quarta-feira, 19 de março de 2014



QUESTÃO DE CREDIBILIDADE 

 

Arlindo Montenegro

As leis brasileiras dizem que “todos são inocentes até que se prove o contrário”. E que o desconhecimento da lei não garante a impunidade. Os cidadãos são obrigados a escolher seus legisladores, entre pessoas apresentadas pelos partidos políticos como honestas defensoras dos interesses da nação. Os eleitos elaboram leis para seu próprio benefício.

Todos os votantes são informados pela televisão, pelos jornais, revistas, pelo rádio e pela internet sobre a realidade corriqueira, diária, vergonhosa. Documenta-se com sons e imagens o roubo continuado, as falcatruas, as negociatas que os tais representantes, obrigatoriamente eleitos pelos votantes cometem. São poucas as exceções à regra.

Documentado está como os governantes, legisladores, juízes, agentes do Estado e seus homens de confiança, desprezam as leis com a maior cara lisa e justificam suas ações como se falassem a imbecis infantilizados. Parece brincadeira! Mas não é. Estamos diante de um jogo sujo de gente que prefere servir ao tráfico de armas e drogas, aos bancos e empresas que pagam os favores.

Como livrar o Brasil destes ditadores eleitos pelos mecanismos corrompidos, disponibilizados por isto que chamam de democracia? Como acreditar que vamos “eleger livremente”, os mesmos gestores, previamente escolhidos pelos partidos, para que continuem a “deitar e rolar” durante os próximos anos? Os eleitores sacramentam o que parece ser “menos pior”. Todos se aliam ao governo, exceto uns poucos gatos pingados.

Quem acredita que os vereadores e prefeitos vão ser austeros, honestos, quando vão atuar como peças de uma engrenagem corrompida e dependente do alimento dos governos estaduais que por sua vez dependem de Brasília? A imoralidade dos feudos partidários exige a obediência e os dízimos aéticos de seus eleitos.

Alguém acredita que eles vão votar pela redução dos “benefícios” que dobram e triplicam seus altíssimos salários? Que vão submeter-se e deixar que os familiares e dependentes sejam atendidos pelo SUS? Que vão recusar os serviços odontológicos pagos pelos contribuintes? Ou pagar pela gasolina que consomem como uísque ou água mineral? Ou que vão recusar a posse de cartões de crédito pagos pelos cofres públicos?

Falam em reduzir despesas... Que despesas vão reduzir? São gastos secretos, tão secretos como os acordos para construir um porto de primeiro mundo em Cuba e deixar às traças o porto de Santos e as estradas esburacadas por onde circulam as safras de grãos e os produtos industrializados. São gastos tão secretos como os acordos com países africanos, com a Venezuela e a Costa Rica, que têm como lobista um certo ex presidente a serviço de empreiteiras.

Alguém acredita que os mesmos reeleitos como sempre, (que escolha?), vão cumprir o Art. 26 das Disposições Transitórias da Constituição de 1988, que manda realizar a Auditoria da Dívida Pública absurda,  aquela que o ex presidente anunciou ter zerado e cresce como bolo com fermento em demasia?
No orçamento enviado ao Congresso Nacional para o ano corrente, a previsão do governo para pagar juros e amortização da dívida é de R$ 1.002.000.000.000,00... Já leu? Engasgou? 1 trilhão e 2 bilhões de Reais! Haja imposto! Haja trabalho mal remunerado! E não falam nadica da economia informal.

Nossos eleitos, representantes dos próprios interesses, nem tocam na tal “economia não contabilizada”, cujos “impostos informais” são cobrados por agentes investidos como “fiscais” de feiras livres e de pequenos comércios, ou aqueles que cobram por baixo do pano para facilitar as atividades do tráfico de drogas, armas, contrabando, etc.

Esta economia que nunca foi divulgada oficialmente, também ajuda a eleger “representantes do povo”, que normalmente se relacionam com o crime organizado, mantendo o trabalho dos informais em condição marginal e precária. Eles são uma  das “galinhas dos ovos de ouro”. A sociedade que se proteja (como?) contra a violência que as polícias mal aparelhadas, mal treinadas, mal remuneradas não têm mesmo como conter. Que o digam as “comunidades pacificadas”.

Um amigo me indicou que os informais mobilizam uma riqueza superior à economia da Argentina. E me passou a fonte: Valor Econômico, São Paulo, 28/11/2012, Editoria Brasil, página A-3, onde se lê que a economia marginal mobilizou naquele ano, R$ 748,4 bilhões, ou seja, 17 % do PIB (Produto Interno Bruto, soma de toda a riqueza produzida no país).

E nem precisamos falar das ONGs, Organizações NÃO GOVERNAMENTAIS, financiadas pelo governo, para organizar índios, sem terra, mascarados para esculhambar em manifestações públicas, doutrinadores marxistas e toda esta gente que ajuda o comunismo e seus aliados a manter o medo e dividir a população.

São todos inocentes, como os do “mensalão”, gente fina... Democratas... Humanistas... Até que se prove o contrário. Os índices da criminalidade e roubalheira não são provas suficientes para quem não quer ver. As pesquisas oficiais confirmam os eleitos antes da eleição. O povo aceita. Uma pesquisa mais extensa confirma que 96% da população aprova a redução da maioridade penal. O PT e seus aliados recusam. Votam contra. Melhor seria se denominado Partido da Traição.  Agora estão conspirando para restringir a utilização da internet com censura e cobranças limitadoras.


Recebido por e-mail e postado originalmente no Blog "ViVerdeNovo":

 http://montenegroviverdenovo.blogspot.com.br/



http://montenegroviverdenovo.blogspot.com.br/



segunda-feira, 10 de março de 2014



A LEGITIMAÇÃO DA VIOLÊNCIA

Percival Puggina*


          O governador Tarso Genro, em recente entrevista, declarou-se contrário a quaisquer leis, sejam municipais, estaduais ou federais que visem a proibir o uso de máscaras em "protestos". Ora, para que não esqueçamos de certas compreensões consensuais numa sociedade civilizada: protesto se faz em passeatas ou concentrações, erguendo cartazes e faixas, proferindo discursos e refrões, subindo num banquinho ou carro de som, usando megafone. Protesto se faz mostrando a cara, para que as pessoas saibam quem é quem e quem está com o quê. Se usa máscara e é apenas manifestante, é covarde. Tem vergonha do que faz. Se usa máscara é não é manifestante, então é malfeitor, bandido.

          Voltemos, então, ao governador do Rio Grande do Sul, um Estado que se orgulha de sua história e da bravura de eminentes figuras que a construíram. Disse ele, referindo-se ao projeto aprovado pela Câmara de Vereadores da capital gaúcha: "Essa lei não tem nenhuma função ou objetivo". Mas como não, governador? Função da lei - permitir a identificação de quem cometer crimes. Objetivo da lei - inibir a destruição de patrimônio público e privado pelo reconhecimento dos violadores, e proteger a integridade física de policiais e transeuntes.

          Como não poderia deixar de ser, invocou ele o velho chavão esquerdista usado sempre que ocorre alguma reação frente a atos de selvageria praticados por grupos descontrolados: "A lei (municipal, contra o uso de máscaras) criminaliza os movimentos sociais". É dose! Onde o ilustre ex-ministro da Justiça foi buscar a ideia de que crime cometido por muita gente deixa de ser crime? Em que alfarrábio Tarso encontrou uma definição de movimento social na qual se enquadrem os black bloc, os incendiários de ônibus, os arrastões em estabelecimentos comerciais? A conduta desses grupos criminosos nada tem a ver com reivindicação social, mas com a apologia da violência como instrumento da política, terrorismo ou roubo com uso de violência. Ser contra a proibição ao uso de máscaras é legitimação da violência, negação da política e retrocesso civilizacional.

          A relação do PT com a impunidade já ultrapassou todos os limites do descaramento. Se é companheiro, se pega junto, se vota com a turma, pode tudo. E mais um pouco.

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* Percival Puggina (69) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, membro do grupo Pensar+.


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