quinta-feira, 11 de março de 2010



O general Santa Rosa e a Argentina.


Graça Salgueiro
17/02/2010

Recebi no dia 02 de fevereiro, de um amigo militar, cópia da nota escrita pelo general Maynard Marques de Santa Rosa que acabou causando sua exoneração do cargo de Chefe do Departamento-Geral do Pessoal do Exército. Quando a li me assombrei, não porque estivesse em desacordo com o conteúdo, mas pela coragem e destemor em dizer aquilo que muitos dentro das Forças Armadas pensam, mas poucos se atrevem a ser tão verdadeiros.

Uma semana depois e o alvoroço já tomava conta de jornais, sites e grupos de debates na internet. O general fora exonerado de seu cargo, sob esbravejamento histérico do ministro da Defesa, Nelson Jobim, aquele que usa uniforme militar sem nunca ter sido sequer soldado raso. Não foi surpresa, tendo em vista que, como comunista politiqueiro e fraudador da Constituição, este senhor sempre agiu de forma dúbia tal qual o morcego que morde e sopra. Fingiu defender os militares, quando foi publicado o Plano Nacional de Direitos Humanos III (PNDH III), porque no documento excluía-se os mesmos do benefício da lei de Anistia. Com seu papel bem ensaiado numa ópera bufa, pôs seu cargo à disposição sendo – naquela ocasião – aplaudido pelos militares e garantindo, com o gesto hipócrita, amealhar votos à sua futura candidatura, que ainda não se sabe bem para qual cargo.

Então leio no jornal O Globo do dia 10.02, uma declaração do ministro Jobim acerca do que se passou. Diz ele: “Acabei de enviar ao presidente da República a exoneração do general Santa Rosa da chefia do Departamento-Geral do Pessoal. Pela manhã, conversei com o comandante do Exército, general Enzo (Martins Peri), e pedi a ele providências imediatas tendo em vista as notícias que haviam circulado. Ele confirmou a notícia e disse que sugeria a exoneração, o que já foi enviado agora para o presidente”.

Este fato me remeteu a outro bem mais antigo contra o general Sylvio Frota, Ministro do Exército do governo Ernesto Geisel, também vergonhosamente traído por seus pares por ser anti-comunista ferrenho e convicto de suas funções como militar. O caso está bem documentado no livro de sua autoria, intitulado “Ideais Traídos”, cuja leitura neste momento vale a pena.. Esta era a hora de o general Enzo, como comandante do Exército, apoiar o general Santa Rosa porque o que ele disse expressa fidedignamente tudo o que pensam os verdadeiros militares da ativa e da reserva, ademais de civis patriotas que prezam a verdade e abominam o comunismo. Mas a tibieza e covardia do general Enzo se manifestam há tempo, sempre cedendo aos caprichos lulo-petistas, quando, por exemplo, deixou entregue à própria sorte o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra no processo que querem, a ferro e fogo, rotulá-lo como torturador, mesmo que para isto se utilizem testemunhas e testemunhos falsos.

Omitiu-se e escondeu-se quando do lançamento do PNDH III, que aviltava não só os direitos e a honra dos militares que combateram contra o terrorismo dos anos 60, como acobertava uma mentira e seus criminosos autores. “Acompanhou” o pedido de demissão do comunista e demagogo Jobim porque não lhe restavam muitas opções, e agora concluiu seu trabalho de lacaio pedindo a exoneração de um brilhante militar que só disse a verdade, nada mais que a verdade. Entretanto, o general Santa Rosa não está só, porque ouviu-se o brado de indignação por tamanha ignomínia de todos os cantos do país, tanto de militares como de civis que sabem distinguir a verdade da mentira, aos quais me somo.

E o que tem a ver a Argentina com o general Santa Rosa? Desde 2004, tento alertar os militares de que estava sendo urdido pelo Foro de São Paulo um plano para destruir as Forças Armadas do continente, e apontei o que vinha ocorrendo na Argentina governada então pelo “ex” montonero Néstor Kirchner. Em sua gestão, a primeira providência tomada para destruir os militares foi desvinculá-los da Lei de Anistia – exatamente como quer o fraudulento PNDH III -, sobretudo nos capítulos “obediência devida” e “ponto final”, que salvaguardava as ações cometidas contra terroristas em estrito cumprimento do dever de defender a Pátria.

A ministra da Defesa argentina, nomeada por Kirchner e que permanece até hoje no governo de sua esposa Cristina, é uma “ex” montonera, Nilda Garré, uma espécie de Dilma Rousseff portenha. Por ordem desta senhora, foram abertos processos contra todos os militares vivos que combateram nos anos 70-80, dos quais 600 foram julgados e condenados a penas longuíssimas e até prisão perpétua. A maioria septuagenária e octogenária está encarcerada no meio de presos comuns que, instigados por “defensores de direitos humanos” que visitam os presídios, são espancados e insultados continuamente. Desses 600 militares, 80 já morreram na prisão por falta de atendimento médico, maus tratos e envenenamento.

O mesmo está ocorrendo no Uruguai, e no Chile as coisas não tomaram o mesmo rumo porque os militares se rebelaram e deram um basta, apesar de haver alguns deles presos. No livro “El Foro de Sao Paulo contra las Fuerzas Armadas”, escrito por militares de vários países da região, que pode ser descarregado neste link, estão as explicações para tudo isto que estamos vendo ocorrer no Brasil hoje. Nesta vergonha e covardia não estamos sós. Entretanto, eu pergunto: até quando vamos esperar? Até vermos esta escória da humanidade encarcerar todos os nossos bravos soldados até não haver mais nenhum para defender a Pátria, e o Brasil se tornar uma Cuba continental como tanto sonha o insepulto morto-vivo Fidel Castro?


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