboscoleal.com.br

*Jornalista, escritor e produtor rural.

Recebido por e-mail.


sábado, 21 de abril de 2012

CORRUPÇÃO E SISTEMAS ECONÔMICOS.






        CORRUPÇÃO E SISTEMAS ECONÔMICOS


Percival Puggina


Omitirei o nome da publicação e dos autores do artigo que vou criticar. Não me parece sensato divulgar fontes de equívocos. Direi apenas que se trata de uma publicação "católica" e que o artigo abordava o tema da corrupção, definindo a ética do "ganhar sempre mais", que seria própria do capitalismo, como determinante da corrupção.

Tal tese é um disparate sob quaisquer ângulos de observação e os autores devem saber. Mas estão se lixando. O que pretendem é levar os leitores a extrair conclusão errada de premissa falsa: se o capitalismo causa corrupção, então, na vigência de seu antônimo - o socialismo - a sociedade se conduziria por elevadíssimos valores morais. Um verdadeiro paraíso reconstruído. Ora, o desejo de ganhar mais não é uma especificidade da economia de mercado, ou livre, ou de empresa (prefiro designar o sistema econômico com esses nomes que lhe atribuiu João Paulo II). É um anseio da pessoa humana, em todos os tempos e em qualquer sistema. Resumamos o assunto, então, em alguns tópicos.

  • Duvido que os redatores dessa fraude intelectual recusem um aumento de salário, um bom negócio ou uma oportunidade de comprar por menos ou vender por mais.
  • Como consequência de um sistema de economia livre, de empresa, os agentes econômicos dedicam-se com maior empenho ao que fazem, a criatividade aumenta, a produtividade cresce, os custos decrescem. Beneficiam-se produtores e consumidores.
  • Gera-se uma saudável conseqüência ética pois a competência é premiada com resultados positivos e a incompetência punida com prejuízos.
  • Há uma relação histórica, ademais, entre economia de mercado e democracia pois o grande senhor da economia de mercado é ele mesmo, o mercado, formado por milhões e milhões de pessoas, com suas expectativas, anseios, etc..
  • Contudo, estava certo o papa João Paulo II quando, escrevendo sobre o tema, ensinava que se o núcleo da liberdade for apenas econômico – e não ético e religioso (papel das instituições políticas e jurídicas) – ocorrem situações de opressão econômica, formam-se monopólios, cartéis, mecanismos de corrupção, e outras enfermidades sistêmicas. Com efeito, absolutamente livre, o mercado padece dos mesmos males que acometem a liberdade individual na ausência de toda restrição.
     
    • Nas economias planificadas, socialistas, o anseio de “ganhar mais” é tolhido pela centralização estatal. Como conseqüência – e a história o demonstrou com muita clareza – a produtividade diminui, a iniciativa acaba, a economia fica estagnada, a pobreza se multiplica de modo irremediável, o muro cai, os governos tombam, os intelectuais do socialismo se escondem.
    • O fracasso socialista é tão óbvio que Leão XIII o previu três décadas antes de esse sistema ter sido tentado na Rússia. E João Paulo II, tendo vivido sob tal realidade, proclamou-o “falido”.
    • Da mesma forma que existe uma relação direta entre democracia e economia de mercado, existe, também, uma relação direta entre economias planificadas e totalitarismos. E a razão é simples: para coibir aquele desejo natural de “ganhar mais”, torna-se necessário criar uma estrutura estatal opressiva. Quando se concentram no Estado tanto o poder político quanto o econômico, nenhum poder resta à sociedade e à pessoa na sociedade.
    • Ademais, com a queda do Muro, foi possível conhecer o nível de corrupção instalado nas repúblicas socialistas, corrupção que também se espraia pela sociedade como defesa perante a escassez e a miséria geral. Quem quiser conhecer isso de perto, ainda hoje, vá a Cuba (onde fui três vezes), ou à Coréia do Norte (onde não tenho coragem de ir).

    Bastariam estas poucas evidências para desmascarar a malícia do texto a me refiro. Mas há nele um erro ainda muito mais grave: como pode um cristão afirmar que o capitalismo corrompe (e levar o leitor a presumir que o socialismo purifica), como se nele se extinguisse o pecado original?

    Corrupção existe em qualquer sistema político ou econômico, embora alguns a favoreçam mais do que outros. E, nesse caso, o socialismo e os totalitarismos são imbatíveis. Mas em quaisquer regimes ou sistemas existe o pecado, os que a ele se entregam, e os justos que se empenham em serem bons. Se tudo fosse questão de sistema, Cristo teria proposto um, em vez de perder seu tempo propondo-se a si mesmo, ao custo em que o fez.

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    * Percival Puggina (67) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões


    Recebido por e-mail.

       

sexta-feira, 20 de abril de 2012





                      Qual verdade?

 

Gen. Ex. Luiz Gonzaga Schroeder Lessa
O país aguarda com ansiedade a designação, pela presidente Dilma, dos integrantes do que se convencionou chamar de “Comissão da Verdade”.
Quanta presunção ao se adjetivar essa comissão com a palavra “verdade”!
Há milênios, o vocábulo vem desafiando a humanidade, os filósofos e as religiões. Ainda hoje, sem sucesso, busca-se um conceito que responda à pergunta de Pilatos a Cristo (por Ele não respondida):”o que é a Verdade”?
Muito já se falou sobre tal comissão, mas o tema está longe de ser esgotado.
A comissão inspirada no governo Lula, aprovada pelo Congresso Nacional por meio da lei nº 12528/2011 e em vias de ativação pela presidente Dilma, tem a finalidade maior de “efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional”.
Alcançará o seu desiderato? Tudo indica que, ao final dos seus trabalhos, vai apresentar uma verdade facciosa, simbólica, parcial que expressa, apenas, a visão do grupo esquerdista-marxista que lutou para que se implantasse no Brasil um regime totalitário nos moldes de Cuba, quiçá, ainda mais violento, e que nunca buscou, como se alardeia, a restauração da democracia .
A “verdade” que surgirá dessa comissão está atrelada, ideologicamente, ao grupo que foi derrotado e que, hoje, é governo, portanto, será simpática e leniente para com ele. Não pode a comissão, por força de lei, ouvir os depoimentos dos integrantes desse grupo, vital para que a memória seja, de fato, resgatada. Desde já, é condenatória e discriminatória com aqueles que serão ouvidos e que se opuseram, tenazmente, aos grupos extremistas que tentaram impor à sociedade brasileira o marxismo-leninismo, seguindo estritamente as diretrizes e ordens dos líderes de então das URSS, China, Cuba e Albânia. .
###COMO DEIXAR DE OUVI-LOS
Somente motivações ideológicas impedem que personalidades expressivas da vida pública brasileira, na atualidade, a começar pela própria presidente Dilma, prestem os seus depoimentos, esclareçam as suas motivações, os apoios internos e externos que receberam, os recursos financeiros que amealharam e o destino a eles dados, assim como as execuções sumárias e os justiçamentos perversos que perpetraram.
Como deixar de ouvi-los? Que memória emergirá dos autos com tanta parcialidade? De antemão, na origem, memória e verdade estarão comprometidas, serão falsas e não resistirão ao juízo da história.
A óbvia conclusão é que teremos uma “verdade” muito próxima da mentira, uma verdade caolha, que não quer ver e interpretar o que ocorreu, e o fato histórico que dela resultar será faccioso, revanchista, contaminado por uma amnésia provocativa e uma opaca memória alzheimeriana, desprovido de conteúdo para integrar a moderna história brasileira.
Os que, na atualidade, posam de democratas queriam ( e ainda tentam) implantar um regime totalitário no país, segundo depoimentos dos seus mais expressivos representantes, como o ex-deputado Fernando Gabeira e o professor universitário Aarão Reis, que chegaram a prever um grande derramamento de sangue caso as suas teses fossem vitoriosas.
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O QUE SE PRECISA SABER

O que o povo brasileiro precisa saber e se convencer é que, se hoje desfruta de amplas liberdades democráticas, essas não foram benesses caídas do céu e, sim, asseguradas pelos regimes militares e a pragmática engenharia política que orquestraram, vencendo a violência sem quartel que vitimou muitos inocentes, o radicalismo e a xenofobia dos mais variados grupos extremistas que, mercê da anistia, veem muitos dos seus integrantes em funções de revelo na política, na mídia, no governo e na sociedade em geral.
O que o povo brasileiro precisa saber é que esses extremistas, dóceis e obedientes, ficaram ao sabor dos ditames de líderes estrangeiros, deles recebendo apoio político, material e financeiro para que o Brasil passasse a integrar as suas órbitas de influência, perdesse a sua autonomia, soberania e até mesmo a sua integridade territorial.
O que o povo brasileiro precisa saber é que muitos dos que , no governo ou fora dele, clamam pela democracia nunca lutaram para que ela imperasse no país; pelo contrário, quiseram, pela violência, sujeitar um povo tradicionalmente cristão a um regime totalitário ateu em que “muitas cabeças e sangue rolariam”.
O que o povo brasileiro precisa, de fato, saber é que não se almeja a paz social, a reconciliação nacional, como enfaticamente se propaga. Nesse contexto elas não são relevantes.O que, efetivamente, se planeja é a divisão da sociedade brasileira para melhor controlá-la e subjugá-la, como são exemplos os contínuos e recorrentes artifícios e tentativas dos governantes e das lideranças petistas na busca da limitação e da reinterpretação, muitas vezes contra os ditames constitucionais,dos instrumentos que asseguram o exercício de liberdades duramente conquistadas.
As evidências parecem indicar que a chamada “Comissão da Verdade” encaminha-se, como já foi definida, para uma comissão de acerto de contas, revanchista, avessa ao estabelecido na Lei da Anistia, com a intenção declarada de forçar a sua reinterpretação pelo Supremo. Os fatos que porventura dela emanarem serão passíveis de contestação, quando a verdade histórica, longe dos arroubos, dos revanchismos e dos ódios do presente, prevalecer.
Transcrito do Blog "Tribuna da Internet":
                               http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=36081

quinta-feira, 19 de abril de 2012

19 de abril - Aniversário do Exército Brasileiro.


Nesta data, a Academia Brasileira de Defesa apresenta orgulhosos e patrióticos cumprimentos ao Exército Brasileiro, instituição que orgulha a Nação em toda a sua história pelos relevantes serviços prestados ao seu Povo, tendo se apresentado, sempre, na vanguarda dos movimentos em defesa da sua soberania e da liberdade de seu cidadão.
Ten Brig Ar Ivan Frota ´Presidente da ABD ( Academia Brasileira de Defesa).

Recebido por e-mail.




19 DE ABRIL DE 1648

O EXÉRCITO BRASILEIRO


Aileda de Mattos Oliveira*

Como a raiz de uma árvore que transmite ao tronco todos os nutrientes indispensáveis à sua sobrevivência e o mantém de pé, o Exército, em relação ao Brasil, é o seu sustentáculo, profundamente enraizado à terra brasileira, desde quando, há mais de três séculos, a Colônia já era alvo da cobiça estrangeira. A partir de então, tornou-se o óbice a todos os que nela desejavam penetrar e aos movimentos internos de desagregação territorial.

Não há Instituição Nacional que se iguale à Força Terrestre, em tradição, disciplina, respeito à hierarquia e sentimento de amor à pátria. Por isso, é combatida. Combatida, porque defende o Brasil. Inacreditável! É contraditório, mas o que nas esferas política e governamental não é constituído de labirínticos sofismas?

Tornou-se o dia 19 de abril de 1648, o da primeira batalha nos Montes Guararapes, o marco da formação dessa briosa Corporação, quando as bem-equipadas tropas holandesas não resistiram aos terços luso-brasileiros, composta a parte brasileira de índios, negros, caboclos, mamelucos, resultantes das várias gerações do processo contínuo de miscigenação.

É inadmissível, portanto, falar na história da formação do Brasil sem que se fale no Exército Brasileiro, porque ambos se confundem, porque este é o esteio daquele, como a raiz é o esteio da árvore.

Coube ao Exército Brasileiro a manutenção da integridade territorial; a transformação do homem híbrido das três etnias em soldado colonial, da mesma origem da população; o respeito às efemérides e aos heróis que delas participaram ‑ exemplários de conduta nas batalhas e em tempos de paz ‑; a disseminação e a implantação da língua portuguesa, consequência da movimentação das tropas, como instrumento cultural herdado do colonizador e identificador da nova nação.

Cabe ao Exército Brasileiro, além de todas as atribuições anteriores, a de transmitir ao soldado miscigenado da geração atual, da mesma origem da população, o respeito aos símbolos nacionais, o amor à terra de seu nascimento, a instrução cívica e a profissional, além do trabalho social em longínquas regiões do Brasil, onde não são postas em prática políticas públicas de assistência às populações locais, que vão buscar, nos quartéis, atendimento.

Sendo, portanto, o Exército Brasileiro uma Instituição Permanente, respeitável e respeitada, responsável pela defesa e soberania do país, sempre a postos a impedir aqueles que desejam dividir o território e o seu povo, é natural que governantes antibrasileiros com objetivos inconfessáveis, utilizando-se de recursos, naturais à sua má índole, desejem a sua desmoralização.

Forjado nos duros embates coloniais; nas batalhas, durante o Império, em defesa da unidade nacional; acostumado aos rigores da caserna, o Exército não pode deixar-se abater diante da arrogância dos pseudodemocratas, cujas cores de suas bandeiras ideológicas têm outros matizes; cujos símbolos erguidos nas suas provocadoras manifestações são estranhos, de terríveis significados.

Imbuído dos conceitos mais caros da nacionalidade, tem que continuar ciente de sua missão de manter acesa a chama da liberdade na terra brasileira e de defender a integridade territorial e de seu povo, porque é o sustentáculo desta nação ainda perseguindo o seu destino.

Por todas essas qualidades intrínsecas, homenageia-se, aqui, o Exército Brasileiro, neste seu dia, em comemoração aos trezentos e sessenta e quatro anos de história, que se inicia com a grandiosa vitória sobre as forças flamengas. São singelas palavras, é certo, porém traduzem o reconhecimento de sua capacidade de resistência às investidas dos sem-pátria, de autopreservação ante as ofensivas e as ofensas dos maus governantes, forças contrárias que desejam o esmorecimento total de seus componentes.

Que seja eternamente iluminado, para que permaneça sempre presente no cumprimento da defesa do território, do qual é o seu suporte, e da soberania do Brasil, da qual é o seu guardião.

(*Prof.ª Dr.ª em Língua Portuguesa. Articulista do Jornal Inconfidência. Membro da Academia Brasileira de Defesa. A opinião expressa é particular da autora.)


Recebido por e-mail.





Comissão da Verdadeira História


Ernesto Caruso, 18/04/2012

Várias ações concretas têm surgido hoje, mais do que ontem, constatável pelo número crescente de militares, das mais variadas patentes e de níveis elevados na administração militar, expondo com veemência o seu pensamento contra o revanchismo e a perseguição cada vez mais agressiva contra civis e militares que atuaram a serviço do Estado contra a guerra revolucionária alimentada pelos países comunistas, com matriz na extinta União Soviética.

Quando possível e raramente publicados na imprensa escrita, na falada, nem pensar, mas que impulsionados por iniciativas individuais ou de grupos, as matérias sobre o tema têm transposto os muros do conjunto que representamos e chegado à parte considerável da sociedade, mas ainda muito aquém do que se pode fazer através a internet.

Tais iniciativas produziram alguns portais eletrônicos e blogs que divulgam a verdadeira História, mas são poucos. O YOUTUBE é uma excelente janela por onde se vê o mundo. Faz-se necessário o desdobramento de portais e blogs com atalhos, caminhos, hiperligações que permitam ao internauta a navegação por fatos e fotos comprobatórios da Verdade.

A cada evento marcante, um vídeo, definindo o que foi feito (seqüestro, justiçamento, terrorismo, explosão), como, quando, onde e por quem foi praticado o crime. Cada data destacada se transforma em data comemorativa e maciça divulgação. Claro que o militar da ativa vai também contar com esse meio para esclarecer ao recruta incorporado que leva ao seio da família o que viu e ouviu.

As questões militares, crises fabricadas, envaidecem a esquerda terrorista derrotada nas armas, com máscara de destemidos e enlevados democratas, mas sob o patrocínio do marxismo-leninismo, treinados para a luta armada, do terrorismo, da guerrilha e do seqüestro, como se prova pelo que ocorre hoje na Colômbia, com a participação de helicópteros brasileiros a resgatar civis e militares presos a um sofrimento, desgaste físico e moral, nas condições mais deploráveis e subumanas, por dez, doze anos, sob os grilhões das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, como os que estão no governo brasileiro pretendiam implantar no Brasil, não o fazendo porque foram contidos.

Nem sempre com êxito, as crises produzidas nos gabinetes camuflam a corrupção esgotada pelos subterrâneos palacianos. A corrupção os corrompe e os enfraquece diante da opinião pública. Cedo ou tarde os de mão suja caem.

Mas, em termos de organização não perdem tempo; se articulam e criam as suas comissões mentirosas pelos estados, grandes centros e órgãos legislativos com imenso poder multiplicador. Recursos não lhes faltam.

O que lhes sobra, nos falta.

Mas, não nos faltam informações, dados importantes, nem as idéias para lhes dar forma, viço, cor, voz, atração a demonstrar a Verdade — o ouro — que os julgados criminosos e anistiados não dispõem. Usam a mesma máscara das ações sub-reptícias nas sombras, na covardia, nas explosões, matando e mutilando inocentes transeuntes.

Assim, poder-se-ia pensar em criar Comissões da Verdadeira História, um ou mais centros que pudessem coletar as informações, fotos, etc, ou trabalhos de vários níveis, que pudessem redundar em vídeos.

A tecnologia da informação é o calcanhar de Aquiles. Possuir um computador representa a quase unanimidade na sociedade, obviamente no meio militar, mesmo daqueles não integrantes da geração informatizada.

Daí a produzir um trabalho em Power Point, convertê-lo em vídeo, postá-lo no YOUTUBE, ou criar um portal/blog, etc, se exige mais um pouco. No entanto, nada impede àquele que sempre ministrou aulas, que fez quadros murais, transparências como meios auxiliares da instrução não possam contribuir com o trabalho básico, escrito, a ser carreado para o centro específico e ser transformado em vídeo.

Vamos adiante. Se alguém conhecer quem faça tal trabalho remunerado, alguns vão se valer para divulgar a sua contribuição.

A união faz a força com melhor resultado, impondo que cada um continue firme e forte na sua trincheira com clava ou flecha.

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segunda-feira, 16 de abril de 2012





VANITAS VANITATUM


Percival Puggina



O ministro Marco Aurélio Mello aproveitou seu voto em favor do aborto de anencéfalos para promover extenso ataque ao meu direito de opinião e ao meu direito de tentar fazer com que aquilo que penso adquira repercussão social e vigência jurídica e política no país onde nasci e onde sou cidadão no pleno exercício de meus direitos. O ministro está convencido que apenas pessoas que pensam como ele - ou que, como ele, não pensam como eu - têm o direito de opinar e mobilizar opiniões sobre assuntos em que a Moral se encontra com o Direito.


Isso ficou muito claro quando afirmou, textualmente, como argumento trazido ao seu voto, que: 1º) "dogmas de fé não podem influenciar decisões do Estado"; e que 2º) a questão posta nesse processo (...) não pode ser examinada sob os influxos de orientações morais religiosas”. Para o ministro, portanto, as opiniões que guardem relação com moral de base religiosa assemelham-se a "dogmas" e resultam impertinentes ao direito positivo brasileiro. Não há como conceder ao ministro o benefício da dúvida, supondo que ele talvez desconheça a diferença entre uma coisa e outra. Trata-se de uma hipótese inconcebível. Ele sabe. Aceito, então, sugestões que resguardem Sua Excelência de uma severíssima reprovação junto à opinião pública brasileira. Eu não encontrei qualquer que sirva a esse fim. Já vi muito tolo dizendo isso, mas o ministro não é um tolo.


Ainda que eu estivesse solitário nas minhas convicções morais; ainda que não houvesse dezenas de milhões de brasileiros que pensam como eu sobre temas relacionados à vida, à família, à ordem social, à política, aos direitos fundamentais; ainda que eu fosse o único brasileiro a perceber que já estão impressos na Constituição da República os princípios que me inspiram e os valores em que creio, jamais aceitaria que me fosse recusado o direito de buscar civicamente, pelas vias institucionais, a vigência social e jurídica do meu ponto de vista. O Estado Democrático de Direito me assegura isso e mais: mesmo que a Constituição recusasse todas as minhas convicções - coisa que ela não faz e por isso suscita essas releituras tão em voga - ainda assim, ela me concederia o direito de opinar e de tentar mudar o que a meu juízo devesse ser mudado, segundo a ordem instituída. O ministro sabe que é assim. E isso nada tem a ver com dogma. Tem a ver com democracia e com direitos fundamentais dos cidadãos. Sobre o tema escreve com muita precisão o filósofo espanhol e professor de Direito Andrés Ollero: "Ter em conta as convicções de todos equivale, por outro lado, a reconhecer que todos têm convicções".


Os reais adversários do pluralismo e, portanto, da verdadeira liberdade humana, são, precisamente, aqueles que se afobam em proscrever do debate político quaisquer conceitos ou convicções que possam ser associados a alguma vertente religiosa. No fundo de tais esforços vicejam o orgulho e a vaidade, dois ingredientes que fermentam e estufam a massa de rocambole do STF. Aliás, do ministro Marco Aurélio Mello ouvi, viva voz, numa entrevista em foi questionado sobre certa indicação para aquela corte: "O que mais quero é que apareça alguém para me fazer sombra". Que respeito pode uma vaidade dessas conceder à opinião alheia?



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* Percival Puggina (67) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões


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sábado, 14 de abril de 2012





ESTUDEMOS BEM O ESPIRITISMO E DAREMOS UM ADEUS AO MATERIALISMO


José Reis Chaves

Kardec foi o primeiro sábio a estudar cientificamente os fenômenos espíritas, enfrentando grande reação dos materialistas e dos outros cristãos.

Mas foi apoiado por renomados cientistas de todo o mundo, entre eles o russo Alexander Aksakof, conselheiro do Czar russo, pesquisador dos fenômenos de materializações e desmaterializações; o alemão Johann Karl Zöllner, físico, astrônomo e catedrático de Astrofísica da Universidade de Leipzig, ele pertenceu à Royal Society, à Real Sociedade Astronômica de Londres, à Imperial Academia de Ciências Físicas e Naturais de Moscou, à Sociedade Científica de Estudos Psíquicos de Paris, é membro honorário da Associação de Ciências Físicas de Frankfurt, criou a teoria da ilusão de ótica (“Ilusão de Zöllner”) e atribuiu à Quarta Dimensão os fenômenos mediúnicos; Alfred Russel Wallace, do País de Gales, naturalista, geógrafo, antropólogo e biólogo, escreveu um ensaio sobre a teoria da evolução e o enviou a Charles Darwin, que, surpreso, declarou ao seu amigo cientista Charles Lyell, que todo o seu trabalho estava esmagado pelo de Wallace, é chamado de o “Pai da Biogeografia”, e escreveu o “O Aspecto Científico do Sobrenatural – Biblioteca de Ciência e Espiritismo”, Editora Publicações Lachâtre, Niterói (RJ), 2003; Gustave Geley, médico francês elogiado por Carl Jung, destacou-se como renomado pesquisador dos fenômenos de materializações, Laureado da Faculdade de Medicina de Lyon, e é autor da famosa obra “O Ser Subconsciente”, Ed. Federação Espírita Brasileira (FEB), Brasília (DF), 1998; o inglês Oliver Joseph Lodge, Doutor em Ciências, catedrático de Física e Matemática da Universidade de Liverpool, obteve a patente de “Sintonização”, cunhou o termo “Coesor”, inventou a vela de ignição para o motor de combustão interna, o tubo de vácuo (válvula eletrônica) e o sintonizador variável, é autor de mais de quarenta obras sobre o éter, a relatividade, os relâmpagos, a telepatia, a teoria eletromagnética, a vida após a morte e pesquisas psíquicas; o Nicolas Camille Flamarion, fundador da Sociedade Astronômica da França, e autor de vários trabalhos científicos e espíritas e do best-seller “Deus na Natureza”; Sir William Crookes, químico e físico inglês, descobridor do tálio (elemento químico de número atômico 81), inventor do radiômetro de Crookes, do espintariscópio (medidor da radioatividade neclear), desenvolveu os tubos de Crookes, os tubos de vácuo e o estudo de plasmas, ganhou o Prêmio Nobel em sua área em 1919, e adquiriu grande fama de pesquisador dos fenômenos espíritas de materializações, em que laborou durante grande parte de sua vida. Não posso citar aqui todos os grandes cientistas espíritas, mas ainda quero mencionar os brasileiros Hernani Guimarães Andrade, engenheiro, físico, psicobiofísico e parapsicólogo; a transcomunicóloga Sônia Rinaldi, Marlene Nobre, Jorge Andreas, Núbor O. Facure, catedrático de Neurologia da UNICAMP, Sérgio Felipe, catedrático de Medicina da USP. Para saber mais, recomendo o livro “Espiritismo – Princípios, Práticas e Provas”, de Paulo Neto, Ed. GEEC, Divinópolis (MG)].

O espiritismo é a única religião que tem suas teses acobertadas pela ciência, pelo que está em melhores condições de minar os alicerces do materialismo!

PS:

Parabéns ao SUPER NOTÍCIAS, filho de O TEMPO, por continuar sendo o jornal mais vendido do Brasil, segundo o Instituto Verificador de Circulação (IVC).



Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar o item “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Ficarei grato pela citação nelas de meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM (SP), “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.


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sexta-feira, 13 de abril de 2012





Rubens Paiva e Mário Kozel Filho: Descompromisso com a verdade?


26 de Março de 2012

No conflito conhecido como luta armada, Rubens Paiva foi um dos cerca de 300 mortos pelos militares; já Mário Kozel Filho foi um dos 120 mortos pelos militantes da luta armada. O primeiro aparece frequentemente nos jornais, estampado em fotos de família e sua história é bem conhecida; o segundo é relegado a um completo esquecimento. Porque tanta diferença entre duas pessoas que morreram no mesmo conflito? Como pode a Comissão da Verdade pretender fazer justiça resgatando a memória do primeiro enquanto aniquila a memória de Kozel? Há aqui um descompromisso com a verdade?

Para responder essas perguntas inicialmente notamos que a Comissão da Verdade, para ser digna deste nome, deveria ter por objetivo o resgate da memória de todos os que morreram ou sofreram violência tanto pelas ações praticadas por agentes a serviço do regime militar como por ações dos militantes de esquerda que se opunham a ele. Não é, contudo, o que está sendo apresentado por alguns ministros e secretários de governo. Com efeito, o atual governo elabora bem a cartilha revisionista que já estava delineada no governo anterior sob a responsabilidade do então ministro Paulo Vannuchi, ex-militante da ALN, grupo cujo chefe, Carlos Marighella, dizia sem nenhum pudor: “O terrorismo é uma arma a que jamais o revolucionário pode renunciar. [...] Ser assaltante ou terrorista é uma condição que enobrece qualquer homem honrado”. Como veremos, mudam-se apenas os nomes, mas os argumentos continuam medíocres e revelam de forma cristalina os propósitos que se tenta ocultar. Para desvendá-los eu selecionei as declarações a seguir.

A ministra M. do Rosário declarou recentemente numa entrevista a um jornal: “Eu de fato não considero a existência de dois lados. Nós estamos investigando e buscando refletir sobre a violência de Estado contra indivíduos e grupos”. Já o seu colega Paulo Abrão, secretário nacional de Justiça, afirma no mesmo jornal: "Não cabe investigar as ações da resistência. Estavam no direito legítimo de lutar contra a ordem ilegítima e a opressão. A Comissão da Verdade serve para investigar os crimes de Estado”.

O primeiro ponto a ser elucidado aqui é a intenção do governo em transformar a Comissão da Verdade em um mero instrumento para imputar ao Estado, como um todo, crimes que obviamente não podem ser imputados, simplesmente por não haver evidências comprovando que havia ordens do alto escalão do regime militar chancelando práticas criminosas. No máximo, podemos pensar tais crimes como atos isolados, tão injustificáveis quanto o terrorismo da luta armada, e que são inevitáveis em um conflito de guerra irregular como foi o combate entre militares e militantes da luta armada. Se adotarmos um critério meramente comparativo com o que ocorreu em outros países da América Latina, por exemplo, Argentina (30 mil mortos), Peru (30 mil mortos), Colômbia (45 mil mortos), Cuba (17 mil mortos), vemos que o Brasil tem um saldo extremamente baixo de vítimas, que se reduz ainda mais se estes números forem tomados relativo à sua população, considerando que, entre eles, o Brasil sempre foi o país mais populoso. Admitindo que naqueles países a elevada taxa de vítimas é consequência de uma política de Estado opressiva e abusiva concluímos que o reduzido número de vítimas no Brasil é uma prova de que não havia uma política oficial de Estado, similar a daqueles países, determinando aos agentes do regime o uso de práticas como tortura e assassinatos. Corrobora isso, também, o fato de ser difícil conceber duas premissas antagônicas: a de um regime militar que torturava impiedosamente seus adversários, ao mesmo tempo que permitia uma atividade legislativa limitada, inclusive com uma oposição encarnada no então MDB. Uma das premissas então não se sustenta. Contudo, uma delas – a da atividade legislativa limitada que permitia haver uma oposição oficial ao regime militar – é historicamente determinada. QED. Como corolário, fica evidente a desonestidade intelectual daqueles que, incapazes de refutar os argumentos expostos anteriormente, classificam como “apologia a tortura” qualquer argumento que conteste generalizações absurdas que colocam o regime militar no Brasil no mesmo rol de regimes violentos de outros países da América Latina (espertamente eliminando a sanguinária ditadura cubana da lista, ou se calando diante dos crimes das ditaduras comunistas como um todo).

O segundo ponto a ser elucidado remete ao que Paulo Abrão se refere como “direito legítimo dos militantes da luta armada de lutar contra a ordem ilegítima e a repressão”. Isso só se aplicaria se os grupos da luta armada tivessem por objetivo a democratização do país. Contudo, a análise dos vários documentos desses grupos que estão reunidos no livro “Imagens da Revolução” de Daniel Aarão Reis mostra que eles eram de orientação marxista e defendiam um projeto que, nas palavras do próprio Aarão, era “revolucionário, ofensivo e ditatorial” – a comunização da nação! Vemos então que a insistência do atual governo em legitimar as ações da luta armada correspondem a um falseamento dos fatos.

Das declarações dos ministros chegamos então a dois objetivos não declarados que irão guiar a Comissão da Verdade que são: (I) Imputar ao regime militar a prática de “crimes de Estado”, (II) legitimar as ações da luta armada eximindo seus militantes de reponsabilidade nos crimes cometidos e, assim, de serem investigados pela mesma comissão. A estes dois objetivos se superpõem de forma superficial, mas com maior visibilidade midiática, um terceiro: (III) a questão do resgate da memória. É aí que se tem a resposta para o aniquilamento da memória dos 120 Kozels que morreram nas mãos dos militantes da luta armada e que a Comissão da Verdade, segundo a ministra M. do Rosário, não irá investigar. Cada um desses kozels representa um crime praticado pelos militantes da luta armada cuja investigação irá necessariamente expor os autores. No caso específico do soldado Mário Kozel Filho, morto em um atentado a bomba, sabe-se que foi uma ação realizada pela VPR, grupo a qual a atual presidente Dilma Rousseff militava. Não parece razoável acreditar que ministros e secretários (alguns possivelmente envolvidos em crimes da luta armada) exponham sua chefe ao constrangimento de ter que dar explicações sobre isso. O que me parece ainda mais abominável, contudo, é a possibilidade do governo usar o objetivo (III) apenas como pretexto para avançar os objetivos ocultos em (I) e (II) pois isso trairia a memória de todos os que morreram. Ora, como pensar diferente? Afinal, que diferença faz para a família de Rubens Paiva que se investigue também o que ocorreu com Mário Kozel Filho?

Vemos então que a recente oposição que militares e civis dirigem à comissão da verdade pode estar relacionada com esses dois objetivos não declarados que mencionei acima. O passado que a esquerda tenta ocultar tem que ser revelado, primeiro para que presidentes, ministros, políticos, professores universitários, juristas, advogados, personalidades, artistas, etc., que no passado tenham militado na luta armada e tem sangue nas mãos não se vangloriem diante do povo como defensores da democracia, algo que nunca foram. Segundo, e eis a principal razão, para que em nome dessa glória pessoal que almejam, mas não merecem, não permitamos o aniquilamento da memória dos vários Kozels trucidados pelos grupos da luta armada. Isso seria assassiná-los mais uma vez. A família do soldado Mario Kozel Filho merece do governo tanto respeito quanto a família de Rubens Paiva.

É preciso ter em mente que a Comissão da Verdade não é o único instrumento revisionista que parte da esquerda se utiliza para impor à sociedade a sua visão unilateral da nossa História, num total descompromisso com a verdade. Há outras frentes convergindo para o mesmo fim, todas se justificando pela asserção, comum em nossos dias, de que “não há verdade absoluta na História” (seja lá o que se entenda por isso). Ora, aceitando esta relativização decorre daí que não há também um compromisso com a verdade, pois ela supostamente não existe. Isto fica patente num recente projeto de lei de autoria de políticos do PSOL, PT e PSB que pede a mudança do nome da ponte Presidente Arthur da Costa e Silva, alegando ser "inaceitável" que a ponte homenageie "um chefe de Estado que foi um dos artífices do golpe militar, responsável por momentos dos mais sombrios da história brasileira". Ora, tal afirmação revela o descompromisso com a verdade a que me referi. Com efeito, hipoteticamente, transpondo PSOL, PT, PSB, etc. para a época do regime militar veríamos vários de seus atuais militantes entre os que participaram da luta armada que, como sabemos, se constituía num projeto ofensivo que pretendia converter a nação numa ditadura comunista. Que estatura moral essas pessoas tem então para afirmar que o regime militar era dos mais sombrios se eles, ao desejarem implantar uma ditadura comunista no Brasil, defendiam um projeto ainda mais sombrio? Além disso, quem tem estatura intelectual e legitimidade suficiente para falar do regime militar, os que viveram a época ou os revisionistas que afirmam não haver verdade absoluta? Pois bem, vale lembrar que o povo brasileiro nas eleições legislativas dos anos 70 demonstrou seu apoio irrestrito ao regime militar na presidência de Médici – sucessor de Costa e Silva - dando uma vitória esmagadora para a ARENA frente ao MDB em plena vigência do AI5 (será que o povo brasileiro é sombrio?). Este fato histórico, devidamente comprovado, refuta a tese dos revisionistas comprovando então seu descompromisso com a nossa História.



Marcelo Carvalho
Professor do Departamento de Matemática da UFSC.

Transcrito do Jornal da APUFSC.

domingo, 8 de abril de 2012





EU ME LEMBRO MUITO BEM


Percival Puggina



Em março de 1960 eu era um adolescente interiorano, recém chegado a Porto Alegre, iniciando o Curso Científico no tradicional Julinho, como era conhecido o Colégio Estadual Julio de Castilhos. Nunca vira uma escola com tanta gente, tamanha efervescência política e professores tão exigentes. Mas o que importa aqui é a política. Até sobre as provincianas disputas estudantis daqueles anos incidiam os reflexos da Guerra Fria. Os comunistas do Julinho - e havia muitos - cantavam uma espécie de grito de guerra em que se anunciava que "a vil reação vai virar sabão". Havia estudantes profissionais, com idade para serem pais dos colegas, incumbidos, pelo "Partidão", de angariar militantes para a prenunciada cadeia produtiva de sebos e sabões que usaria como matéria-prima a nós, os adolescentes da "direita reacionária". Ainda hoje, quando encontro por aí alguns desses camaradas, me retornam à mente suas desajeitadas figuras juvenis cantando ameaçadores refrões pelos corredores do colégio.


Posteriormente, na Faculdade de Arquitetura, testemunhei o upgrade da insanidade ideológica. Professores expurgados, colegas que desapareciam para, meses depois, reaparecer no Chile ou em algum lugar da Europa. Aquilo mexeu comigo. Como era contra radicalismos e violências suscitei malquerenças de ambas as trincheiras. Protestei contra o expurgo de professores. Fui fichado no DOPS. Reinava a desarmonia nas turmas, construíam-se sólidas inimizades e havia um mal-estar permanente nas salas de aula e na política estudantil. O país inteiro, aliás, não teve mais normalidade institucional até a eleição de Tancredo Neves. Sequestravam-se de diplomatas. Colegas envolveram-se numa ação fracassada contra o cônsul norte-americano em Porto Alegre. Bombas explodiam em atos terroristas. Assaltos a bancos, carros fortes, joalherias e supermercados eram "ações expropriatórias" para atender a crescente demanda da revolução comunista por recursos financeiros. A esquerda dava uma de Fidel e Che - os Batman e Robin da luta armada latino-americana. Sequestrava aeronaves, explodia quartéis, roubava armamentos. E repressão, claro. Como não?


Por volta de 1985, a abertura estava concluída. Haviam retornado os que saíram do país. Foram criados novos partidos. Completara-se a anistia de 1979 com o perdão aos que haviam cometido crimes de sangue. O passado não era consertável, mas o futuro sim.


Contamos, hoje, mais de um quarto de século de estabilidade num ambiente político marcado, até aqui, por muito menos ódios e ressentimentos. No próximo pleito presidencial, os adversários do regime instalado em 1964 terão exercido o poder por duas décadas consecutivas. Fernando Henrique esteve no exílio. Lula tinha sido líder sindical, passou uns dias na cadeia e fora afastado da presidência do seu sindicato. Em 2010 elegeu-se uma companheira em armas, como a ela se referiu o bem informado José Dirceu quando lhe passou a chefia da Casa Civil. Vinte anos.


Como podem, agora, falar em Comissão da Verdade para "pacificar o país" e "completar a redemocratização"? Nada desmente mais essa farsa revisionista e revanchista do que o estresse político causado nas últimas semanas por sucessivos episódios. Vivem eles a nostalgia dos ideais revolucionários que se corromperam no poder. Foram-se as utopias e sucumbiu a reputação. É preciso, agora, posar como flagelados de uma guerra santa, como heróis e mártires de uma ingente luta pela democracia. É preciso suscitar ódios para recuperar o amor - ainda que seja, apenas, o amor próprio.


Falsários! Com a dócil e emasculada aquiescência dos herdeiros do MDB, mais interessados em gravitar perto das prateleiras do almoxarifado do poder, tomam nas impróprias mãos uma bandeira democrática que nunca ergueram, fosse para defender a democracia, como alegava fazer a ARENA, fosse para a restaurar enquanto esteve perdida. Em momento algum daqueles anos loucos usaram a palavra democracia de um modo que não fosse para a desqualificar como serva dos interesses da burguesia. Quando sequestraram o embaixador norte-americano Burke Elbrick, exigiram e conseguiram que fosse lido um manifesto em rede nacional. Com uma oportunidade de ouro dessas nas mãos, falaram em democracia? Não! Nem de passagem. Falaram em novos assaltos, sequestros, "justiçamentos" e extensão da guerrilha ao campo. Os panfletos que deixavam nos locais de suas ações tampouco usavam essa palavra. Os nomes das dezenas de organizações que atuaram no período ostentavam os vocábulos marxista, leninista, maoísta, revolucionário, comunista, socialista, proletário. Mas a palavra "democrático" jamais aparece! Não há um "D" em qualquer das siglas. Então, para alcançarem o intuito - bem stalinista, por sinal - de reescrever a história será preciso passar a borracha em muita coisa redigida por eles mesmos.


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* Percival Puggina (67) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.


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quarta-feira, 4 de abril de 2012




A VIDA EM PERIGO



Ministro do STF escreve sobre aborto em Reformador
O jurista Eros Roberto Grau que, recentemente, aposentou-se do Supremo Tribunal Federal, escreveu o artigo “Pequena nota sobre o direito a viver”, especialmente para a revista Reformador, publicado na edição de setembro (p. 14 e 15). O autor se posiciona contra o aborto de anencéfalos, afirmando que “o nascituro é protegido pela ordem jurídica, e que sua dignidade humana preexiste ao fato do nascimento”.



Leia o artigo na integra aqui.
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Transcrito de Notícias da Federação Espírita Brasileira.





OS CRISTÃOS VERDADEIRAMENTE EVANGÉLICOS E OS OUTROS DOGMÁTICOS

José Reis Chaves

Os espíritas adotam uma teologia exclusivamente bíblica e evangélica, tanto na teoria como na prática.

Sem querer fazer sectarismo, eu tenho demonstrado que o espiritismo é a religião cristã mais bíblica e mais evangélica, e que os líderes religiosos de outras crenças cristãs usam a Bíblia, erradamente, para atacarem-no. E assim nada melhor do que nós usarmos também a própria Bíblia para demonstrar-lhes as verdades ignoradas por eles.

O clero católico, geralmente, não ataca mais o espiritismo. Já os líderes protestantes e evangélicos, em sua maioria, continuam atacando-o. E fazem isso, salvo raras exceções, porque têm medo de perder dizimistas. Mas como ensina o dito, a mentira tem pernas curtas. E assim é que, em 1930, os espíritas eram presos por estarem assistindo a uma palestra num centro espírita. Hoje, cerca de 80% dos católicos de cidades maiores e de porte médio frequentam as casas espíritas. Mas ainda existe uma minoria de católicos e uma maioria de protestantes e evangélicos com mentalidade semelhante à de 1930. Porém, com a evolução, eles ainda vão encontrar também a verdade, se não nesta reencarnação, numa outra, pois a misericórdia de Deus, por ser infinita, não cessa com a morte do homem de barro. E, como prometeu o excelso Mestre, nada ficará oculto.

E vamos aos fatos. “Eu era um bom rapaz, por isso caí num corpo perfeito.” (Sabedoria 8:19 e 20). Aqui são claras a preexistência do espírito, antes da concepção, a lei de causa e efeito ou cármica e a reencarnação. Mas no tumultuado e polêmico Concílio Ecumênico de Constantinopla (553), por influência do imperador Justiniano e sua esposa Teodora, um dogma condenou a reencarnação, que, até então, era aceito pela Igreja. “Temos dois corpos, um material e outro espiritual, ressuscita o espiritual.” (1 Coríntios 15:44). “Os ressuscitados são iguais a anjos.” (são Mateus 22:30). Ora, anjos não têm corpos. O Espírito Santo, pela Bíblia, é o espírito que somos. “Farei levantar-se entre vós um homem de um Espírito Santo chamado Daniel.” (Daniel 13: 45). “Nosso corpo é santuário de um (no original grego é “de um”) Espírito Santo.” (1 Coríntios 6:19). Mas há um dogma que diz que o Espírito Santo seria o da Santíssima Trindade, a partir do Concílio Ecumênico de Constantinopla (381). Entre os teólogos e exegetas sinceros e de bom senso, embora isso seja reservado, não se discute mais que o espírito de Elias é o mesmo de João Batista. (Mateus 11:14; 17:13; e 11: 9 e 10; e Malaquias 3:1; 4:5). Realmente, o espírito de Elias é o mesmo de João Batista e o Precursor de Jesus. E quem negar que Elias é o próprio João Batista, nega também a profecia de Malaquias de que Elias é o Precursor. E quem seria o Precursor de Jesus, se não fosse João Batista o próprio Elias?

Com o devido respeito, tenho dito que, infelizmente, todo dogma é polêmico, e é polêmico, justamente, porque não tem o apoio bíblico, e quando não é contra a Bíblia.

Todas as igrejas cristãs vivem mais em torno dos dogmas, sendo, pois, mais dogmáticas do que bíblicas e evangélicas. O espiritismo é a exceção, já que segue a Bíblia e, principalmente, o evangelho, pelo que é a única corrente cristã verdadeiramente evangélica. Daí que ele é furiosamente atacado com todas as armas, inclusive as mentirosas e caluniosas, pelas demais correntes cristãs, exceto, hoje, pela Igreja!


PS:

Veja notícias de eventos espíritas, entrando em

http://ismaelgobbo.blogspot.com/



Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Ficarei grato pela citação nelas de meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM (SP), “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.


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