quarta-feira, 31 de março de 2010


Cidinha Livre


A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro foi palco de um dos mais incisivos discursos contra a corrupção em nossos tempos atuais.

Veja o vídeo em que a deputada estadual e veterana radialista Cidinha Campos (PDT) atacou uma das máfias do Rio de Janeiro, com uma ênfase que devia ser adotada por todos os segmentos esclarecidos da sociedade brasileira:

http://www.youtube.com/watch?v=G-SHAak_stc&feature=email

Transcrito do Blog "Alerta Total":

http://www.alertatotal.net/

terça-feira, 30 de março de 2010

PANORAMA MUNDIAL E DO BRASIL

Aristoteles Drummond, jornalista, é vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro

A China não para de crescer. Está melhorando seu mercado interno, investindo pesado na infraestrutura, buscando adquirir ativos de produtos de que carece para manter o ritmo. Quer crescer e dominar o mundo pelos preços, pela qualidade e pela política cambial. E tem quase um trilhão de dólares em papéis de emissão do Tesouro americano. E ninguém sabe o que se passa na cabeça de sua cúpula política.

Os EUA vivem uma crise econômica, mas também política. A possibilidade da não renovação do mandato do presidente Obama, que tem sido um perplexo moderado, é para ser avaliada e depende da direita ter um nome com habilidade.

As economias tradicionalmente fortes, superadas pela China, como Alemanha e Japão, aspiram a um crescimento modesto, pelo menos, nos próximos cinco anos. A União Europeia vive o drama dos governos socialistas irresponsáveis da Grécia, Portugal, Espanha. A Itália não preocupa, é um caso a parte e governá-la nunca foi difícil, mas, sim, impossível, como já dizia o Duce. Mas é um caso diferente. Rússia e África do Sul terão de conviver com a corrupção e desorganização durante alguns anos antes de aproveitarem suas potencialidades, que são muitas.

O Brasil estaria bem, se tivesse investido na infraestrutura. Continuamos sem portos, aeroportos, estradas e, hoje, temos energia por termos muita água acumulada e um consumo moderado. A desburocratização e simplificação fiscal – e menor peso tributário, é claro – não saíram do papel. Agora ainda temos o fator político a inibir investimentos. Temos dois candidatos de esquerda e uma política externa que já apagou a bela imagem do presidente Lula, que, pessoalmente, resiste por seu carisma pessoal.

Nosso crescimento é limitado pela infraestrutura insuficiente. Além de políticas trabalhistas que tornam o risco na mão-de-obra maior do que o Leste Europeu, por exemplo. Demorar em definir a questão do petróleo – que tornará os compromissos do Rio com o Comitê Olímpico e a FIFA impossíveis de serem atendidos – pode nos custar forte descrédito.

Todo cuidado é pouco. Este ano não vai será de bonança. Vamos iniciar um processo de diminuição de reservas, podemos sofrer saques nos mercados de renda fixa e variável no primeiro espirro mundial.

Transcrito da página do jornalista Aristóteles Drummond:

http://www.aristotelesdrummond.com.br/

sábado, 27 de março de 2010


JUSTIÇA, PÁTRIA E LIBERDADE.

Por Arlindo Montenegro

Desde a antiguidade os homens entendem Justiça como "execução da Lei". Nos primórdios era "distribuída" diretamente pelos reis, magistrados e sacerdotes. Em virtude de sua gênese, como "religião aplicada às relações dos homens entre si", carrega até hoje a marca do sagrado.

Mas do sagrado, da crença religiosa, veneração e respeito dos homens aos seus deuses, resta hoje apenas o cerimonial desfigurado por togas que desprezam a ética. A ética marca do comportamento e autoridade dos que acreditam na Justiça Divina. Tudo se desenvolveu a partir das ideias coletivistas, cuja fonte é a descrença, o ateísmo e consequentemente a pretensão de que o homem pode tudo, sem pedir licença e sem agradecimento ao seu Deus, pela vida transitória.

A Justiça que propalam estar disponível como o ar que respiramos – propaganda enganosa! – é hoje simplesmente a vontade do poder. Na Grécia antiga Platão a identificava "como interesse dos privilegiados". Nos nossos dias o círculo de "privilegiados", que se apossaram do direito à margem das “regras para todos”, resume-se ao "rei" e sua corte mais íntima. O resto é o resto, que espera a Justiça para as calendas gregas.

O Estado toma propriedades e decide pagar com “precatórios”, estelionato oficial. O Estado decide privilegiar costumes exóticos e inverte o senso cultural de justiça, punindo crenças e costumes tradicionais. O Estado agride direitos tradicionais e formais e os magistrados interpretam a Lei, protelando a justiça até que novas leis, preferencialmente internacionais, possam ser interpostas, desfigurando a distribuição da Justiça apoiada na Lei prevalecente.

Assim esperam todos os que trabalham, o dia dos salários dignos. Assim esperam os aposentados, depois de confiar sua poupança para a velhice ao Estado, que os poderosos governantes paguem o que lhes pertence por direito inalienável, para uma velhice digna e menos tormentosa. Mas para pedófilos, traficantes de drogas, bandidos, políticos que roubam e matam, a Justiça é bondosa, “humana” no interesse de poderes internacionais. O Estado aterroriza para manter seus controladores no poder contra toda a Nação.

Como vivemos no vórtice da podridão coletivista, podemos afirmas que Marx - que até os 18 anos escreveu poemas de fé cristã - seus antecessores e sucessores, elegeram Satã como a deidade a quem dedicaram suas vidas e obras, caracterizadas pelo poder privilegiado de um grupo reduzido, iludindo e escravizando todos os cidadãos: o Estado controlador de tudo e que submete a todos.

A elite que bagunçou o coreto da civilização cristã, iludiu os povos, saqueando e pilhando riquezas culturais e econômicas com a violência de guerras continuadas. Desfigurou as religiões e nos dias atuais conduz os habitantes do planeta a adotar o Estado como igreja, os mandantes como únicos executores de leis que só eles conhecem e transmutam a sua conveniência.

Os magistrados apenas obedecem. Supõe-se que dominem o cipoal de leis que limitam até os pensamentos e fundamentam a distribuição de justiça, que depende da interpretação, da pronúncia exata, do rito. A interpretação e a distribuição varia de acordo com as crenças do magistrado e a vontade do rei à frente do Estado. Ocupar a posição de rei no Estado coletivista é o mesmo que estar investido com os poderes de uma deidade.

O caráter sagrado e cristão do respeito ao outro, que parecia fundamentar as normas da sociedade ocidental, revestia as Leis e execução da Justiça em sua origem. Sinalizava para o Poder Supremo e transcendente, presente no invisível mas determinante mundo espiritual, essência humana. Imposta uma concepção que atribui ao homem e suas instituições o poder supremo, a sociedade mantida na ignorância, sem acesso à informação, apenas trabalha, para manter o Estado que se apossa voraz e compulsoriamente dos resultados econômicos do trabalho, chegamos ao ponto crucial da redução acelerada dos direitos e liberdades, mérito e justiça.

Impérios, monarquias, aristocracias , feudos, oligarquias e democracia – direitos políticos, eleição de governantes e representantes, cuja missão importava em zelar pelo bem comum, nada disso contribuiu para assegurar a liberdade individual e pavimentar os caminhos da evolução. A justiça social sobrepondo-se à justiça individual, a evolução atropelada pela revolução, marca a história da involução, da violência material que bestifica o homem comum.

O mesmo sentido de Pátria, pedaço de terra que contém a matéria dos pais e antepassados, terra sobre a qual “flutua” a energia – o espírito essência dos pais e antepassados e que por isso mesmo merecia o respeito, veneração, culto, amor - é um sentido, uma percepção ausente da formação coletivista.

A velha concepção de Justiça, limitava a liberdade no marco dos deveres de cada cidadão para com a Pátria. A Justiça imposta pelos privilégios do rei no Estado Totalitário, restringe a Liberdade. Para uns poucos, resta a liberdade de pensar, sem as peias da lavagem cerebral que transforma as multidões em vassalos do rei, em gado encurralado.

Pensar e crer são as frágeis barricadas que abrigam os que conservam os costumes de uma civilização humana abandonada, jogada ao lixo pelos coletivistas, chamem-se liberais, socialistas, neo democratas, stalinistas e outros derivativos, meras ilusões.

Quem dera possamos algum dia inaugurar um estado democrático de direito! Quem dera que possamos ainda ser capazes de abraçar os deveres que garantem a liberdade! Quem dera que ainda haja tempo para restaurar a dignidade, a fé, o amor à Pátria, sentindo o calor do amor e respeito humano!

Transcrito do Blog "Viver de Novo":
http://montenegroviverdenovo.blogspot.com/


NÃO! OS QUEIMADORES DE LIVROS DE DILMA E BEBEL NÃO SALVAM NINGUÉM. ELES DÃO É PAULADAS NA CARA DE MULHERES POLICIAIS

sábado, 27 de março de 2010 | 17:38

Vejam esta foto. Viram?

policial-carregada

Ela está em todos os blogs dos petralhas. Vagabundos que escrevem a soldo viram na imagem do fotógrafo Clayton de Souza, da Agência Estado, um momento sublime da solidariedade humana, verdadeira poesia em meio à guerra. Segundo eles, um dos comandados de Dilma e Bebel, a chefe da baderna e da depredação promovida pela Apeoesp, carrega um policial ferido. A imagem seria uma emblema da grandeza dos grevistas.

Pois é. Não se trata de UM policial, mas de UMA POLICIAL. Ela se chama Érica Cristina Moraes de Souza. O HOMEM QUE A CARREGA NÃO É UM DOS TONTONS-MACUTS DA BEBEL, NÃO! Trata-se de um policial.

Érica foi covardemente agredida por um dos marmanjos da Apeoesp: LEVOU UMA PAULADA NO ROSTO, COM FERIMENTOS SÉRIOS NO NARIZ E NA BOCA.

OS QUEIMADORES DE LIVROS DE DILMA E BEBEL TAMBÉM DÃO PAULADAS NA CARA DE MULHERES. E, no caso, Érica é uma mulher e tanto: veste um uniforme e tem a coragem de defender a segurança pública.

Não, canalhas!

Os “homens” de Dilma e Bebel não salvam ninguém!
Os “homens” de Dilma e Bebel quebram a cara de mulheres!

Até que Dilma não se desculpe por ter dado apoio público a Bebel, que admitiu fazer uma “greve política”, continua co-responsável pela arruaça. Assim, os arruaceiros continuarão a ser chamados aqui de “a tropa de choque de Dilma e Bebel”, “os queimadores de livros de Dilma e Bebel”, os “tontons-maCUTs de Dilma e Bebel”.

Transcrito do Blog do Reinaldo Azevedo:

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/


quarta-feira, 24 de março de 2010


ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA... É MESMO?

Por Paulo Cesar de Castro

Por meio do Decreto Nº 6703, de 13 de dezembro de 2008, o Presidente da República aprovou a Estratégia Nacional de Defesa, referendada por dois de seus ministros, o da Defesa e o Secretário de Assuntos Estratégicos.

Estratégia do Estado ou do Governo brasileiro?

A cerimônia de assinatura, as entrevistas, os aplausos e o semblante de júbilo dos políticos participantes do ato de assinatura daquele Decreto levaram-me a imaginar tratar-se de Estratégia do Estado e não do Governo. Sobre este relevante aspecto a Exposição de Motivos Interministerial nº 00437/MD/SAE-PR, de 17 de dezembro de 2008, menciona Estado duas vezes1, citações que reforçaram minha esperança de que, de fato, estaria em minhas mãos um documento do Estado brasileiro.

Qual não foi a minha surpresa ao ver impresso, na capa do documento, o símbolo verde-amarelo-azul-branco-e-vermelho que identifica tudo o que emana do atual Governo Federal. Surgiu-me a primeira das dúvidas, será esta Estratégia Nacional um documento do Estado ou tão-somente mais um documento do Governo? O tempo dirá e quem viver verá.

Estratégia Nacional não é!

É sabido que qualquer estratégia nacional é a expressão do como empregar o poder nacional para conquistar os objetivos nacionais identificados e relacionados como tal na política nacional que, necessariamente, a antecede. Sem política nacional, como saber aonde se quer chegar com a estratégia nacional? Quais os objetivos nacionais que se quer atingir?

Por seu turno, a política nacional decorre de sérias, amplas, profundas e acuradas análises dos ambientes nacional, regional e internacional, o que inclui diagnosticar, também, o poder nacional. A estes passos a Escola Superior de Guerra, denomina “Fase de Diagnóstico” 2.

Pode-se, pois, afirmar que uma estratégia nacional de defesa consistiria em como aplicar o poder nacional para a consecução dos objetivos nacionais de defesa, estabelecidos em outro documento de Estado, prévio à própria estratégia, a política nacional de defesa. É óbvio que estes conhecimentos são de pleno domínio dos formuladores estratégicos, a exemplo dos militares, profissionais das armas, guerreiros preparados, sérios, dedicados, experientes e capacitados, em sucessivos e exigentes cursos, a elaborar planejamentos estratégicos.

Trabalhos nesta área profissional não são tarefas para amadores, curiosos, intelectuais alienígenas, políticos sem passado na área, especuladores cheios de boas intenções, marinheiros de primeira viagem ou outros do mesmo naipe. À formulação estratégica nacional cabe como uma luva a conhecida máxima: “profissionais não se improvisam!”

E o que sabemos a respeito da Política Nacional de Defesa? Nada? Ela não existe? Não acredito! Mas nós, os contribuintes, não pagamos a um ministro e a um secretário de assuntos estratégicos para que a formulem e a proponham ao dirigente máximo? Como ousaram?

E como é possível formular Estratégia Nacional de Defesa sem se saber os Objetivos Nacionais de Defesa? Milagre? Mágica? Inspiração? Alquimia? Sexto sentido? Premonição? Deixo as possíveis respostas à reflexão do leitor. Posso garantir que militares, por mais experientes, conhecedores, estudiosos, profissionais da arte da guerra e da paz, não se arriscariam a formular estratégias sem saber aonde se quer chegar, ou seja, desconhecendo os objetivos nacionais a atingir. Mas não é que a tal Estratégia Nacional de Defesa foi aprovada sem Política prévia? Que feio! “Um mico!”

Entretanto, muni-me de otimismo e procurei, na Estratégia Nacional de Defesa, a concepção de emprego do Poder Nacional para conquistar os Objetivos Nacionais de Defesa. A pesquisa e a leitura fizeram-me listar algumas dúvidas mais. Pergunto-me, ainda hoje, quais as ações estratégicas que caberão ao (à):

- Ministério das Relações Exteriores? Como a diplomacia atuará em cada Hipótese de Emprego?

- Ministério das Comunicações?

- Ministério dos Transportes?

- Ministério da Justiça? Como a Polícia Federal será empregada?

- Ministério da Agricultura?

- Ministério da Saúde?

- Ministério da Fazenda?

- Gabinete de Segurança Institucional?

- Governos dos Estados e do Distrito Federal? As Forças Auxiliares serão empregadas? Como?

Lamentavelmente, nada encontrei. A conclusão não poderia ser outra, este documento não é uma Estratégia Nacional de Defesa! Alguns chegaram a acreditar, mas, em verdade em verdade, concluí que o Brasil não tem Estratégia Nacional de Defesa! Que pena! Então, que raios de Estratégia é esta?

Estratégia de Defesa Nacional?

A página eletrônica do Ministério da Defesa permite ao pesquisador acessar a Política de Defesa Nacional, aprovada em 30 de junho de 2004, por meio do Decreto nº 5484, assinado pelo mesmíssimo Presidente da República que assinou a Estratégia Nacional (sic) de Defesa, em 2008. Referendaram-na o então Ministro da Defesa e o, ainda hoje, Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional.

A Política de Defesa Nacional, vigente à época em que se formulou a Estratégia objeto destas reflexões e ainda vigente, é um documento primoroso. É voltada, preponderantemente, para ameaças externas, estabelece objetivos e diretrizes para o preparo e o emprego da capacitação nacional, com o envolvimento dos setores militar e civil, em todas as esferas do Poder Nacional. Ao estudá-la, constata-se, de imediato, que resulta do trabalho de profissionais competentes, sérios, capacitados, preparados e reflexivos.

Aos estudiosos e leitores da Estratégia Nacional (sic) de Defesa recomendo prévia abordagem da Política de Defesa Nacional. Lá estão os Objetivos da Defesa Nacional3, vale dizer, lá está o que se deseja alcançar com a Estratégia de Defesa Nacional. Lá está o que se deve alcançar com a dita Estratégia Nacional (sic) de Defesa, se esta for aquela. As Orientações Estratégicas seguem-se aos Objetivos e as Diretrizes finalizam a Política de Defesa Nacional.

Então, já que o documento de 2008 não é Estratégia Nacional de Defesa, resta-lhe ser Estratégia de Defesa Nacional, sem o que, não lhe sobra alternativa. Ainda bem!

A Estratégia atende à Política! É um Plano?

Voltei-me para aquela que não é Estratégia Nacional, com esperança e quase certeza de que estaria lendo a Estratégia de Defesa Nacional. Li, reli, tornei a ler, pedi para que outros lessem e, incrível, não encontrei qualquer menção à Política de Defesa Nacional em vigor! Pode isto? Pois é, pode.

“Que maneiro”, ambos são documentos assinados pelo mesmo Presidente da República! Ah, diriam, a Política de Defesa Nacional deve ter sido revogada... Mas não foi! Ela vige! A confusão aumentou ainda mais. Será que não é nem Estratégia Nacional (sic) de Defesa, nem Estratégia de Defesa Nacional? Deus me ajude!

A Exposição de Motivos Interministerial nº 00437/MD/SAE-PR, a que já me referi, textualmente, dirige-se ao Presidente da República dizendo que “5. O Plano é focado em ações estratégicas de médio e longo prazo e objetiva modernizar a estrutura nacional de defesa...”

Ah, acho que encontrei, não é uma Estratégia, é um Plano! Será que li Plano com maiúscula? Sim, é isto mesmo que está escrito. Então é Estratégia ou é Plano? Quem quiser que assuma a responsabilidade pela resposta, mas eu não me arrisco. “Saravá, pé-de-pato, mangalô três vezes!” É nisto que dá entregar tarefas profissionais a amadores curiosos.

Chegamos então a este ponto: a Estratégia Nacional (sic) de Defesa não é o que seu título leva a crer. Ela, se for a Estratégia de Defesa Nacional, não atende e nem decorre da Política de Defesa Nacional vigente. Ela é chamada, por seus formuladores de Plano. Incrível, não é mesmo? Mas seria válido esperar mais do que isto?

A Estratégia sem Recursos

Em The Utility of Force4, o General Rupert Smith afirma claramente que sem dinheiro não há estratégia5. Esta verdade cristalina levou os profissionais das armas, no Brasil, a vibrarem com a assinatura da Estratégia Nacional (sic) de Defesa. Enfim, o Governo Federal irá alocar recursos para que possamos atender à destinação constitucional das Forças Armadas. Que bom!

O Exército Brasileiro, por exemplo, sabe exatamente o que precisa e quer,
quando precisa e quer e quanto custará. Apresentou aos que assinaram e referendaram a Estratégia um planejamento exemplar, intitulado Estratégia Braço Forte, trabalho de profissionais com vistas voltadas exclusivamente ao cumprimento de sua missão! Desconheço, mas estou convicto de que as Forças co-irmãs procederam de igual forma. Admiro-as e amo-as, também.

E o que fez o laborioso Governo Federal? No orçamento de 2009 nada consignou para implementar sua própria Estratégia Nacional (sic) de Defesa.

Argumentam os otimistas que o orçamento 2009 já estava pronto antes da aprovação da Estratégia. Os que assim pensam não aceitam falar de créditos extraordinários e suplementares, sem o que ficariam sem a escada. Ficou nisto? Não!

O Presidente da República, Comandante Supremo das Forças Armadas, signatário da Estratégia e da Lei Orçamentária, contingenciou os orçamentos das Forças Armadas. E fê-lo a tal ponto que levou o Comandante do Exército a planejar o licenciamento antecipado dos recrutas e a reduzir, também antecipadamente, o expediente de sua Força.

Felizmente, graças a todos os santos e orixás, o respeitável Senhor descontingenciou o orçamento no final do ano e foi possível ao Exército comer e trabalhar. Que magnanimidade!

Mas os crentes tiveram outra frustração, o orçamento de 2010. Esse sim? Nada! E como é que fica a tal Estratégia (sic)? Mera carta de intenções? Não é assim, “meu”, diriam meus camaradas paulistas, é em longo prazo!...Ah, bem, conformo-me.

Estado-Maior Conjunto (sic) das Forças Armadas

A doutrina militar brasileira, produto da experiência, estudo, exercitação, conhecimento, capacitação, profissionalismo e saber de seus marinheiros, soldados e aviadores, contempla dois conceitos distintos: conjunto e combinado. À justa exceção dos amadores, sabemos nós que a distinção prende-se a: haver unidade de comando, como no caso de operações combinadas e de comandos combinados; e a não haver comando único, mas coordenação de ações. Qualquer principiante em Ciências Militares sabe disto.

Mas nossos amadores optaram por traduzir diretamente do Inglês o modelo que os extasiou. Para satisfazê-los deveremos fingir que aceitamos a tradução literal, o que os levou a criar algo esdrúxulo, o Estado-Maior Conjunto (sic) das Forças Armadas. Este futuro órgão, que a meu simples ver, nada mais foi do que tentar impor mais um nível de comando entre o Presidente da República e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Afinal, o que o tal Estado-Maior fará que o atual Estado-Maior de Defesa não pudesse fazer? Fiquei sem resposta. Você, ilustre leitor, já viu a proposta de como se estruturará esta magnífica invenção? Ao futuro chefe do estado maior conjunto subordinar-se-ão três outros oficiais-generais de quatro estrelas! Pois é, eis o se pode esperar quando se entrega a amadores tarefas como esta. E olha que não falei das intenções do Governo que representam: confiáveis? Será?

CONCLUSÕES

É triste, mas sou forçado a afirmar que:

1. Não há qualquer garantia de que a Estratégia Nacional (sic) de Defesa seja um documento do Estado Brasileiro.

2. Não existe Política Nacional de Defesa que fixe os Objetivos Nacionais de Defesa, o que inviabiliza qualquer tentativa séria de formular uma verdadeira Estratégia Nacional de Defesa.

3. O documento que o Governo intitulou de Estratégia Nacional (sic) de Defesa poderia, quando muito, ser algo como mera tentativa de formular uma Estratégia de Defesa Nacional.

4. Está em vigor a Política de Defesa Nacional, documento primoroso e exemplar de planejamento de defesa.

5. A Política de Defesa Nacional e a Estratégia dita Nacional (sic) de Defesa são assinadas pelo mesmíssimo Presidente da República.

6. A Estratégia Nacional (sic) de Defesa ignorou totalmente a Política de Defesa Nacional, o que a afasta de se apresentar como genuína Estratégia de Defesa Nacional.

7. A Estratégia Nacional (sic) de Defesa é um Plano, segundo a exposição que seus ministros formuladores apresentaram ao Presidente da República.

8. Sem dinheiro não há estratégia. É o caso em apreço.

9. O tal Estado-Maior Conjunto (sic) das Forças Armadas é esdrúxulo por concepção:
um quatro-estrelas chefiando outros três quatro-estrelas! Para quê?

10. O dito Estado-Maior Conjunto (sic) é tentativa de copiar um modelo alienígena, com o objetivo não explícito de diminuir o poder dos Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica.

Para terminar, lembro a todos: PROFISSIONAIS NÃO SE IMPROVISAM!

Então, por que não nomear um almirante-de-esquadra ou um general-de-exército ou um tenente-brigadeiro para ser o Ministro da Defesa? Ah, eles não confiam? Por quê?
E nós, confiamos? Por quê? Somos obrigados a confiar? Por quê? Até quando?

Que Deus nos abençoe!

Paulo Cesar de Castro é General de Exército.

1 - No parágrafo 4. “... e em função da natureza do seu conteúdo ser dirigido à concretização dos interesses do
Estado e de toda a sociedade...” E no parágrafo 9. “... formular um planejamento de longo prazo para a defesa
do País é fato inédito no Estado brasileiro.”
2 - Brasil – Método para o planejamento estratégico. Rio de Janeiro: A Escola, 2009.
3 - Em 5. OBJETIVOS DA DEFESA NACIONAL, da Política de Defesa Nacional.
4 - Alfred A. Knopf, NewYork, 2007.
5 - Página 21 de The Utility of Force.

Bibliografia:

- Brasil. Decreto Nº 6.703, de 18 de dezembro de 2008.
- _____. Exposição de Motivos Interministerial nº 00437/MD/SAE-PR, de 17 de dezembro de 2008.
- _____. Estratégia Nacional de Defesa, anexa ao Decreto Nº 6.703, de 18 de dezembro de 2008.
- _____. Política de Defesa Nacional, aprovada pelo Decreto nº 5484, de 30 Jun 05. Em:
www.defesa.org.gov.br.
- Smith, General Rupert. The Utility of Force. New York, 2007.


Transcrito do "Alerta Total" desta quarta-feira:
http://www.alertatotal.net/

segunda-feira, 22 de março de 2010


DELÚBIO SOARES PAGA PARA SER PATRONO DA TURMA E FALAR SOBRE ÉTICA!


(Veja, 20) 1. O homem de terno e gravata é um professor, o patrono da turma, o escolhido para render homenagens aos alunos. "É muito importante a ética na política, na educação e na cultura do povo", afirmou o professor, diante dos olhares atentos de mais de quatro centenas de convidados. E concluiu sua pregação: "É importante ter ética em tudo o que se faz na vida".

2. O homem que está no epicentro do maior escândalo de corrupção da história do Brasil, que manuseou milhões de reais em dinheiro roubado dos cofres públicos, agora empenha seus fins de semana pregando ética a jovens. Bonito, se estivesse cumprindo uma expiação. Mas nem isso é o que parece. O ex-tesoureiro petista foi homenageado pela turma de futuros administradores por seu principal talento - a capacidade de arrumar dinheiro.

3. Conta o presidente da comissão de formatura: "A gente ficou sabendo que o Delúbio gostava de participar desse tipo de festa, inclusive ajudando financeiramente. Fomos até sua fazenda e fizemos o convite para ele ser o nosso padrinho. Ele topou na hora e, aí, a gente perguntou se ele poderia dar uma ajudazinha nas despesas. Ele perguntou de quanto. Deixamos por conta dele". Dias depois do convite, em novembro, o ex-tesoureiro depositou 6 000 reais na conta da comissão. "A gente sabe que a fama dele é horrível, mas fazer o quê, se ele pode bancar a festa?", justifica Cezar Barros.

Transcrito do Ex-Blog do Cesar Maia.

Comento;
Sou do tempo onde os estudantes eram idealistas e éticos, às vezes ingênuos, passíveis de manipulação; mas, jamais, hipócritas e venais.

sábado, 20 de março de 2010



A colisão entre um político sem grandeza e um estadista




14 de março de 2010 - AUGUSTO NUNES


Traídos pela indiferença ultrajante do Itamaraty, afrontados pela infame hostilidade do presidente da República, presos políticos cubanos e dissidentes em liberdade vigiada endereçaram ao presidente da Costa Rica o mesmo pedido de socorro que Lula rechaçou. Fiel à biografia admirável, Oscar Arias nem esperara pela chegada do apelo (que o colega brasileiro ainda não leu) para colocar-se ao lado das vítimas do arbítrio. Já estava em ação ─ e em ação continua.

Neste sábado, Arias escreveu sobre o tema no jornal espanhol El País. O confronto entre o falatório de Lula e trechos do artigo permite uma pedagógica comparação entre os dois chefes de governo:

LULA: “Lamento profundamente que uma pessoa se deixe morrer por fazer uma greve de fome. Vocês sabem que sou contra greve de fome porque já fiz greve de fome”.
ARIAS: “Uma greve de fome de 85 dias não foi suficiente para convencer o governo cubano de que era necessário preservar a vida de uma pessoa, acima de qualquer diferença ideológica. Não foi suficiente para induzir à compaixão um regime que se vangloria da solidariedade que, na prática, só aplica a seus simpatizantes. Nada podemos fazer agora para salvar Orlando Zapata, mas podemos erguer a voz em nome de Guillermo Fariñas Hernández, que há 17 dias está em greve de fome em Santa Clara, reivindicando a libertação de outros presos políticos, especialmente aqueles em precário estado de saúde”.

LULA: “Eu acho que a greve de fome não pode ser utilizada como pretexto para libertar pessoas em nome dos direitos humanos. Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade”.
ARIAS: “Seria perigoso se um Estado de Direito se visse obrigado a libertar todos os presos que decidirem deixar de alimentar-se. Mas esses presos cubanos não são como os outros, nem há em Cuba um Estado de Direiro. São presos políticos ou de consciência, que não cometeram nenhum delito além de opor-se a um regime”.

LULA: “Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubanos”.
ARIAS: “Não existem presos políticos nas democracias. Em nenhum país verdadeiramente livre alguém vai para a prisão por pensar de modo diferente. Cuba pode fazer todos os esforços retóricos para vender a ideia de que é uma “democracia especial”. Cada preso político nega essa afirmação. Cada preso político é uma prova irrefutável de autoritarismo. Todos foram julgados por um sistema de independência questionável e sofreram punições excessivas sem terem causado danos a qualquer pessoa”.

LULA: “Cada país tem o direito de decidir o que é melhor para ele”.
ARIAS: “Sempre lutei para que Cuba faça a transição para a democracia. (…) O governo de Raúl Castro tem outra oportunidade para mostrar que pode aprender a respeitar os direitos humanos, sobretudo os direitos dos opositores. Se o governo cubano libertasse os presos políticos, teria mais autoridade para reclamar respeito a seu sistema político e à sua forma de fazer as coisas”.

LULA: “Não vou dar palpites nos assuntos de outros países, principalmente um país amigo”.
ARIAS: “Estou consciente de que, ao fazer estas afirmações, eu me exponho a todo tipo de acusação. O regime cubano me acusará de imiscuir-me em assuntos internos, de violar sua soberania e, quase com certeza, de ser um lacaio do império. Sem dúvida, sou um lacaio do império: do império da razão, da compaixão e da liberdade. Não me calo quando os direitos humanos são desrespeitados. Não posso calar-me se a simples existência de um regime como o de Cuba é uma afronta à democracia. Não me calo quando seres humanos estão com a vida em jogo só por terem contestado uma causa ideológica que prescreveu há anos. Vivi o suficiente para saber que não há nada pior que ter medo de dizer a verdade”.

Oscar Arias é um chefe de Estado. Lula é chefe de uma seita com cara de bando.

Arias é um pensador, conhece a História e tenta moldar um futuro mais luminoso. Lula nunca leu um livro, não sabe o que aconteceu e só pensa na próxima eleição.

Arias é justo e generoso. Lula é mesquinho e oportunista.

Arias se guia por princípios e valores. Lula menospreza irrelevâncias como direitos humanos, liberdade ou democracia.

O artigo do presidente da Costa Rica, um homem digno, honra o Nobel da Paz que recebeu. A discurseira do presidente brasileiro, um falastrão sem compromisso com valores morais, tornou-o tão candidato ao prêmio quanto Fidel, Chávez ou Ahmadinejad.

A colisão frontal entre o que Lula disse e o que Arias escreveu escancarou a distância abissal que separa um político sem grandeza de um estadista.

Recebido por e-mail.

sexta-feira, 19 de março de 2010


Grécia de novo, mas a taxa de juros é absurda, segundo o primeiro ministro grego.


A declaração de George Papandreou mostra como a situação brasileira é absurda.

Olhe o caso da Grécia, atolada em dívidas e de chapéu na mão pedindo dinheiro. Ao mesmo tempo fazendo extensos cortes no orçamento, o que não agrada a população. Mas o fato é que a dívida só está sendo financiada a taxas de 3,05% ao ano e o primeiro ministro diz:

“As altas taxas de juros, 3,05% ao ano, pagas pela Grécia, anula as medidas tomadas pelo país para reduzir seus níveis de endividamento.”

Esse sujeito deveria vir ver a situação do futuro no Brasil, onde as taxas de financiamento da dívida são de 8,75% ao ano.

Quem vai querer emprestar dinheiro à Grécia que paga 3,05% quando pode emprestar ao Brasil que paga 8,75% ao ano?

Em tempo, acreditem no que lhes digo, a situação dos outros melhora, vai melhorar, e a que vai piorar é a nossa, quando verdadeiramente seremos a bola da vez na fuga de capitais. Basta um pouco mais de dívida crescente. Isso é especialidade petista.

Transcrito de Nathal & Candlesticks:

http://nathal.zip.net/



AUMENTA A CONFUSÃO DO PRÉ-SAL! SENADO VAI REDISCUTIR O SISTEMA DE EXPLORAÇÃO!


1. Lula criou uma enorme confusão em relação aos investidores, em relação à Petrobrás e em relação à Federação. Nem no Império, nem na República, produziu-se um conflito dentro da Federação pela distribuição de recursos tributários e para-tributários como esse. Isso tudo porque Lula resolveu mudar o sistema que funcionava, querendo adotar o sistema de partilha. Além disso, decidiu criar mais uma empresa estatal, contrariando a Petrobrás. E no final, fez explodir uma granada no colo da Federação.

2. Ontem, pelo menos 22 senadores afirmavam que vão rediscutir no Senado o sistema de partilha, com vistas a estabelecer para o Pré-Sal o mesmo sistema que opera hoje nas bacias petrolíferas. Ou seja, virá a emenda de senadores, e quem sabe até do senador-relator, retomando o sistema de concessão.

3. A probabilidade dessa emenda, ou mesmo parecer do senador-relator, ser aprovada no Senado é muito grande. Com isso, o Senado estará realizando pelo menos duas modificações: a) a garantia aos estados e municípios de que o que recebem hoje pelos royalties do petróleo não será alterado e caberá à parte do governo federal a compensação. b) restabelecer o sistema de concessão, o que torna a criação de uma nova empresa estatal inócua. E ainda economiza recursos, de bilhões de reais, que viriam para capitalizar essa nova empresa.

4. O governo quer ganhar tempo para ver se os pontos polêmicos ficam para depois das eleições. Mas os senadores não vão querer ficar com esta batata quente em suas mãos. Tendem a cumprir os prazos de urgência e devolver à Câmara de Deputados. Essa, por sua vez, vai aprovar pelo menos a parte de compensação aos EEs e MMs produtores e, com rapidez, com o que caberia ao governo federal a decisão final.

5. Observados os prazos de tramitação, a possibilidade maior é que as leis sejam submetidas a Lula dentro do processo eleitoral. E aí, qualquer decisão que tome -veto, sanção parcial, sanção total- desagradará muitos ou alguns. Uma cama de gato de difícil solução sem desgaste. Resta saber o que Dilma pensa disso tudo, pois na primeira oportunidade os repórteres a estarão questionando. E não vai dar para ficar calada ou enrolar. Será: sim ou não.


Transcrito do Ex-Blog do Cesar Maia.

terça-feira, 16 de março de 2010


A "ESQUADRA FLINT"!


Trechos da coluna de Cesar Maia na Folha de SP (13).

1. Beatriz Sarlo, ensaísta argentina, ensina que "o presente não é um momento único, mas responde a formações de média e longa duração. O presente se vive com paixões políticas, que o historiador não aceita sem que medeiem filtros teóricos e de método. Não somos historiadores de nosso presente, porque é impossível sê-lo" ("Clarín", 11/2).

2. Quem diz que está fazendo história, o que faz é se olhar no espelho. As relações entre os países americanos vêm desde as guerras de independência, que nos países hispânicos tomaram como referência a República construída nos EUA. No Brasil, da mesma forma, na superação do Império. No final do século 19, o debate político nos EUA centrou-se nas relações comerciais externas e em torno da política tarifária e acordos de reciprocidade.

3. Em 1889-90, realizou-se nos EUA a primeira Conferência Pan-Americana, matriz da futura OEA. Nela discutiram-se os acordos de reciprocidade. O primeiro deles é negociado com o Brasil, entre o ministro James Blaine e o representante brasileiro, depois cônsul, Salvador de Mendonça: o acordo Blaine-Mendonça.

4. A disputa do mercado brasileiro entre os EUA e a Europa culminou com o apoio europeu à Revolta da Armada, tentativa de golpe da Marinha, liderada pelo almirante Custódio de Melo, e depois o almirante Saldanha da Gama. Objetivo: derrubar o presidente Floriano Peixoto.
A baía da Guanabara foi ocupada pela presença ostensiva de navios de guerra europeus, em apoio aos da Marinha brasileira e com saudades da monarquia.

5. Floriano, nacionalista e industrialista, avesso ao acordo Blaine-Mendonça, terminou pragmaticamente cedendo, na busca de apoio militar dos EUA, que se deu com cinco navios de guerra. A estes se somou uma esquadra particular de navios de guerra (depois comprada pelo Brasil), construída pelo empresário norte-americano Charles Flint.

6. A "Esquadra Flint" chega ao Rio dando demonstração de força. O navio-chefe da Marinha dos EUA alertou com dois canhonaços, que levaram ao recuo e exílio de Saldanha da Gama. Dez anos depois, o embaixador Joaquim Nabuco (1905-10) acentuou a parceria preferencial com os EUA em outra Conferência Pan-Americana.

7. Este desenho da geopolítica continental completa 120 anos. A Argentina até hoje reclama. Mas agora, em 2010, o Grupo Rio criou mais um clube e excluiu os EUA. O governo "sub-15" do Brasil entrou nesta como já tinha entrado no caso de Honduras. Acha que está fazendo história. O que está mesmo é aquecendo a política chavista. E estimulando as relações bilaterais dos EUA com os países do continente, que já chegam a 60% deles.


Transcrito do Ex-Blog do Cesar Maia.

domingo, 14 de março de 2010

Publicação de Comentário

Publico, com destaque, o comentário da professora Fátima, devido a sua importância contra a injustiça sofrida pela sertanista Eunice Cariry.


Fátima disse...

Sou diretora da E.M Belmiro Medeiros onde estuda, desde 2004, a índia Cristiane Martins, moradora da Casa do Índio, tenho desde então, acompanhado de perto o excelente trabalho realizado pela Sra. Eunicy Cariry, a frente desta Instituição esquecida pelos órgãos competentes . Venho demonstrar minha indignação e insatisfação com a sua exoneração. A Casa do Índio está perdendo uma gestora competente, que tira leite de pedra e uma "mãe" para todos os índios que lá residem. Posso afirmar isso com muita certeza pois é nítido a forma carinhosa pela qual nossa aluna é tratada e que se refere a Cariry. Eu mesma já realizei campanha, na escola e igreja da qual faço parte, para arrecadar alimentos, já doei móveis e roupas em momentos muito difíceis pelos quais a Casa do Índio estava passando. Essa mulher é uma batalhadora, uma guerreira, que há 42 anos dedica sua vida a lutar pela inclusão destes índios esquecidos ou discriminados por suas tribos/sociedade. Quero fazer parte deste grupo que está lutando para que Cariry permaneça na Casa do Índio lutando como sempre fez, pelos direitos deste povo tão sofrido.
Coloco-me a disposição,
Fátima P. Moura ( fatimapmoura@uol.com.br )

sexta-feira, 12 de março de 2010


Globo Repórter, 19 de março: Chico Xavier.



O programa "Globo Repórter", da Rede Globo, no dia 19 de março, será sobre Chico Xavier e contará com a participação do Dr. Nubor Facure.
O canal Globo News reprisará o programa (sábado, 20, às 09:05 e domingo, 21, às 13:05, conforme a revista de programação).

ROYALTIES: COLOCARAM O BODE NA SALA!


1. A aprovação da emenda Ibsen, sequestrando os royalties sobre o petróleo do Rio, é como colocar a história do bode, que colocado e retirado da sala, terminou deixando a situação como estava e gerando alívio. O absurdo da emenda aprovada à lei de royalties tem como objetivo retornar ao texto anterior do relator e aprovar daquela maneira. Para o Rio, o texto anterior sangrava nossos direitos e, por isso, todos do Rio se opunham a ele. Agora, é o caos estabelecido.

2. Ontem à noite, em Brasília, senadores garantiam que o Senado fará o substitutivo, retomando o texto do relator, e que coordenará acordo para que seja ratificado pela Câmara de Deputados na volta. Isso parecerá um alívio. E é, em relação ao caos. Mas continuará sendo um retrocesso em relação ao que devia ser.

3. E Lula assistirá tudo, como sempre, da poltrona.


Transcrito do Ex-Blog do Cesar Maia.

quinta-feira, 11 de março de 2010



O general Santa Rosa e a Argentina.


Graça Salgueiro
17/02/2010

Recebi no dia 02 de fevereiro, de um amigo militar, cópia da nota escrita pelo general Maynard Marques de Santa Rosa que acabou causando sua exoneração do cargo de Chefe do Departamento-Geral do Pessoal do Exército. Quando a li me assombrei, não porque estivesse em desacordo com o conteúdo, mas pela coragem e destemor em dizer aquilo que muitos dentro das Forças Armadas pensam, mas poucos se atrevem a ser tão verdadeiros.

Uma semana depois e o alvoroço já tomava conta de jornais, sites e grupos de debates na internet. O general fora exonerado de seu cargo, sob esbravejamento histérico do ministro da Defesa, Nelson Jobim, aquele que usa uniforme militar sem nunca ter sido sequer soldado raso. Não foi surpresa, tendo em vista que, como comunista politiqueiro e fraudador da Constituição, este senhor sempre agiu de forma dúbia tal qual o morcego que morde e sopra. Fingiu defender os militares, quando foi publicado o Plano Nacional de Direitos Humanos III (PNDH III), porque no documento excluía-se os mesmos do benefício da lei de Anistia. Com seu papel bem ensaiado numa ópera bufa, pôs seu cargo à disposição sendo – naquela ocasião – aplaudido pelos militares e garantindo, com o gesto hipócrita, amealhar votos à sua futura candidatura, que ainda não se sabe bem para qual cargo.

Então leio no jornal O Globo do dia 10.02, uma declaração do ministro Jobim acerca do que se passou. Diz ele: “Acabei de enviar ao presidente da República a exoneração do general Santa Rosa da chefia do Departamento-Geral do Pessoal. Pela manhã, conversei com o comandante do Exército, general Enzo (Martins Peri), e pedi a ele providências imediatas tendo em vista as notícias que haviam circulado. Ele confirmou a notícia e disse que sugeria a exoneração, o que já foi enviado agora para o presidente”.

Este fato me remeteu a outro bem mais antigo contra o general Sylvio Frota, Ministro do Exército do governo Ernesto Geisel, também vergonhosamente traído por seus pares por ser anti-comunista ferrenho e convicto de suas funções como militar. O caso está bem documentado no livro de sua autoria, intitulado “Ideais Traídos”, cuja leitura neste momento vale a pena.. Esta era a hora de o general Enzo, como comandante do Exército, apoiar o general Santa Rosa porque o que ele disse expressa fidedignamente tudo o que pensam os verdadeiros militares da ativa e da reserva, ademais de civis patriotas que prezam a verdade e abominam o comunismo. Mas a tibieza e covardia do general Enzo se manifestam há tempo, sempre cedendo aos caprichos lulo-petistas, quando, por exemplo, deixou entregue à própria sorte o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra no processo que querem, a ferro e fogo, rotulá-lo como torturador, mesmo que para isto se utilizem testemunhas e testemunhos falsos.

Omitiu-se e escondeu-se quando do lançamento do PNDH III, que aviltava não só os direitos e a honra dos militares que combateram contra o terrorismo dos anos 60, como acobertava uma mentira e seus criminosos autores. “Acompanhou” o pedido de demissão do comunista e demagogo Jobim porque não lhe restavam muitas opções, e agora concluiu seu trabalho de lacaio pedindo a exoneração de um brilhante militar que só disse a verdade, nada mais que a verdade. Entretanto, o general Santa Rosa não está só, porque ouviu-se o brado de indignação por tamanha ignomínia de todos os cantos do país, tanto de militares como de civis que sabem distinguir a verdade da mentira, aos quais me somo.

E o que tem a ver a Argentina com o general Santa Rosa? Desde 2004, tento alertar os militares de que estava sendo urdido pelo Foro de São Paulo um plano para destruir as Forças Armadas do continente, e apontei o que vinha ocorrendo na Argentina governada então pelo “ex” montonero Néstor Kirchner. Em sua gestão, a primeira providência tomada para destruir os militares foi desvinculá-los da Lei de Anistia – exatamente como quer o fraudulento PNDH III -, sobretudo nos capítulos “obediência devida” e “ponto final”, que salvaguardava as ações cometidas contra terroristas em estrito cumprimento do dever de defender a Pátria.

A ministra da Defesa argentina, nomeada por Kirchner e que permanece até hoje no governo de sua esposa Cristina, é uma “ex” montonera, Nilda Garré, uma espécie de Dilma Rousseff portenha. Por ordem desta senhora, foram abertos processos contra todos os militares vivos que combateram nos anos 70-80, dos quais 600 foram julgados e condenados a penas longuíssimas e até prisão perpétua. A maioria septuagenária e octogenária está encarcerada no meio de presos comuns que, instigados por “defensores de direitos humanos” que visitam os presídios, são espancados e insultados continuamente. Desses 600 militares, 80 já morreram na prisão por falta de atendimento médico, maus tratos e envenenamento.

O mesmo está ocorrendo no Uruguai, e no Chile as coisas não tomaram o mesmo rumo porque os militares se rebelaram e deram um basta, apesar de haver alguns deles presos. No livro “El Foro de Sao Paulo contra las Fuerzas Armadas”, escrito por militares de vários países da região, que pode ser descarregado neste link, estão as explicações para tudo isto que estamos vendo ocorrer no Brasil hoje. Nesta vergonha e covardia não estamos sós. Entretanto, eu pergunto: até quando vamos esperar? Até vermos esta escória da humanidade encarcerar todos os nossos bravos soldados até não haver mais nenhum para defender a Pátria, e o Brasil se tornar uma Cuba continental como tanto sonha o insepulto morto-vivo Fidel Castro?


Recebido por e-mail.

segunda-feira, 8 de março de 2010


IMPACTANTE DEPOIMENTO DE UM 'VETERANO' AMERICANO DA OCUPAÇÃO DO IRAQUE!

Veja, legendado em espanhol. 4 minutos.

Transcrito do Ex-Blog do César Maia.


DIA INTERNACIONAL DA MULHER! POR QUE 8 DE MARÇO? HOMENAGEM DESTE EX-BLOG!


1. (Sua Pesquisa) No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

2. Homenagem deste Ex-Blog à primeira deputada eleita no Brasil, em 1934. (Wikipedia). Carlota Pereira de Queiroz (SP, 13/02/1892 — SP, 14/04/1982. Médica, pedagoga e política. Formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1926), com a tese "Estudos sobre o Câncer". Interna da terceira cadeira de Clínica Médica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e chefe do Laboratório de Clínica Pediátrica (1928). Foi comissionada pelo governo de São Paulo em 1929 para estudar Dietética Infantil em centros médicos da Europa. Membro da Associação Paulista de Medicina de São Paulo, "Association Française pour l'Étude du Cancer", Academia Nacional de Medicina e Academia Nacional de Medicina de Buenos Aires. Fundou a Academia Brasileira de Mulheres Médicas, em 1950. Foi a primeira deputada federal da História do Brasil, eleita pelo estado de São Paulo em 1934, fez a voz feminina ser ouvida no Congresso Nacional.

Transcrito do Ex-Blog do César Maia.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Vale Tudo.

Merval Pereira

A reação foi tão ruim que provavelmente a intenção de Lula de se licenciar da Presidência da República para entrar de corpo e alma na campanha de sua candidata, Dilma Rousseff, sem os empecilhos da legislação eleitoral não se concretizará.
Até mesmo o senador José Sarney, que teoricamente seria beneficiado pela manobra pois voltaria à Presidência, rejeitou a ideia com um argumento imbatível: um ex-presidente não pode voltar ao cargo como interino de ninguém.
A intenção de Lula de se licenciar do governo já havia sido revelada em algumas ocasiões, inclusive como explicação para seu apoio incondicional ao presidente do Senado durante a crise que quase lhe custou o cargo.
Além da retribuição ao apoio que recebeu de Sarney na crise do mensalão, o presidente Lula queria a garantia de que um aliado confiável assumiria o governo durante sua ausência.
Lula mesmo já havia dito que, se fosse preciso, se licenciaria para apoiar a campanha de Dilma. Portanto, nada de estranho na notícia do Ilimar Franco de que Lula já teria decidido se licenciar nos meses de agosto e setembro.
O que certamente o Palácio do Planalto não esperava era uma reação tão grande a essa manobra, que nada mais é do que uma tentativa de burlar o espírito da lei eleitoral, que pretende colocar os candidatos em igualdade de condições na disputa presidencial.
Esse conceito da legislação é difícil de ser atingido quando um membro do Executivo - tanto faz seja prefeito, governador ou presidente da República - está tentando a reeleição.
Mas vários casos de perda de mandato por abuso de poder político ou econômico estão acontecendo em estados e municípios.
Por muito menos do que o presidente Lula tem feito, vários já perderam o mandato.
O que acontece com a campanha presidencial é que não há ainda a oficialização das candidaturas, e o governo se aproveita desse detalhe técnico para forçar os limites da legislação, com a condescendência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O presidente Lula já inaugurou a mesma obra várias vezes, ou até mesmo pedras fundamentais de obras que ainda nem começaram, sempre com a sua candidata no palanque.
Deveria bastar um fato desses para ficar evidenciada a tentativa de usar o cargo para promover sua candidata, ferindo o espírito da legislação.
Certa ocasião, Lula disse ao povo presente a um desses comícios que eles deveriam tomar nota dos responsáveis pelas obras - e citou explicitamente a ministra Dilma entre eles - para que, depois, quando eles já não pudessem mais ir a inaugurações, se lembrassem de quem fez aquela intervenção.
Mais ilegal do que isso não é possível. Maior abuso de poder político e econômico é difícil de se ver.
Na verdade, depois que o PT lançou-a como "pré-candidata", o TSE deveria impedir que a ministra Dilma inaugurasse obras.
Nada acontece com Lula por ser ele o presidente da República e, mais do que isso, ter uma grande popularidade.
Se o PT estivesse na oposição e um presidente tucano fizesse o que Lula faz, já haveria protestos dos chamados "movimentos sociais" por todo o país.
De qualquer maneira, a partir de 3 de abril, com a desincompatibilização dos candidatos, ficará mais difícil a quem quer que seja burlar tão explicitamente a lei.
Quanto ao presidente Lula, licenciando-se do cargo ou não, continuará tendo as mesmas limitações legais, embora licenciado não constrangesse tanto os ministros do TSE.
Como não renunciou ao cargo, Lula continua sendo o presidente, e por isso não poderá pedir votos para Dilma afirmando que ela será a continuidade de seu governo, por exemplo.
Nem poderá fazer campanha em horário de trabalho.
Além disso, há constitucionalistas que não vêem respaldo na Constituição para que o presidente da República se licencie para fazer campanha política.
Mesmo que não se leve em conta o artigo 37 da Constituição, que coloca a moralidade como um dos requisitos fundamentais da função pública, no mínimo porque ao servidor público é permitido apenas o que está explícito na lei. E fazer campanha política não é um dos casos previstos na Constituição para que o presidente se licencie do cargo.
É previsível que teremos boas batalhas jurídicas nesta campanha, porque Lula já disse que só se considerará realizado se conseguir eleger sua sucessora.
Como fala muito, e não tem medidas, chegou a dizer que um governo só é exitoso quando o presidente elege seu sucessor.
Se fazendo o que faz já provoca reações na parte da sociedade que não convive bem com as transgressões, caso se licenciasse do cargo, Lula estaria explicitando na prática o que já disse publicamente, sem nenhum constrangimento: sua prioridade é eleger Dilma Rousseff.
Governar passou a ser secundário neste último ano de mandato.
Essa atitude de Lula, afrontando a legislação com pequenas espertezas, talvez seja uma das piores heranças que ele deixa para o país.
A prática política passou a ser nivelada por baixo, valendo mais quem é mais esperto, não o mais preparado.
Vale maquiar os números do PAC, vale fingir que não é candidata, mas fazer campanha política abertamente, vale trocar apoio político por cargos, vale ter em seu palanque o adversário de ontem apenas porque ele tem votos naquela região.
Como tudo isso dá certo, a prática se dissemina a ponto de não haver uma diferença fundamental entre os principais atores da cena política, mesmo que uns sejam mais comedidos do que outros.
A esperteza passa a ser elemento fundamental da prática política, colocando como secundário o conteúdo dos debates e propostas.
Vale tudo para se alcançar o objetivo político.

Artigo de Merval Pereira publicado no "O Globo" e transcrito dos "Blogs pela Democracia":

http://blogspelademocracia.blogspot.com/2010/03/vale-tudo.html


quinta-feira, 4 de março de 2010

Atendimento de Saúde Totalmente Gratuito.

HOSPITAL SARAH RIO, especializado em neuroreabilitação, inaugurado no dia 01 de maio de 2009, na Barra da Tijuca, já está cadastrando para atendimento a novos pacientes, adultos e crianças, com as seguintes patologias:

- paralisia cerebral
- crianças com atraso do desenvolvimento motor
- sequela de traumatismo craniano
- sequela de AVC
- sequelas de hipóxia cerebral
- malformação cerebral
- sequela de traumatismo medular
- doenças medulares não traumáticas como mielites e mielopatias
- doenças neuromusculares como miopatias, neuropatias periféricas hereditárias e adquiridas, amiotrofia espinhal
- doença de Parkinson e Parkinsonismo
- ataxias
- doença de Alzeihmer e demências em estágio inicial
- esclerose múltipla
- esclerose lateral amiotrófica em estágio inicial
- mielomeningocele
- espinha bífida
- paralisia facial

O atendimento é totalmente gratuito.

O cadastro para atendimento de novos pacientes é feito exclusivamente pelo telefone: 21 3543-7600, das 08 às 17 horas, de segunda a sexta-feira.



Recebido por e-mail.



segunda-feira, 1 de março de 2010

A todo o pessoal da Ilha


(DIVULGUE o mais que puder)

Publicamos abaixo mensagem enviada a propósito da surpreendente demissão de Eunice Cariry da direção da Casa do Índio do Rio de Janeiro, situada em nossa Ilha, de que ela vem cuidando há mais de quarenta anos.

Os movimentos “Terminal Pesqueiro na Ilha NÃO!!” e “S.O.S. Ribeira” prestam irrestrita solidariedade a essa velha lutadora, e irá exigir — certamente com o apoio de toda a sociedade insulana— sua volta imediata à função.

Desde já estamos em pé de guerra!

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Rio de Janeiro, 24 de fevereiro de 2010

Ilmº Sr.

Dr Márcio Augusto Freitas de Meira

M.D. Presidente da FUNAI

Prezado Senhor

O objetivo desta correspondência é protestar, com a maior veemência cívica, contra a exoneração da diretora da Casa do Índio no Rio de Janeiro (Ilha do Governador), a sertanista Eunice Cariry.

Toda a comunidade da Ilha do Governador (clubes de serviço, imprensa, associações de moradores, políticos, instituições religiosas as mais diversas – católicas, evangélicas, espíritas –, etc.) é testemunha da capacidade, abnegação, amor, desprendimento, honestidade e supremo amor aos índios, principalmente os doentes, desassistidos.

Foi Cariry quem fundou a Casa do Índio, há 41 anos, e a construiu, com trabalho intelectual e braçal, ao lado de muitos moradores da Ilha. Há 41 anos, como diretora dessa instituição, exerce um trabalho meritório, lutando contra todas as dificuldades – inclusive as parcas e raríssimas verbas repassadas pela FUNAI –, principalmente depois que foi delegada à FUNASA (órgão campeoníssimo, em todo o Brasil, com relação a denúncias de corrupção, refletidas pela imprensa nacional), erradamente, a responsabilidade pela saúde dos indígenas.

É certo que Cariry tem sido uma pedra no sapato de todas as instituições e pessoas que pretendem se beneficiar do problema dos índios, ao invés de ajudá-los.

É gritante e revoltante a disparidade de verbas destinadas pela FUNAI: como exemplo, o Museu do Índio recebe gordos repasses, porque parece ser interessante divulgar um aspecto folclórico, midiático, maquiador, enquanto ninguém se preocupa com as dezenas de índios doentes, acometidos principalmente por doenças mentais, e que são acolhidos humanitariamente pela Casa do Índio, que não é uma casa de saúde, como alguns, maldosamente, querem fazer parecer, mas sim uma espécie de embaixada, um abrigo na cidade grande, perto dos hospitais, de que nossos indígenas se valem, durante seus tratamentos.

Senhor Presidente:

Que a FUNASA e outros péssimos gestores da FUNAI queiram se livrar da competência da sertanista Eunice Cariry nós compreendemos perfeitamente. Ah, como compreendemos, senhor Presidente!!! Mas não podemos aceitar que o Presidente da FUNAI (se o senhor foi designado para esse posto, é porque deve ter credenciais para tal) concorde com essa ignomínia, esse ato covarde e pusilânime. Por isso, queremos acreditar que o senhor tenha sido mal informado e não conheça os meandros dessa nebulosa trama.

Assim, queremos lhe pedir um gesto de grandeza e justiça, reconsiderando essa absurda exoneração de Eunice Cariry.

A comunidade da Ilha do Governador (falo por mim, mas tenho certeza, como jornalista que sou, que o sentimento de decepção e revolta é geral), estupefata com essa perfídia cometida, muito agradecerá pelas providências saneadoras que o senhor venha a tomar.

Cariry não precisa de cargo algum, de remuneração alguma. Ela precisa é de continuar ao lado de seus índios, a quem ama com paixão. E eles precisam imensamente dela.

Por favor, senhor presidente da FUNAI, tome a atitude certa. O senhor não imagina a satisfação que causará a todas as pessoas de bem – que se acostumaram, ao longo desses 41 anos, a admirar cada vez mais esta autêntica Mãe Coragem.

Os diversos segmentos da opinião pública da Ilha do Governador já estão se articulando para protestar cívica e democraticamente, de todas as formas que estiverem ao nosso alcance, contra esse ato absurdo. Tenha certeza de que não esmoreceremos, porque temos absoluta convicção de que a verdade está do nosso lado.

Caso essa injustiça não seja corrigida, faremos chegar até mesmo ao Presidente Lula – que com certeza ignora esse enredo maquiavélico – toda a história dessa trama absurda.

Agradecendo pela atenção dispensada e confiante em seu senso de justiça, subscrevo-me,

Cordialmente,

ALZIR RABELO


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