domingo, 25 de janeiro de 2009



GRANDES ENCONTROS, GRANDES DECISÕES.


Edição de Artigos de Domingo do Alerta Total http://www.alertatotal.blogspot.com



Por Arlindo Montenegro

O encontro nacional comemorativo dos 25 anos do MST foi em Sarandi, no Rio Grande do Sul. E a turma cantou de galo: “Os fazendeiros que se cuidem, este ano não tem a desculpa de eleições!” As decisões estratégicas não foram divulgadas. O financiamento sabe-se, como sempre, é do governo e de entidades estrangeiras, dentre as quais contam-se os companheiros das Farc que ajudam no treinamento.

Os dirigentes do MST revelaram algumas das linhas da pauta diversificada de 2009, isto é, ações que podem ser reveladas ao grande público:

1. Participar de uma campanha pelo controle estatal sobre a exploração e os lucros do petróleo descoberto na camada pré-sal.

2. Intensificar as invasões de terra para “destravar a reforma agrária"

3. Atacar o agro negócio. Aracruz e Votorantim que se cuidem!

4. Colocar suas milícias à disposição do Governo do Paraguai, contra os fazendeiros brasileiros naquele país e eventualmente para invadir as instalações da hidroelétrica de Itaipu.

João Pedro Stédile já distribuiu os "documentos e argumentos do povo do Paraguai" para orientar os sem terra. Os companheiros paraguaios já confirmaram a estratégia "de guerrilha". As universidades e o PT, CUT e outros movimentos ligados ao Foro de São Paulo, já estão mobilizados para apoiar o MST, reforçando a tese “bolivariana” de Chavez: esvaziar os argumentos de manutenção das instituições democráticas.

Todos atendem à palavra de ordem que diz: A crise do capitalismo se aprofunda e uma nova luta só está começando! As comemorações vão ser encerradas neste domingo, dia 25, no Assentamento Novo Sarandi, onde os assentados já aderiram aos transgênicos.

Do sul voam para o Norte onde estarão LuLu, Chavez, Cristina, Lugo, Evo, Foro de São Paulo, terroristas das Farc, no encontro de Belém. Ali ninguém comentará o relatório da Anistia Internacional que divulgou um balanço das ações das FARC nos últimos 20 anos: morte de 70 mil pessoas, maioria civis, vitimas de ataques a vilarejos, bombas e outras ações terroristas; o número de pessoas “desaparecidas” pode chegar a 30 mil; milhões de colombianos foram obrigadas a abandonar suas casas “pelas FARC e outros grupos paramilitares sustentados pelo comércio de drogas”.

Nem se fará menção ao resultado da pesquisa de Monitoramento por Satélite da Embrapa que LuLu recebeu no início do ano, do cientista Evaristo Miranda, mostrando que “em termos legais, só 29% do País seria passível de ocupação agrícola”. Porque 71% do território nacional estão legalmente destinados a minorias ou a outras prioridades, como proteção e preservação ambiental.

As leis ambientais, a atuação ideológica dos institutos, as diversas medidas de proteção colocam na ilegalidade:

“Grande parte da produção de arroz gaúcho, paulista e maranhense”; “do café em São Paulo, Minas, Bahia e Paraná” “de gado, no Pantanal”; “da maçã e vinho, no Sul;”; da criação de búfalos, em praticamente toda a região Norte”. O cientista conclui que “situações semelhantes atingem a soja, cana-de-açúcar, citricultura, tabaco. E avisa: “A agricultura será proibida.”

No Planalto Central, os ministros disputam os refletores: o ambientalonguista Minc quer acabar com o cultivo nas margens dos rios e nas encostas dos morros e reduzir a área de agricultura na Amazônia a 20%. O da agricultura grita: isto é uma catástrofe! Tem que ser 50%! E não vai mais a reuniões no Ministério do Meio Ambiente. Justiça, Relações Exteriores e AGU trombam entre si.

LuLu fica na dele! Nem liga para o arranca rabo doméstico. Está ocupado em resolver os grandes problemas mundiais, com as novas diretrizes dos que realmente controlam o mundo, onde o Brasil é apenas detalhe. Fica pouco tempo em Brasília, preferindo viajar e deitar falação bem longe, de preferência no exterior.

Na próxima parada, Belém do Grão Pará, os grandes da esquerda internacional vão reger a orquestra do Foro Social Mundial. A governadora do Pará já determinou ao Comando Geral da Polícia Militar, para dar assistência e segurança aos membros das Farc, que vão participar do encontro e amarrar os contatos dos seus negócios narcoterroristas.

E a juventude embevecida já pode contar com uma fartura de primeiro mundo. Os contribuintes estão pagando obrigatoriamente 150 milhões de Reais para garantir os alojamentos, segurança, turismo, espetáculos culturais, muito tucupi com tacacá, assai, guaraná, manissoba, caldeiradas, pimenta e catuaba.

Mais o principal: sexo “seguro” com a farta distribuição de 600 mil camisinhas no Acampamento da Juventude, no campus da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) onde, a grosso modo, cada dupla poderá ter 10 encontros sexuais seguros por dia. De fazer inveja aos bacantes do império romano. Não faltarão lubrificantes para aliviar incômodos do intercurso.

Quando LuLu aparece no Palácio é para tramar nos bastidores o modo de submeter algum movimento de “oposição”. Nossos “representantes” fazem o que o governo central manda sem lembrar que tem o dever de garantir os direitos individuais observando estritamente os parâmetros da democracia representativa. Para eles, o governo eleito tem o poder e apoio dos “movimentos sociais”, assim pode ditar o que quiser.

Arlindo Montenegro é Apicultor.

Transcrito do Blog "Alerta Total".

Comento:
Excelente artigo. A incompetência e cegueira ideológica levarão fatalmente a uma desorganização econômica e, consequentemente, a fome generalizada. Este filme nós já vimos, levou milhares de seres humanos à morte por inanição.

sábado, 24 de janeiro de 2009

O Frio Assassinato Cometido por Battisti.



Em carta aos brasileiros, italiano conta como Battisti matou seu pai açougueiro.

Frio, Battisti se deliciava com o "sangue jorrando" de suas vítimas.

Lino, o açougueiro: vítima de crime comum

Atualmente aos 46 anos de idade, Adriano Sabbadin tinha 17 quando o terrorista Cesare Battisti e seu bando invadiram o açougue de seu pai, Lino Sabbadin, e o mataram. Indignado com a proteção do governo Lula ao assassino, concedendo-lhe asilo político, Sabbadin fez publicar no jornal Corriere del Veneto uma carta aberta aos brasileiros.. A tradução é do jornalista Giulio Sanmartini:

"Vivo em uma pequena cidade na província de Veneza.. Escrevo a todos os brasileiros, pois hoje me sinto profundamente ferido pela decisão de vosso ministro da Justiça de considerar Cesare Battisti um refugiado político. Há 30 anos ele assassinou meu pai. Não quero vingança, mas uma justiça que não chega. Quem é Battisti: ele começou na política dentro do cárcere, detido que estava por crimes comuns, aí conheceu o terrorista de extrema esquerda, Arrigo Cavallina.

A primeira vítima dos Proletários Armados para o Comunismo – PAC, foi o suboficial da guarda carcerária Antonio Santoro. Quando este sai de casa para o trabalho, Battisti lhe atira nas costas (6/6/1978). Retornando ao seu grupo ele conta excitado à sua companheira os efeitos de ver "alguém jorrando sangue". Depois de uma série de assaltos o grupo resolver centrar contra aos agentes da "contra-revolução", isto é, comerciantes que haviam reagido contra assaltos comuns.

Inicialmente pensou-se em somente feri-los, mas a vontade de mostrar a própria força a outros grupos de terroristas de esquerda, convence o PAC que é necessário fazer ver que se é capaz de matar. Chegaram a nosso açougue pelas 4 e meia da tarde. Meu pai, ajudado por minha mãe, atendia a algum cliente, eu estava nos fundos falando ao telefone, quando ouvi os tiros de pistola que ribombavam nos meus ouvidos. Apavorado, corri para nossa casa que ficava no andar superior, depois de longuíssimos minutos vi homens que saiam num carro em disparada. Quando cheguei ao açougue, vi minha mãe com o avental branco todo ensangüentado e meu pai no chão dentro de uma poça de sangue. A ambulância chegou rapidamente, mas nada pôde fazer.

Nos processos, seja a perícia e o testemunho de um arrependido, fez ver que Battisti tinha dado, sem piedade, os tiros mortais em meu pai. Battisti esteve sempre presente no grupo armado, colocando à disposição sua experiência de bandido e ficou conhecido por sua determinação em matar, jamais hesitando em fazê-lo.

Por todos estes crimes Battisti cumpriu somente um ano da cadeia, enquanto minha vida ficou completamente destruída. Me vi aos 17 anos como o chefe de família e um vazio que com o tempo só fez aumentar. Não pode existir paz sem justiça e a minha família justiça, não a teve.

Não consigo entender o que levou vosso ministro da Justiça e classificar Battisti como um refugiado político, declarando que na Itália existem aparatos ilegais de repressão ligados a Máfia e a CIA (Central Intelligence Agency), por isso não pode conceder a extradição, o fato me parece uma folia e mais que isso, ofensivo à nossa democracia.

Peço que façam um apelo ao vosso presidente para que reveja essa decisão.

Adriano Sabbadin".


Comento:

Que espécie de individuo, ministro de um pais cristão e civilizado, se presta a defender um criminoso como este. Demissão sumária e imediata.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Sexta-feira, Janeiro 23, 2009

O PREÇO DO SALAME.


Edição de Artigos de Sexta-feira do Alerta Total

Leia o artigo completo em:

http://alertatotal.blogspot.com/2009/01/o-preo-do-salame.html

Mais uma denúncia sobre o evidente comprometimento da imprensa brasileira

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Itália: greve de fome pela extradição.


Itália: greve de fome pela extradição.

Quatro expoentes da organização política conservadora MPI (Movimento pela Itália) iniciaram nesta terça-feira uma greve de fome para protestar contra a concessão de refúgio político por parte do Brasil ao ex-ativista italiano Cesare Battisti. Segundo a direção do MPI em Roma, os políticos Fabio Sabbatani Schiuma, Paola Marraro, Massimo Larcinese e Michele Lunetta protestam pela extradição de Battisti, condenado em 1993 pela Justiça italiana à prisão perpétua. O Movimento pela Itália também anunciou uma manifestação na próxima quinta-feira, às 14h, em frente à embaixada brasileira em Roma, "onde simbolicamente serão recordados quatro homicídios cometidos pelo terrorista vermelho". Leia mais aqui.
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Hoje o embaixador italiano no Brasil foi recebido por Gilmar Mendes, presidente do STF. Não houve informação à imprensa sobre o conteúdo da reunião, a não ser que a Itália, como parte, gostaria de se manifestar antes da decisão.Por sua vez, Lula continua sem responder a carta do presidente italiano e Tarso Genro, ministro da Justiça, colocou o rabo entre as pernas e sumiu da mídia. Aguarda-se a manifestação do Procurador Geral da República que, anteriormente, havia se manifestado a favor da extradição.

Transcrito do Blog "Coturno Noturno".

Comento:
Está passando da hora de demitir ( ou aceitar suas cartas de demissão) de alguns ministros do atual governo, particularmente daqueles que nunca deveriam ter sido nomeados. Especialmente a pasta da Justiça, das Relações Exteriores, da Secretaria de Direitos Humanos e o Sr. Marco Aurélio Garcia, por enormes prejuízos à nação, ao estado de direito, a tranquilidade e equilíbrio da vida nacional, desrespeito ao povo brasileiro através de gestos e comportamentos incompatíveis com o cargo e, em alguns casos, conflito de personalidade no desempenho das funcões.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Editorial do Jornal da Band.

» Quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 - 20h59

Editorial - Ministério da Justiça A decisão do Ministro da Justiça, Tarso Genro, garantindo o asilo político para o italiano Cesare Batisti, exige uma comparação imediata com a atitude do mesmo ministro no caso dos dois pugilistas cubanos que, em 2007, tentaram ficar no Brasil.

Eles foram colocados num avião e mandados de volta para Cuba. Queriam apenas fugir do regime castrista. O italiano, agora protegido pelo ministro, é simplesmente condenado na Itália por quatro assassinatos.

O Governo brasileiro ignora tudo isso, afronta a justiça da Itália e dá exemplo de covardia perante o mundo.

Esta é a opinião do Grupo Bandeirantes.

Comento:
Merece efusivos cumprimentos pela coragem e respeito a inteligência do povo.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A água (que ninguém vê) na guerra


Por Ana Echevenguá


"Para além das manchetes do conflito do Oriente Médio, há uma batalha pelo controle dos limitados recursos hídricos na região. Embora a disputa entre Israel e seus vizinhos se concentre no modelo terra por paz, ''há uma realidade histórica de guerras pela água'' - tensões sobre as fontes do Rio Jordão, localizadas nas Colinas de Golã, precederam a Guerra dos Seis Dias". Raymond Dwek - The Guardian, [24/NOV/2002] *


A nossa sobrevivência na Terra está ameaçada. Sem alimento, o ser humano resiste até 40 dias; sem água, morre em 3 dias. Somos água! Mas, enquanto a população se multiplica e a poluição recrudesce, as fontes de água desaparecem.

Na guerra do momento - Israel em Gaza -, por que a mídia não fala sobre a água - um dos itens mais importantes dos conflitos no Oriente Médio?

Oriente Médio... uma região aonde água vale mais do que petróleo... E sempre nos passam a idéia de que lá as guerras ocorrem pela conquista das reservas de petróleo.

E a conquista das reservas de água? Em 1997, o então vice-diretor geral da UNESCO, Adnan Badran, no seminário "Águas transfronteiriças: fonte de paz e guerra" (que centrou os debates nas águas do Mar Aral, do rio Jordão, do Nilo...) disse que "a água substituirá o petróleo como principal fonte de conflitos no mundo".

Embora Israel tenha sérios problemas com recursos hídricos, detém o controle dos suprimentos de água, tanto seus como da Palestina.

Além de restringir o uso d'água, luta pela expansão do seu território para obter mais acesso e controle deste recurso natural. Ali, ele é o "dono" das:

- águas superficiais: bacia do rio Jordão (incluindo o alto Jordão e seus tributários), o mar da Galiléia, o rio Yarmuk e o baixo Jordão;

- águas subterrâneas: 2 grandes sistemas de aqüíferos: o aqüífero da Montanha (totalmente sob o solo da Cisjordânia, com uma pequena porção sob o Estado de Israel), aqüífero de Basin e o aqüífero Costeiro que se estende por quase toda faixa litorânea israelense até Gaza.

Tais águas são 'transfronteiriças', recursos naturais compartilhados. Segundo recente inventário da UNESCO, 96% das reservas de água doce mundiais estão em aqüíferos subterrâneos, compartilhados por pelo menos dois países.

Há regras internacionais para o uso dessas águas. Algumas destas obrigam Israel a fornecer água potável aos palestinos.

Mas Israel não compartilha a água; afinal, tais regras internacionais não prevêem mecanismos de coação ou coerção; é letra morta. O Tribunal Internacional de Justiça, até hoje, condenou apenas um caso relacionado com águas internacionais.

A estratégia de Israel é outra. Em 1990, o jornal Jerusalém Post publicou que "é difícil conceber qualquer solução política consistente com a sobrevivência de Israel que não envolva o completo e contínuo controle israelense da água e do sistema de esgotos, e da infra-estrutura associada, incluindo a distribuição, a rede de estradas, essencial para sua operação, manutenção e acessibilidade"**. Palavras do ministro da agricultura israelense sobre a necessidade de Israel controlar o uso dos recursos hídricos da Cisjordânia através da ocupação daquele território.

O Acordo de Paz de Oslo de 1993, por exemplo, estipulou que os palestinos deveriam ter mais controle e acesso à água da região.

Nessa época, segundo o professor da Hebrew University, Haim Gvirtzman, dos 600 milhões de metros cúbicos de água retirados anualmente de fontes na Judéia e Samaria, os israelenses usavam quase 500 milhões, satisfazendo cerca de um terço de suas necessidades hídricas. Para ele, isso gerou um 'direito adquirido sobre a água'. Questionado sobre o acesso palestino à água, o professor respondeu que "Israel deve somente se preocupar com um padrão mínimo de vida palestino, nada mais, o que significa suprimento de água para eles só para as necessidades urbanas. Isso chega a cerca de cinqüenta/cem milhões de metros cúbicos por ano. Israel é capaz de suportar essa perda. Portanto, não deveríamos permitir que os palestinos desenvolvessem qualquer atividade agrícola, porque tal desenvolvimento virá em prejuízo de Israel. Certamente, nunca permitiremos aos palestinos suprir as necessidades hídricas da Faixa de Gaza por meio do aqüífero montanhoso. Se purificar a água do mar é uma solução realista, então deixemos que o façam para as necessidades dos residentes da Faixa de Gaza"**.

E na Guerra pela Água vale tudo: os israelenses bombardeiam tanques d'água, grandes ou pequenos (muitas vezes construídos nos telhados das casas), confiscam as bombas d'água, destroem poços, proíbem que explorem novos poços e novas fontes d'água (a Cisjordânia, em 2003, contava com cerca de 250 fontes ilegais e a Faixa de Gaza, com mais de 2 mil). Israel irriga 50% das terras cultivadas, mas a agricultura na Palestina exige prévia autorização.

Então, furto de água das adutoras de Israel é comum naquela região.

A regra do jogo é esta: enquanto o palestino não tem acesso à água para beber, o israelense acostumou-se ao seu uso irrestrito.

Sendo assim, dá pra imaginar uma outra forma de divisão ou de uso compartilhado desses recursos hídricos para os próximos anos? Dá pra imaginar a sobrevivência de qualquer estado e, nesse caso, da Palestina sem o controle efetivo do acesso e da distribuição dos recursos hídricos que necessita?

Botar a mão na água é coisa antiga. Britânicos e franceses no Oriente Médio definiram as fronteiras (em especial da Palestina) de olho nas águas da bacia do rio Jordão.

Desde 1948, Israel prioriza projetos, inclusive bélicos, para garantir o controle de água na região. Dentre estes:

- a construção do Aqueduto Nacional (National Water Carrier);

- em 1967, anexou os territórios palestinos de Gaza e Cisjordânia e tomou da Síria as Colinas do Golã, ricos em fontes de água, para controlar os afluentes do Rio Jordão. Sobre esta guerra, Ariel Sharon falou que a idéia surgiu em 1964, quando Israel decidiu controlar o suprimento d'água;

- em 2002, a construção o 'muro de segurança' viabilizou o controle israelense da quase totalidade do aqüífero de Basin, um dos três maiores da Cisjordânia, que fornece 362 milhões de metros cúbicos de água por ano. Segundo Noam Chomsky, "o Muro já abarcou algumas das terras mais férteis do lado oriental. E, o que é crucial, estende o controle de Israel sobre recursos hídrico críticos, dos quais Israel e seus assentados podem apropriar-se como bem entenderem..."***. Antes do muro, ele já fornecia metade da água para os assentamentos israelenses. Com a destruição de 996 quilômetros de tubulação de água, agora falta água para beber à população palestina do entorno do muro;

- antes de devolver (simbolicamente) a Faixa de Gaza, Israel destruiu os recursos hídricos da região. E, até hoje, não há infra-estrutura hídrica nas regiões palestinas.

Quantos falam a respeito disso?

Em 2003, na 3ª Conferência Mundial sobre Água, em Kyoto, Mikhail Gorbachev bateu na tecla dos conflitos mundiais pela água: contabilizou, na época, 21 conflitos armados objetiva apropriação de mais fontes de água; destes, 18 ocorreram em Israel.

Gestão conjunta, consumo igualitário de água, ética e consenso na água - palavras bonitas no papel, nas mesas de negociação, na mídia. Na prática, é utopia.

O que a ONU e os donos do planeta estão esperando para exigir que Israel cumpra as regras internacionais sobre águas mesmo que estas contidas em convenções, acordos, declarações (e outras abobrinhas)?

Quem vai ter coragem de criar regras claras e objetivas para punir a violação dos direitos dos povos e nações à sua soberania sobre seus recursos e riquezas naturais?


* - http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/internacional/2002/11/23/jorint20021123004.html

** - Do livro de Noam Chomsky: Novas e Velhas Ordens Mundiais, São Paulo, Ed. Scritta, 1996.

*** - http://www.galizacig.com/actualidade/200403/portoalegre2003_muro_humilhacao_e_roubo.htm

Ana Echevenguá, advogada ambientalista, coordenadora do programa Eco&Ação, presidente da ong Ambiental Acqua Bios e da Academia Livre das Águas, e-mail:ana@ecoeacao.com.br, website: www.ecoeacao.com.br

Recebido por e-mail.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

As Forças Armadas e a política de defesa

Manuel Cambeses Júnior
CORONEL-AVIADOR DA RESERVA DA FORÇA AÉREA
O Brasil é um país guiado por um sentimento de paz. Não abriga nenhuma ambição territorial, não possui litígios em suas fronteiras nem, tampouco, inimigos declarados. Toda ação por ele empreendida nas esferas diplomática e militar busca, sistematicamente, a manutenção da paz. Porém, tem interesses a defender, responsabilidades a assumir e um papel a desempenhar no tocante à segurança e defesa, em níveis hemisférico e mundial, em face de sua estatura político-estratégica no concerto das nações. O primeiro objetivo de nossa política de defesa, portanto, deve ser a de assegurar a defesa dos interesses vitais da nação contra qualquer ameaça forânea. Não se pode precisar, a priori, a fronteira entre os interesses vitais e os interesses estratégicos. Os dois devem ser defendidos com ênfase e determinação. Essencialmente, os interesses estratégicos residem na manutenção da paz no continente sul-americano e nas regiões que o conformam e o rodeiam, bem como os espaços essenciais para a atividade econômica e para o livre comércio (Setentrião Oriental, Costão Andino, Cone Sul e Atlântico Sul).
Fora deste âmbito, o Brasil tem interesses que correspondem às responsabilidades assumidas nos Fóruns Internacionais e Organismos Multilaterais e ao seu status na ordem mundial. Este é conformado por uma combinação de fatores históricos, políticos, estratégicos, militares, econômicos, científicos, tecnológicos e culturais. Sem uma defesa adequada, a segurança nacional e a perenidade desses interesses estarão seriamente comprometidos e, conseqüentemente, não poderão ser assegurados. Daí, ressalta-se a imperiosa necessidade de contarmos com Forças Armadas preparadas, suficientemente poderosas e aptas ao emprego imediato, capazes de desencorajar qualquer intenção de agressão militar ao país, pela capacidade de revide que representam. Esta estratégia é enfatizada para evitar a guerra e exige, como corolário, o fortalecimento da expressão militar do poder nacional, além de impor um excelente grau de aprestamento e prontificação das Forças Armadas, desde o tempo de paz, através da realização de treinamentos, exercícios operacionais dentro de cada força singular, não sendo excluída a necessidade de planejamento e do treinamento de operações conjuntas e combinadas no âmbito das FFAA. O estudo da História, particularmente da História Militar de uma nação, conduz a conclusões e realça aspectos capazes de influir na expressão militar de seu poder nacional. O estudo das campanhas militares, com seus erros e acertos, o respeito às tradições, o culto aos heróis, etc, trazem reflexos à formulação da doutrina, ao moral e à estrutura militares.
As tradições históricas e militares constituem, ainda, fatores de influência sobre a expressão militar. Essas tradições, que cumpre cultuar e manter, não devem, por outro lado, apresentar obstáculos intransponíveis à evolução, ao desenvolvimento e à tecnologia militares. No equilíbrio entre essas idéias, às vezes opostas, está o acerto que revigora a expressão militar. Assumem, também, papel de destaque, os aspectos qualitativos dos recursos humanos; o apoio em maior ou menor grau da opinião pública nacional e mesmo internacional; a coesão interna e a vontade nacional. E, nesse contexto, ressalta a fundamental importância do povo – expressão máxima das forças vivas da nação – como verdadeiro esteio das Forças Armadas, quando a elas se une, nelas se apóia e com elas se confunde. A população traduz sua indispensável solidariedade à expressão militar, através da opinião pública, que deve constituir, sem dúvida, preocupação constante quando se pretende manter em alto nível aquela expressão do poder nacional. Nesse sentido, é imperioso o esforço para conservar integrados o homem militar e o homem civil, sem discriminações de qualquer natureza, sem privilégios, embora respeitadas suas diversas, mas naturais destinações.
O papel que caberá às Forças Armadas brasileiras, nas próximas décadas, é multifacetado e deve estar calcado em amplo debate, cujo resultado deverá ser tão satisfatório quanto maior for o desenvolvimento da sociedade. O esboço de qualquer arranjo de defesa, em um Estado democrático, para que possa contar com recursos, deve estar respaldado por uma base de legitimidade.
Entendemos que, para a consecução desses objetivos, devem ser consultadas personalidades representativas de diferentes espectros de opinião: ministros de Estado, acadêmicos, analistas políticos, economistas, diplomatas, militares, jornalistas, todos com reconhecida competência na área de defesa e alguns críticos do atual sistema de defesa nacional. Evidentemente, que não se trata de deixar em mãos destes pensadores a formulação de políticas e estratégias militares. Trata-se, tão-somente, de ouvi-los e de reunir novos conceitos e idéias que permitam oxigenar antigos preceitos e identificar referenciais para a defesa do país, as quais estejam mais em sintonia com os desafios dos novos tempos e consentâneos com a realidade nacional.
Tais contribuições, depois de avaliadas por setores competentes do Ministério da Defesa, poderão ou não ser incorporadas no planejamento estratégico. Indubitavelmente, para a consecução dessa tarefa, mister se faz uma conjunção de esforços. Nesse sentido, somam-se, num processo sinérgico, o imprescindível apoio do presidente da República, a compreensão do Congresso Nacional, a efetiva colaboração do Ministério da Defesa e de outras áreas do governo, a confiança e o respaldo dos comandantes de Forças e a ativa participação de todas as forças vivas da nação. Temos plena consciência de que não se pode justificar a hipertrofia das Forças Armadas em prejuízo do processo de desenvolvimento da nação, mas não se pode admitir, por ilógico e temerário, que a expressão militar do poder nacional seja colocada em plano inferior – vivenciando um processo gradual de sucateamento e de desmantelamento, devido à crônica insuficiência de recursos financeiros – na falsa concepção de que a prioridade absoluta deve ser dada ao desenvolvimento. Não existem nações desarmadas, porque nenhuma delas seria capaz de desfazer-se de sua expressão militar para merecer, por esse ato ingênuo, o respeito e a simpatia de todos os países. Não há fórmula miraculosa capaz de manter a paz sem ameaças de conflitos internos ou de guerra entre os povos.
Torna-se imperativo e oportuno conferir mais prestígio às Forças Armadas e racionalizar, modernizar e fortalecer o aparato defensivo brasileiro. Lembremo-nos das sábias palavras do insigne Barão do Rio Branco – o Chanceler da Paz – que, de modo contumaz, enfatizava a imperiosa necessidade de possuirmos um bom sistema de armas para respaldar as nossas proposições no concerto das nações.

Publicado no Jornal do Brasil em 05/01/2009.