domingo, 19 de abril de 2009

GUARARAPES: A GUERRA BRASÍLICA E O NASCEDOURO DE UM EXÉRCITO.

Foto: "Batalha dos Guararapes" - Museu Nacional de Belas Artes, óleo sobre tela de Victor Meirelles.






















Click AQUI se desejar ver a imagem no tamanho original (1280 x 676)



As duas Batalhas de Guararapes foram um rico exemplo histórico do despertar da Nacionalidade e do Exército Brasileiro, de um lado o Exército Holandês no Brasil, rico, bem organizado, equipado e instruído, mas sem motivação do por que lutar, baqueou frente ao exército patriota, pobre, sob bloqueio naval, mal organizado, equipado e instruído, mas altamente motivado e convicto do por que lutar. O resultado foi desenvolver uma doutrina adequada a guerra de guerrilhas, para impor sua vontade naquelas memoráveis batalhas. A estratégia do fraco foi vitoriosa contra a do forte.


"Nesta colina sagrada, na batalha vitoriosa contra o invasor, a força armada do Brasil se forjou e alicerçou para sempre a base da nacionalidade."
Marechal Mascarenhas de Moraes


"O espírito de Guararapes é o pavilhão invisível da nacionalidade."
Lysias A. Rodrigues






AS ORIGENS DO EXÉRCITO BRASILEIRO


Desde os primórdios da colonização portuguesa na América, desenvolveu-se em terras brasileiras uma sociedade marcada pela intensa miscigenação. O sentimento nativista aflorou na gente brasileira, a partir do século XVII, quando brancos, índios e negros, em Guararapes, expulsaram o invasor estrangeiro. O Exército, sempre integrado por elementos de todos os matizes sociais, nasceu com a própria Nação e, desde então, participa ativamente da história brasileira.

Nas décadas posteriores ao descobrimento do Brasil, a Força Terrestre foi representada pelo povo em armas nas lutas pela sobrevivência, conquista e manutenção do território.

Em verdadeira simbiose da organização tática portuguesa com operações irregulares, índios, brancos e negros formaram a primeira força que lutou e expulsou os invasores do nosso litoral. Portanto, a partir da memorável epopéia de Guararapes (1648), não havia apenas homens reunidos em torno de um simples ideal de libertação, mas sim, as bases do Exército Nacional de uma Pátria que se confirmaria a 7 de setembro de 1822.

A união entre a coroa lusa e a espanhola, em 1580, que tornou as terras da América pertencentes a um só rei e senhor, permitiu o alargamento da base física da colônia portuguesa, pela extraordinária ação exploradora empreendida pelas Entradas e Bandeiras. Naquela época, os portugueses, estimulados por notável visão estratégica, buscaram fixar os limites da colônia em acidentes geográficos bem nítidos e o mais possível a Oeste. Assim, no interior da Amazônia, nos pampas sulinos e nos confins dos sertões, à medida que avançava a marcha desbravadora dos bandeirantes, surgiam fortes e fortins – sentinelas de pedra a bradar: "esta terra tem dono!".

Após a Independência, em 1822, a atuação do Exército Brasileiro, internamente, foi decisiva para derrotar todas as tentativas de fragmentação territorial e social do País. A manutenção da unidade nacional, penosamente legada por nossos antepassados, é decorrente das suas ações, em particular, da atuação do Duque de Caxias. Desse modo, ontem, como hoje, prevaleceu a necessidade de segurança e integração nacionais, reflexo da vontade soberana do povo, expressa, como ideal intangível, nas Constituições brasileiras de todos os tempos.

Já no âmbito internacional, participou vitoriosamente do conflito que, na segunda metade do século XIX, ocorreu no cone sul do continente sul-americano: a Guerra da Tríplice Aliança.

Em decorrência da sintonia permanente que o Exército sempre teve com a sociedade brasileira, seu papel foi decisivo na Proclamação e na Consolidação da República. Naquele período particularmente conturbado, os militares desempenharam papel de moderação, idêntico ao exercido pelo Imperador na monarquia, garantindo a sobrevivência das instituições.

Após a I Guerra Mundial, o Exército experimentou um período de soerguimento profissional, que iria completar-se com a contratação, em 1920, da Missão Militar Francesa. Porém, foi a obra ciclópica de Rondon, interligando os sertões interiores aos grandes centros, reconhecida internacionalmente como conquista da humanidade, o que mais marcou esse início de século.

A II Guerra Mundial trouxe modificações significativas na evolução do Exército Brasileiro. Em 1942, em resposta ao torpedeamento de vários de seus navios mercantes, o Brasil declarou guerra às potências do Eixo.

Em 1944, o País enviou para o teatro de operações europeu uma força expedicionária organizada em curto espaço de tempo, sob o comando do General Mascarenhas de Moraes. Designada para operar na Itália, durante o tempo em que esteve em combate, compondo o V Exército dos Estados Unidos da América, a Divisão brasileira sofreu mais de 400 baixas por morte em ação. Antes que o conflito terminasse, havia feito mais de 15.000 prisioneiros de guerra e capturado duas divisões inimigas.

Na Itália, a FEB cobriu-se de glórias, combatendo tropas aguerridas, ao lado de soldados calejados por anos de campanha. Nada ficaria a dever a uns e outros. As glórias colhidas em Monte Castello, Montese e Fornovo, e em tantas outras ações, estão gravadas com letras de sangue na História Militar brasileira. Aos nossos pracinhas devemos, em difícil hora, a garantia da dignidade de nossa Pátria.

A partir dos anos 60, o Exército passou por importantes transformações. Acompanhando o acelerado desenvolvimento econômico e industrial do País, realizou consideráveis investimentos em Ciência e Tecnologia, o que permitiu fornecer à tropa equipamentos e armamentos projetados e fabricados pelas indústrias nacionais, particularmente viaturas blindadas. Além dessa evolução tecnológica, foi renovado o sistema de instrução e foram estruturadas as atuais divisões de exército e brigadas, combinações de tropas mais leves e flexíveis, consentâneas com as peculiaridades do ambiente operacional brasileiro.

Honrando compromissos internacionais assumidos, o Brasil já se fez ou está presente em inúmeras operações de manutenção da paz em diversas partes do mundo.

Na atualidade, o Exército Brasileiro consolida sua individualidade. Exercita e desenvolve uma doutrina militar genuinamente nacional, gerada com base em perspectivas de emprego realistas, e tem procurado evoluir sua concepção estratégica de maneira compatível com as demandas do futuro.

O Exército honra no presente os exemplos legados por Caxias – seu Patrono –, cultiva suas mais caras tradições e cumpre, diuturnamente, seu sagrado dever de preservar a soberania e a integridade do Brasil.


Fonte: Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEX)





Transcrito do Blog "Bootlead": http://bootlead.blogspot.com/

Comento:
Hoje, dia 19 de abril, é comemorado o "Dia do Exército". Prestamos a nossa humilde homenagem, transcrevendo a matéria postada no excelente Blog "Bootlead". Aproveitamos para orar por esta Instituição, pedindo a Deus que ela consiga resistir aos injustos ataques e distorções indiscriminadas que vem sofrendo. A cada pesquisa, a cada consulta ou manisfetação popular que dimensiona a importância, o carinho e o respeito que desfruta junto a sociedade brasileira, os abutres se manifestam, publicando reportagens, tentando denegrir a sua imagem, ou mesmo criando "factoides" para envolver seus integrantes. Apesar de tudo isto, com a proteção do "Santo Guerreiro", o Exército Brasileiro continua dentro do coração do povo brasileiro.

sábado, 18 de abril de 2009


Novidades no Front?


Edição de Artigos de Sábado do Alerta Total http://www.alertatotal.blogspot.com

Adicione nosso blog e podcast aos seus favoritos.

Por Arlindo Montenegro


Os produtores rurais de Santa Catarina estão apreensivos com as ameaças do radical guerrilheiro ministro ambientalista, que na armadura do seu coletinho “fashion”, decretou, o que proclamava seu mestre Stalin, mentor e santo devocional, ipsis literis: “Morte aos pequenos proprietários rurais. Ódio e desprezo aos que o defendem”.

Em Santa Catarina, a morte foi decretada para mais de 70.000 destes pequenos. Daí a unanimidade dos deputados e do governador, na tentativa de inovar as leis em benefício do bem comum, em atenção às peculiaridades locais, tradição e cultura centenária de famílias dedicadas à produção rural.

As ferozes leis ambientais impostas pelos técnicos que seguem a vontade do governo central, tem a ver com a estratégia do Foro de São Paulo. Se em parte contém alguns pontos indiscutivelmente positivos e defensáveis, sofrem da carga de veneno, da imposição ligeira, indiscriminada, ignorando história secular de famílias, trabalho árduo das comunidades rurais que desbravaram o território catarinense, gaúcho, mineiro, matogrossense...

Produtores tradicionais são tratados como criminosos, mantidos em suas propriedades como em prisão domiciliar, proibidos mesmo de defender suas famílias porque têm negada a posse de armas. O campo está aberto para os bandidos! O movimento de Santa Catarina suscita a reflexão sobre um possível pacto federativo, com autonomia dos estados e municípios para decidir sobre educação, saúde, segurança e utilização do produto do trabalho.

O Poder Central institucionalizou, aparelhou o banditismo. Está muito distanciado das diferentes realidades de cada bioma, cada estado da federação, cada município. No modelo atual, o jogo de empurra da politicalha inspirada nas cebs marxistas, impede decisões locais. Ficam todos de chapéu na mão, viajando a Brasília para o beija mão pedinte.

Trata-se da divisão do botim econômico, extorsão continuada que o poder central impõe através de impostos, inviabilizando a poupança de pequenas empresas familiares, atrelando a sobrevivência produtiva e consumistas a empréstimos bancários. É o fim da picada!

Neste momento de transição global os mandatários falam em concentrar mais poder para o Estado. Isto corresponde a ditaduras nazi, facistas, stalinistas, disfarçadas com o discurso de democratas, defensores dos direitos humanos, ambientalistas totalitários, como este ministro que mostra o mesmo desprezo que o seu guia intelectual, Stalin e seu chefe Lula dedicam aos pequenos.

Reforma agrária? Onde? Reforma agrária seria estender a propriedade da terra e a ocupação territorial com liberdade para os que produzem poderem educar seus filhos e viver dignamente. O estado funcionando como coordenador da produção e a Embrapa e outras instituições – como escolas técnicas e universidades – ativas junto aos centros produtores, o que é diferente de estar nas capitais. Sem depender de empresas e produtos multinacionais para envenenar o campo e os produtos que chegam às mesas dos brasileiros.

É bem diferente do “terrorismo sistemático como forma de governo” indicado por Lênin ou da “militarização completa de todo o trabalho, agrícola e industrial, com a supressão da liberdade de escolha do emprego”, indicada por Trotsky, amplamente aplicada em Cuba e defendida por muitos dos atuais auxiliares diretos do governo central.

Cuba, lembra guerrilha, como a que existe hoje nas metrópoles brasileiras submetendo os cidadãos, expondo a todos aos ataques de guerrilhas de narcotraficantes muito mais bem armados que as polícias desprestigiadas e - salvo alguns bravos patriotas fardados - com seus homens mal treinados, mal remunerados e expostos à corrupção, quando não, com as tropas infiltradas por criminosos e comunistas.

Lembra também as guerrilhas do MST, que dona Dilma finge ignorar enquanto libera verbas. Bem fazem, hoje mesmo, os agricultores do Rio Grande do Sul mobilizados em dezenas de grupos, alerta vigilante contra invasões, saques, roubos, depredações e assassinatos (vide Pernambuco), prometidos por ocasião do Abril Vermelho. Atentos contra os ataques do Mst que idolatra Guevara, que aconselhava os guerrilheiros hoje no poder no Brasil a agir como “frias máquinas de matar”.

E a história dos comunistas está cheia de massacres, genocídios, fuzilamentos e rios de sangue e submissão escrava: mais de 100 milhões de mortos, assassinatos dos mesmos aliados (Celso Daniel não será mais um?) e perseguição continuada, sem perdão (anistia) para os que pensam em alternativas democráticas ou cristãs.

O ódio visceral, o cinismo e o desprezo humano e a mentira caracterizam os comunistas. Os brasileiros estão abestalhados diante do tsunami, enseguecidos pela propaganda massiva enquanto eles corrompem todas as instituições e preparando o terreno para impor sua ditadura total, varrendo do mapa toda a cultura democrática, todas as liberdades, toda a possibilidade de escolha.

Santa Catarina mostra um norte para dizer basta! O Rio Grande do Sul mostra uma atitude de resistência. Resta-nos acompanhar e mobilizar-nos. Como? Não sei! Com a palavra os que tenham um projeto de poder para realizar um pacto federativo onde tenha lugar a liberdade e o estado democrático de direito.

Arlindo Montenegro é Apicultor.

Transcrito do Blog "Alerta Total".

Comento:
Mais um atualíssimo artigo do Arlindo Montenegro, postado no excelente Blog do jornalista Jorge Serrão, um verdadeiro grito de alerta sobre os descaminhos trilhados pela administração federal. Muitos anos de trabalho serão necessários para desfazer todos os equívocos administrativos perpetrados pelo governo da incompetência e do improviso. Uma enxurrada de medidas tomadas sem planejamento, sem um direcionamento seguro, espaldado por objetivos previamente estabelecidos, desnudando um governo de amadores mal intencionados.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O ensino da História do Brasil
A tragédia usada como catarse coletiva


Durval Lourenço Pereira Jr.

Fosse dada ao filósofo Aristóteles a oportunidade mágica de ler e compreender um livro didático da história brasileira, o notável grego reconheceria, em plena narrativa escolar, inúmeras semelhanças à tragédia clássica.
Segundo Aristóteles, a tragédia clássica deve cumprir três condições: possuir personagens de elevada condição (heróis, reis, deuses), ser contada em linguagem elevada e ter um final triste, com a destruição ou loucura de um ou vários personagens, sacrificados por seu orgulho na rebelião contra as forças do destino.
Na descrição dos fenômenos históricos, empreendida pela historiografia oficial, estão presentes ao menos duas dessas condições: a presença de heróis e o respectivo sacrifício pelas forças do destino. A terceira condição: a linguagem erudita, só não é utilizada face a natural dificuldade da sua compreensão pelas crianças e os mais jovens. Já os finais melancólicos são copiosos, nos levando a enxergar o passado com uma injustificada vergonha e tristeza. Quase sempre com revolta.
Tal enfoque depreciativo aparenta ser uma característica singular da cultura nacional. O dramaturgo Nelson Rodrigues o identificou no passado, apelidando-o de “Complexo de vira-latas”.
Por outro lado, não é preciso ter vivido no exterior para perceber como um educador norte-americano, inglês ou europeu, a mídia e as Instituições interpretam os fenômenos históricos e os transmitem às novas gerações, seja nas escolas ou na produção audiovisual. Exemplos desse modelo interpretativo chegam até nós pelos filmes do cinema, em especial.
Jamais assisti uma produção hollywoodiana que houvesse menosprezado os heróis-patronos do processo de Independência americano, a abolição da escravatura ou mesmo a participação do País na II Guerra Mundial. Muito pelo contrário. Tais episódios são particularmente reverenciados.
Já no Brasil, a mídia tem pouco interesse em reproduzir temas históricos, e quando a trata de abordá-los, geralmente o faz sob uma ótica trágico-depreciativa: Carlota Joaquina, de Carla Camurati; Rádio Auriverde e a Guerra do Brasil, ambos de Sylvio Back, são (deploráveis) exemplos dessa abordagem.
Uma vez apresentado ao cinema nacional, é pouco provável que Aristóteles identificasse heróis em nosso repertório tupiniquim. Maravilhado pela fabulosa tecnologia, olhos pregados à tela, o sábio procuraria ansioso por heróis do quilate de um Ulisses, um Heitor, ou um Aquiles. Mas ficaria decepcionado. Assistiria a filmes melancólicos como “Olga”; “Zuzu Angel”; “O que é isso Companheiro ?”; “Lamarca”; “Vlado”; “Batismo de Sangue”; “Caparaó”; “Araguaya”; “ Cabra Cega”; “Hércules 56”. Neles, o sábio veria um desfile infindável de falsos heróis, vítimas das “forças do destino” — como na tragédia grega. Heróis eleitos não pela dimensão dos seus feitos, mas pela ideologia que comungam.
Porque o sistema educacional brasileiro apresenta o nosso passado com tamanha carga negativa ? Porque a produção audiovisual reconstitui a História utilizando elementos similares aos da tragédia grega ? Existem outros objetivos por trás dessa trama ?
A resposta a tais questionamentos depende da compreensão dos fatos e da interconexão dos seus vetores num contexto mais amplo. Um contexto ligado intimamente à natureza humana. Assim sendo, nada melhor relembrar um pouco da obra de grandes pensadores e escritores, como Maquiavel, Aldous Huxley e Aristóteles, para melhor compreender os instrumentos que o ser humano utiliza para manipular os seus semelhantes.
Nicolau Maquiavel popularizou a mais antiga estratégia para derrotar o inimigo sem o uso das armas: a ruína da reputação alheia. Maquiavel recomendava, para tanto, o uso da calúnia e da difamação.
No campo político, em particular, essa estratégia mostrou-se extremamente eficaz. Porém, quando se buscavam objetivos mais amplos, como a mudança dos valores morais, éticos e religiosos — incluindo profundas mudanças na estrutura política e econômica de toda uma sociedade —, solapar a imagem dos adversários políticos não bastava. Era preciso intervir na estrutura educacional. Era preciso doutrinar as indefesas mentes infantis para que aceitassem, sem questionamentos, determinados conceitos futuros. Aldous Huxley na obra: “O Admirável Mundo Novo” já descreveu tal estratégia. Uma ação sobretudo covarde. Mas eficiente.
Encastelados nos círculos universitários brasileiros, tradicional reduto ideológico da esquerda, pseudo-educadores engajados na doutrinação marxista, estabelecem currículos e decidem sobre a indicação dos livros escolares para o ensino fundamental, médio e superior. Outros falsos intelectuais, em posições chave nas secretarias estaduais de educação, encomendam milhões de livros escolares para distribuição aos alunos da rede pública. Completa-se, então, o ciclo perverso que faz chegar aos jovens o livro didático politizado: veículo da doutrinação ideológica. O jornalista Ali Kamelem seu artigo “ O que ensinam às nossas crianças”, levou este fato ao conhecimento público, provocando um imenso rebuliço na comunidade acadêmica.
Sob o falso manto de uma suposta visão pluralista do processo histórico nacional, os currículos escolares são direcionados para denegrir a nossa história e os seus verdadeiros heróis. Esse exorcismo coletivo — e seletivo — exclui, difama ou minimiza dos currículos escolares a memória dos vultos nacionais, em particular a dos militares, como o Duque de Caxias, Osório, Tamandaré, Maria Quitéria ou mesmo a trajetória da Força Expedicionária Brasileira (FEB), na II Guerra Mundial.
Hoje, por exemplo, um colegial mediano surpreende-se ao saber que soldados brasileiros lutaram contra o nazi-fascismo. O jovem desconhece o tema não por uma deficiência intelectual ou mesmo pela qualidade do estabelecimento de ensino onde estuda, mas porque a trajetória da FEB foi suprimida dos currículos e, por conseguinte, não aparece nos livros escolares.
Em contrapartida, esse mesmo estudante aprende que a nossa evolução política e econômica foi “manipulada” ao longo da sua história, ora pelos portugueses, ora pelos ingleses e hoje pelos norte-americanos. Aprende que a política econômica brasileira é falha porque obedece aos ditames do “malvado” capitalismo e das grandes corporações.
Os seus “heróis” pertencem à “população oprimida” da Campanha do Contestado, da Balaiada, da Cabanagem ou de Canudos. No século XX, sob a influência do cinema nacional, os seus novos “heróis” são os perseguidos políticos e até mesmo alguns terroristas que pegaram em armas contra o Regime Militar. Todos vitimados pelas “forças do destino”.
O sábio Aristóteles não se preocupou em estabelecer qualquer teoria sobre a tragédia, nem se concentrou nos aspectos técnicos do espetáculo, mas no comportamento do público. Concluiu que o espetáculo trágico para realizar-se como obra de arte deveria sempre provocar a Katarsis, a catarse, isto é a purgação das emoções dos espectadores. Assistindo às terríveis dilacerações do herói trágico, sensibilizando-se com o horror que a vida dele se tornara, sentindo uma profunda compaixão pelo infausto que o destino reservara ao herói, o público deveria passar por uma espécie de exorcismo coletivo. Atribui-se à concepção de Aristóteles, que associa a tragédia à purgação, ao fato dele ter sido médico, o que teria contribuído para que ele entendesse a encenação dramática como uma espécie de remédio da alma, ajudando as pessoas do auditório a expelirem suas próprias dores e sofrimentos ao assistirem o desenlace.
Mas qual é, afinal de contas, a relação entre a tragédia grega e a postura educacional e cinematográfica brasileira ? Simples: as frustradas tentativas marxistas de tomada do poder, em 1935 e em 1964, fracassaram exatamente por lhes faltarem o respaldo popular — tradicionalmente avesso à ideologia esquerdista. Seus atuais mentores parecem ter aprendido a lição: perceberam que para mudar a sociedade em seus valores básicos, deveriam moldar as novas gerações de acordo com determinados dogmas, solapando os valores básicos da família e reescrevendo a História do Brasil sob um prisma depreciativo, de forma a fazer eclodir no público, tal qual na tragédia grega, a catarse coletiva.
Uma vez manipulada a história nacional, segundo a ideologia marxista, falta ainda modificar os valores históricos e profundamente enraizados no povo brasileiro.
O homem brasileiro possui certas virtudes que faltam a muitos povos. É tradicionalmente um povo amante da paz, fraterno, ordeiro, com profundo sentimento religioso e de nacionalidade. Um povo sempre disposto a resolver seus conflitos internos e externos de forma pacífica. Graças a essas virtudes, evitamos convulsões sociais catastróficas. Mantivemos a integridade territorial após a Independência; abolimos a escravidão; derrubamos a Monarquia e estabelecemos a República. Na qualidade de maior potência bélica regional, nunca adotamos uma política externa imperialista. Mesmo as nossas revoluções foram resolvidas com derramamento mínimo de sangue.
Para mudar este quadro, é preciso lançar no seio da sociedade o vírus da discórdia e da contestação dos valores da familiares, éticos e religiosos. A televisão, como formadora de opinião, tem participação intensa nesse processo, particularmente com a dramaturgia das novelas e sua temática cada vez mais ousada e libertina. A todo momento afloram na mídia uma série de novas “questões sociais”: como a do “beijo homossexual”; da liberação do uso de drogas; da “luta em defesa das minorias”; sem-terra, sem-teto, negros, indígenas, homossexuais, e por aí vai. Quem por acaso acompanhar as constantes passeatas e manifestações públicas que envolvem tais questões, há de perceber a grande quantidade de bandeiras de partidos políticos. Quase todas na cor vermelha, é claro.
Num país com tamanha desigualdade social, como no Brasil, o desejo de mudança na sociedade é algo benéfico e que deve ser buscado com o intuito de aperfeiçoá-la, mas jamais aviltando o sangue dos nossos antepassados. “Conspira contra a própria grandeza o povo que não cultiva os seus feitos históricos”. Uma frase que resume uma verdade histórica, pois não se tem notícia de um país verdadeiramente desenvolvido que se abstenha de promover o orgulho nacional em sua população. A motivação psicossocial é silenciosa. Mas tremendamente poderosa.
A tragédia é o maior legado literário deixado pela cultura grega. Já a interpretação dos fatos históricos, estabelecida por boa parte dos livros escolares de História do Brasil, é uma pavorosa tragédia educacional. Uma tragédia que busca deflagrar a catarse coletiva necessária ao sucesso dos anseios marxistas. E é exatamente na escola o lugar onde a doutrinação se torna mais nociva, pois é direcionada ao que temos de mais importante: a educação e a formação do caráter das nossas crianças.
Quando alguém me perguntar se o que foi dito anteriormente pode ser visto como devaneio ou alguma “teoria da conspiração”, responderei que a resposta deve ser buscada segundo o julgamento individual. Mas, antes de bater o martelo, o inquisidor deve consultar o que andam ensinando aos seus filhos.


Transcrito da página "Escola sem partido": http://www.escolasempartido.org/ (Artigos)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

EM DEFESA DO ÚLTIMO BASTIÃO DO NACIONALISMO: A ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA *

ANTONIO CELENTE VIDEIRA * *

Nesta casa, estuda-se o destino do Brasil, para melhor servi-lo.

(Mal. Humberto de Alencar Castelo Branco)

Os meus deslocamentos para Brasília, a serviço, deixaram-me estupefato diante dos comentários desairosos sobre a nossa Escola Superior de Guerra (ESG). Dentre os absurdos, segundo a minha ótica, destaco:

a ESG está ultrapassada e não serve para mais nada;

o Método de Planejamento Estratégico da ESG parou no tempo e no espaço;

a ESG no Rio de Janeiro está deslocada. Urge a sua transferência para Brasília, a fim dos políticos fazerem seus cursos.

Paro por aqui para não me alongar, mas digo que são produções infundadas, não se sustentando com cinco minutos de diálogo, se confrontadas com as reflexões dos que conhecem e vivem a ESG e pensam diferente.

Refutação da afirmação de que a ESG no Rio de Janeiro está deslocada, por isso urge a sua transferência para Brasília para os políticos fazerem seus cursos

Voltando à nossa ESG, fiquei constrangido quando alguém me disse que com a ESG vindo para Brasília, nossos políticos voltariam a fazer parte do seu Corpo de Estagiários. Esta é uma afirmação tão infantil que dá para perceber a falta de largueza perceptiva.

Onde já se viu o político atual deixar de participar da “festinha junina” do interior do seu estado no Norte ou no Nordeste para assistir aulas de Cratologia (estudo do Poder) ministrada pela ESG? Se Brasília é hoje local para sediar a ESG, por que, aproximadamente, há dez anos, não acontecem Ciclos de Estudos de Política e Estratégia (CEPE) na Delegacia da ADESG da Capital Federal? Por que o GETRAM (Gerência Executiva de Transporte e Mobilização), um excelente Curso de Logística de Transporte, ministrado pelo Exército Brasileiro, em parceria com a Faculdade da Terra, não foi para frente? Qual o motivo que influenciou a não permanência do antigo Curso Intensivo de Mobilização Nacional (hoje Curso de Logística e Mobilização Nacional – CLMN) em Brasília, funcionando naquela cidade no curto período de 1982 a 1986, a retornar para a ESG em 1993?

Essas são questões que não se calam e não podem ficar fora do estudo do processo decisório (se é que vai haver) sério para remoção de uma Escola como a nossa.

Refutação da afirmação de que a ESG está desatualizada e inútil

Por outro lado, quer queira ou não, o Rio de Janeiro é ainda o Centro Cultural do Brasil, gozando a ESG o privilégio de estar nas proximidades da Academia, isto é, recebendo conferencistas de universidades do próprio Rio de Janeiro, Minas gerais, São Paulo e, até mesmo, de Brasília, a menos de uma hora e meia de vôo.

Em contrapartida, Brasília, uma cidade altamente politizada, vai desconfigurar o último "bastião" onde se estuda o Brasil, entre civis e militares, de forma isenta e imparcial. A Escola de Estado vai se transformar em Escola de Governo. Substituir-se-á um aprazível local, com tradição, nascedouro do Rio de Janeiro, com a chegada de Estácio de Sá, por instalações frias, ilhadas pelo sentimento público fantasioso que não retrata, graças a Deus, os verdadeiros anseios do povo brasileiro. Em suma, trocar-se-á a cidade maravilhosa, decorada com os encantos da natureza, pelo arrroubo da urbe empedrada, contendo, na intangibilidade de suas linhas arquitetônicas, a insipidez dos interesses grupais.

Se a ADESG de Brasília não promove CEPEs há dez anos, a ESG, “sediada no Rio de Janeiro”, projeta o seu braço na Capital Federal, através do Curso de Gestão de Recursos de Defesa (CGERD), produzindo elevados elogios, a partir de oficiais das três Forças Singulares e civis de repartições públicas que tiveram o privilégio de freqüentarem suas aulas e palestras por prestarem serviço em Brasília. O fato do CGERD estar dando certo em Brasília é porque, no seu bojo, guarda a mística do método de ensino da ESG forjado por ícones como os Marchais Oswaldo Cordeiro de Farias, Juarez Távora, César Obino, Desembargador Antonio de Arruda e tantos outros abnegados pela causa “esguiana”.

A evolução desse método, em sincronia com o comportamento do mundo atual, deve-se à dedicação do seu Corpo Permanente, ao qual tenho a honra de pertencer e que, sem alardes, pesquisa e se atualiza, procurando fazer o melhor, não obstante os óbices naturais da Administração Pública.

Quanto ao inconsistente argumento sobre a desatualização do conteúdo programático, não sei de onde isto está vindo. A ESG é parceira da COPPEAD, quando todos os seus cursos têm professores, além dos brilhantes membros do Corpo Permanente, os daquela Instituição, cujo posicionamento é destaque em excelência de Gestão Estratégica no Brasil e no mundo. A COPPEAD, desde 2001, por seis vezes, no Ranking Anual do Financial Times, está classificada entre os 100 melhores programas de MBA do mundo e posiciona-se entre os 12 programas de pós-graduação em Administração da América Latina, segundo a revista chilena América Economia.

Com a Universidade Federal Fluminense (UFF), está-se buscando uma parceria, em fase final de concretização, na área de Defesa. Aliás, no Segundo Simpósio de Defesa, realizado no período de 15 a 18 de julho do corrente, pela Associação Brasileira de Estudo de Defesa (ABED), na UFF, com a participação das escolas militares de Altos Estudos, de Aperfeiçoamento e de Formação das três Forças Singulares, além de diversas universidades do Brasil, representadas por professores e mestrandos, lá estava a ESG, com alguns de seus professores, todos também doutores e mestres, formados por centros de excelências em pesquisa. Suas apresentações temáticas foram alvo dos mais efusivos elogios proferidos por oficiais da Aeronáutica, todos meus ex-cadetes, destacando-se esses professores como superiores, em profundidade e em objetividade, em relação aos demais que lá naquele simpósio também se apresentavam.

Por conseguinte, não consigo entender por que flui a conversa de termos um Corpo Permanente despreparado. Se forem levantadas as qualificações dos membros do Corpo Permanente, verificar-se-á que a grande maioria possui mestrado e doutorado, reconhecidos pela Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES). Além disso, existe uma intensa produção de artigos em periódicos diversos e participação em simpósios e congressos, denotando a ESG ser possuidora de excelente “capital intelectual”.

Outra parceria que a ESG tem é com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), cujos beneficiários são os estagiários dos Cursos de Gestão de Recursos de Defesa (CGERD), Logística e Mobilização Nacional (CLMN) e Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE). Afora isso, existe forte relacionamento com escolas congêneres à nossa, através de protocolos de intenções e de cooperações, com países como China, África do Sul, Angola, Chile, Estados Unidos, Colômbia, Namíbia, Peru, Portugal, Uruguai e Espanha, além de receber comitivas de nações como França, Inglaterra, Singapura, Coréia do Sul e tantas outras e lá também comparecendo com as nossas, travando intensa troca de experiências com o mundo, de uma maneira geral, em assuntos de estudos relacionados à geoestratégia, defesa, segurança, economia e outros. Então, não vejo onde estar deslocado em relação aos demais Institutos de Altos Estudos espalhados pelo mundo.

Refutação da afirmação de que o Método de Planejamento Estratégico da ESG parou no tempo e no espaço

Por fim, é vergonhoso falar que o nosso Método de Planejamento Estratégico está ultrapassado. Cabe aqui mencionar, como algo interessante nesta discussão, que não se faz qualquer tipo de crítica quanto ao Estudo de Estado-Maior ou ao Exame de Situação, ambos ministrados nas três Escolas de Altos Estudos das nossas Forças Singulares.

Mas, quanto ao nosso Método, não - este seria antiquado. Ora, além do Estudo de Estado-Maior e do Exame de Situação, tive a oportunidade de estudar outros, quando fiz o Mestrado em Gestão e Tecnologia. A análise SWOT (Strengths-Força; Weaknesses-Fraqueza; Opportunities-Oportunidade; Threats-Ameaças), o método Analytic Hierarchy Process (AHP), a Pesquisa Operacional (PO), a Decision Support System (DSS), o Jogo de Empresa, a Análise Multicritério, utilizando, em alguns casos, o aplicativo informatizado “promoden”, como uma ferramenta de simulação, indicando soluções ótimas, tudo em cima de autores como Michael Pidd, Tamio Shimizu, Max H. Bazerman, Luiz Flávio Autran Monteiro Gomes e outros expoentes do estudo da Propedêutica e da Heurística.

Em nenhum momento, percebi inferioridade no Método de Planejamento Estratégico da ESG. Pelo contrário, o nosso Método, com o auxílio da ferramenta PUMA, é, sobremaneira, objetivo, elucidativo e amigável diante das incertezas do decisor e superior aos mencionados acima, na configuração de cenários prospectivos.

Logo, são inconcebíveis determinadas afirmações, em relação à nossa ESG, cujo teor ainda não percebi a qual fim se quer chegar.

A reação justa em defesa da ESG

Diante da inverdade maldosa, produzi um documento ao Comando, sendo imediatamente tomadas providências, como por exemplo, a designação de um Grupo de Trabalho (GT), utilizando-se das inteligências de alguns membros do Corpo Permanente, com o objetivo de demonstrar o quanto custará de negativo, para o País, essa medida unilateral (de transferência da ESG).

Esse GT produziu um documento de abordagem profunda, a partir da pluralidade de reflexões de seus componentes, afastando decisões unilaterais e autoritárias, nefastas às soluções sensatas e efetivas.

A transferência da ESG para Brasília, perdoem-me, não pode se concretizar sem uma análise das Linhas de Ações Preliminares (LAP) estabelecidas por esse GT. Se isso acontecer, a decisão não será técnica, mas levará a concluir que estará eivada de um viés dúbio.

O jogo do caos factual

Com a divulgação da Estratégia Nacional de Defesa, no dia 07 de setembro, tendo no seu bojo, em um de seus parágrafos, a transferência da ESG para Brasília, bem como o pronunciamento do Exm. Sr. Ministro da Defesa, no VIII Encontro Nacional de Estudos Estratégicos (ENEE), no dia 07 de novembro, na Universidade da Força Aérea (UNIFA) e a conseqüente publicação de suas palavras no jornal O Dia, de 08 de novembro, elucidou-se a incógnita da equação, fazendo-nos entender que a “cantilena” do demérito e a inversão dos fatos sobre a ESG, previamente tão enfatizada, visa sensibilizar o Congresso Nacional a aprovar a Estratégia Nacional de Defesa, com a transferência da ESG para Brasília.

Percebe-se um arranjo velado e o que está em jogo é a manutenção ou não de um centro que estuda desenvolvimento, defesa e segurança, mas, muito mais do que isso, discutem-se os valores morais de uma nação, diante das crises nacionais dos últimos tempos, principalmente junto às nossas elites, “estraçalhando” o que é mais relevante na contextualização de um povo: a justiça.

Eu me pergunto: Por que essa investida contra a ESG? Será que prevalece ainda o mito fantasioso e revanchista de que a Revolução de 1964 nasceu no interior de suas instalações? Qual o motivo de tentar-se acabar com a ESG, nos anos de 2004 e 2005, não indo à frente, e agora surgir uma nova proposta traduzida na sua transferência para Brasília? O que a Escola cometeu de errado, em termos de cumprimento da sua missão-fim, para ser assediada subliminarmente? Não seria mais sensato apontar, com embasamento, as possíveis falhas e solicitar e/ou conjuntamente executar as devidas correções? Será que é proposital a notícia-surpresa, objetivando impactar nefastamente, em termos psicológicos, a todos da Escola e, com isso, obstruir a difusão do nosso Pensamento Estratégico à Sociedade Brasileira?

É, portanto, com tristeza e desconfiança que percebo um movimento maldoso e mentiroso em relação ao relevante papel da ESG no contexto nacional.

Parece que a técnica subliminar de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda do Terceiro Reich, está se concretizando, naquilo que foi denominado “a grande mentira”. Afirmava, enfaticamente, aquela autoridade que “quanto maior a mentira e quanto mais fosse repetida como é o caso da construção de que a ESG parou no tempo e no espaço , mais facilmente será aceita pelas autoridades constituídas e pelas elites pensantes do País”.

Indignado percebo todo um movimento ardiloso contra a ESG, não podendo, desta feita, como membro do Corpo Permanente e agora sendo guindado, no Instituto de Geografia e História Militar Brasileira (IGHMB), a tomar acento na cadeira de nº 61, cujo patrono é o Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão, silenciar-me e permitir que com uma “canetada”, em recinto fechado, sem um prévio e sério estudo, estabeleça-se o destino de uma causa que muito custou a verdadeiros idealistas. Estes jamais podem ser traídos por tudo que fizeram em prol de um “Santuário do Saber” que se chama Escola Superior de Guerra.

Encerro essas minhas considerações externando que a pior coisa que pode acontecer à criatura envolta numa causa nacional “não é ser punida pela justiça dos homens, mas condenada, eternamente, pelo Tribunal da História”.

Logo, em nossas mãos, está o destino desta Escola que muito tem feito pela Pátria.

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* Íntegra do artigo em: http://www.imortaisguerreiros.com

* Antonio Celente Videira – Cel. Int. R1 Aer.

Os subtítulos foram introduzidos pelo Editor deste site.

Transcrito da página: http://www.sacralidade.com/

sábado, 4 de abril de 2009


A China na armadilha do dólar

PAUL KRUGMAN
DO "NEW YORK TIMES"

NOS ESTÁGIOS iniciais da crise financeira, os engraçadinhos brincavam que o comércio dos EUA com a China havia se provado realmente justo e proporcional.Os chineses vendiam brinquedos envenenados e frutos do mar estragados, e os norte-americanos lhes vendiam títulos fraudulentos. Mas hoje em dia os dois lados do negócio estão se desfazendo.


Na ponta de lá, o apetite mundial por bens chineses caiu acentuadamente. As exportações chinesas despencaram nos últimos meses e são agora 26% mais baixas do que há 12 meses.Na ponta americana, os chineses estão evidentemente começando a se sentir ansiosos quanto àqueles títulos.


Mas a China parece continuar mantendo expectativas pouco realistas. E isso é um problema para todos.
A grande notícia da semana passada foi um discurso de Zhou Xiaochuan, presidente do banco central chinês, que apelava para a criação de uma "nova moeda de reserva supranacional".A ala paranoica do Partido Republicano imediatamente alertou sobre um vil complô para fazer com que os Estados Unidos abram mão do dólar.


Mas o discurso de Zhou foi na verdade uma admissão de fraqueza. Na prática, estava dizendo que a China se havia deixado apanhar na armadilha do dólar, e que nem pode sair sem ajuda nem mudar as políticas que a colocaram nessa posição.


Uma nota sobre os antecedentes: nos primeiros anos da década, a China começou a manter grandes superávits comerciais e também começou a atrair grandes influxos de capital estrangeiro.
Se a China tivesse uma taxa de câmbio livre, como o Canadá, isso teria resultado em uma alta no valor de sua moeda, o que por sua vez teria desacelerado o crescimento das exportações chinesas.



Paridade


Mas a China optou em lugar disso por manter mais ou menos fixa a paridade entre o yuan e o dólar. Para tanto, o governo tinha de comprar dólares à medida que estes inundavam o país. Com a passagem dos anos, os superávits comerciais continuaram subindo -e o mesmo aconteceu com a reserva chinesa de ativos estrangeiros.


É preciso ressaltar que a piada sobre os títulos é injusta. Excetuada uma incursão tardia e insensata às ações (no pico desse mercado), os chineses na verdade acumularam ativos muito seguros; notas do Tesouro norte-americano respondem por grande parte das reservas totais. Mas, embora essas notas estejam entre os ativos mais seguros do planeta no que tange a possíveis calotes, elas oferecem retornos muito baixos.


Será que havia uma estratégia profunda por trás desse acúmulo de ativos de baixo rendimento? Provavelmente não.
A China adquiriu sua imensa reserva de US$ 2 trilhões -o que transformou a República Popular em República dos Títulos- da mesma maneira que os britânicos adquiriram seu império: em um ataque de distração.


E não muito tempo atrás, ao que parece, os líderes chineses despertaram e compreenderam que tinham um problema. O baixo rendimento não parece incomodá-los muito, mesmo agora. Mas aparentemente o fato de que 70% desses ativos estão denominados em dólares os preocupa, porque qualquer queda futura do dólar poderia significar uma grande perda de capital para a China. Isso explica a proposta de Zhou quanto à criação de uma nova moeda de reserva, assemelhada aos DES (Direitos Especiais de Saque), a unidade monetária na qual o FMI (Fundo Monetário Internacional) mantém suas contas. Mas a situação é ao mesmo tempo menos e mais complicada do que parece.


Os DES não são dinheiro real. Representam uma unidade contábil cujo valor é definido por uma cesta de dólares, euros, ienes e libras esterlinas. E nada impede que a China diversifique suas reservas de forma a reduzir o peso do dólar; de fato, nada impede que ela componha sua reserva de maneira que se equipare à composição da cesta cambial dos DES -nada, quer dizer, a não ser o fato de que hoje os chineses detêm tantos dólares que é impossível vendê-los sem derrubar a cotação da moeda e deflagrar exatamente a perda de capital que os líderes do país temem.

Apelo


Assim, o que a proposta de Zhou significa na prática é um apelo para que alguém resgate a China das consequências de seus erros de investimento. Isso não vai acontecer. E essa invocação de uma solução mágica para o problema do excesso de dólares chinês sugere algo mais: que os líderes chineses ainda não aceitaram que as regras do jogo mudaram de maneira fundamental.


Dois anos atrás, vivíamos em um mundo no qual a China podia poupar muito mais do que investia e dispor da poupança excedente adquirindo ativos norte-americanos. Esse mundo acabou.


No entanto, um dia depois de seu discurso sobre a moeda de reserva, Zhou fez outro pronunciamento, no qual parecia asseverar que o índice extremamente elevado de poupança da China é imutável, pois resulta do confucionismo, que exalta a "antiextravagância". E, enquanto isso, "não é o momento certo" de os EUA pouparem mais. Em outras palavras: vamos deixar tudo como está.

O que tampouco vai acontecer. Em resumo, a China ainda não está disposta a encarar as dolorosas mudanças que serão necessárias para enfrentar a crise mundial.É claro que o mesmo poderia ser dito sobre os japoneses, sobre os europeus -e sobre os norte-americanos.


E esse fracasso em encarar as novas realidades é o principal motivo para que, a despeito de certo vislumbre de boas novas -a conferência de cúpula do Grupo dos 20 realizou mais do que eu imaginava possível-, a crise provavelmente dure anos.


PAUL KRUGMAN , economista, é colunista do jornal "The New York Times" e professor na Universidade Princeton (EUA).

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Transcrito do Blog "Nathal & Candesticks".

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Seja-me permito, finalmente, rogar a Vossa Santidade uma providência especial para proteger o Brasil, o maior país católico do mundo, de uma gravíssima ameaça que paira sobre a Terra de Santa Cruz. Vivemos há quase oito anos sob um governo socialista que tem adotado uma política anticristã na área do direito da família e da vida. O atual governo tem o propósito de introduzir a legalização geral do aborto e da união civil homossexual. Tudo isto está previsto no programa político do Partido dos Trabalhadores, partido do governo. A candidata do governo à presidência da República no próximo ano já fez declarações neste sentido. Apesar da absoluta incompatibilidade de suas propostas políticas, a referida senhora tem exercido nas concentrações carismáticas o ministério de leitora nas missas, em franca campanha política. Com efeito, isto nos desconcerta.
Beatíssimo Padre.

Prostrado aos pés de Vossa Santidade, venho, respeitosamente, por meio desta, manifestar-lhe minha fidelidade incondicional na qualidade de sacerdote católico incardinado na Diocese de Anápolis.

Tenho acompanhado com tristeza e indignação todos os ataques dirigidos contra Vossa Santidade, verdadeiros atos de rebeldia, por parte de pessoas que perderam a fé católica ou se deixaram enredar por falsas doutrinas e, assim, são incapazes de avaliar com justeza as medidas prudentes e zelosas de Vossa Santidade com o intuito de promover o bem da Igreja e preservar a integridade da fé católica.

Desejaria dizer a Vossa Santidade que lhe sou particularmente grato pelo motu proprio Summorum Pontificum e pelo decreto de revogação das excomunhões declaradas em 1988 contra Mons. Marcel Lefèbvre, D. Antonio de Castro Mayer e os 4 bispos então consagrados.

Com a liberdade de um filho que confia em seu pai, devo dizer a Vossa Santidade que, tendo nascido em 1962 em uma diocese do interior do Estado São Paulo, assisti à degradação da vida espiritual católica promovida pela teologia da libertação e em nome do Concílio Vaticano II: igrejas destruídas e profanadas, a liturgia completamente dessacralizada, a educação católica, garantia da transmissão dos valores perenes, abolida com o fechamento de antigos colégios, porque se dizia serem apenas instituições a serviço da burguesia e contra as classes oprimidas. Um número incalculável de publicações (cartilhas, panfletos, folhetinhos de missa) espalhou todos esses anos entre os católicos a grosseria, a imoralidade e a heresia, de modo que se gerou um ambiente insuportável. É inútil e impossível mencionar todas as calamidades que se abateram sobre os católicos, e Vossa Santidade tem pleno conhecimento da realidade.

Digo isto apenas para confessar a Vossa Santidade que, se eu e minha família preservamos a fé católica, foi graças ao combate travado por sua S. Exa. Revma. Mons. Lefèbvre. Com efeito, verificamos que ele tinha razão em convocar os católicos para lutar contra tantos desmandos e abusos.

Em 1988, quando foi assinado um protocolo de “acordo” entre a Fraternidade Sacerdotal São Pio X e a Santa Sé, no qual se previa a conveniência de que fosse sagrado um bispo eleito entre os padres da Fraternidade e, como não se superasse o obstáculo da fixação de uma data para tal sagração, pareceu-nos que Mons. Lefèbvre tinha o direito de proceder ao rito sagrado.

Decorridos tantos anos, estou convencido de que o venerável bispo agiu bem. Os frutos de sua obra são bênçãos e graças para toda a Igreja. Não tivesse ele agido com prudência e fortaleza então, certamente não existiria a Fraternidade Sacerdotal São Pedro e muitos outros institutos ligados a Ecclesia Dei Adflicta. Eu mesmo não teria sido ordenado presbítero no rito tradicional em 1996 pelo cardeal Stickler em atenção às letras dimissórias de meu antigo bispo D. Manoel Pestana Filho. E, certamente, o “progressismo católico” teria avançado muito mais como força devastadora da Vinha do Senhor.

Por isso, expresso hoje minha gratidão a Vossa Santidade e reverencio a memória dos dois bispos que ajudaram tantos católicos a conservar a fé em tempos tão atribulados.

Gostaria ainda de dizer a Vossa Santidade que são numerosíssimos os padres que o apóiam por ter, por exemplo, ordenado a correção da tradução da forma da consagração do cálice na Santa Missa e não se conformam com o descaso da hierarquia em cumprir a ordem emanada de Roma. O zelo de Vossa Santidade pelo decoro da sagrada liturgia nos conforta. Há muitos padres que desejariam seguir o exemplo de Vossa Santidade em suas paróquias, mas temem represálias da parte dos seus ordinários.

Igualmente, quero assegurar a Vossa Santidade que foi enorme a satisfação dos verdadeiros católicos com a atitude digna do arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho OC, por ter recordado que os católicos que cooperaram com a prática do aborto naquela cidade incorreram em excomunhão latae sententiae. São gestos como este que confirmam os católicos em sua fé. Foi, por outro lado, vergonhoso e lamentável ver outros bispos censurarem a atitude coerente do arcebispo D. José Cardoso Sobrinho.

Seja-me permito, finalmente, rogar a Vossa Santidade uma providência especial para proteger o Brasil, o maior país católico do mundo, de uma gravíssima ameaça que paira sobre a Terra de Santa Cruz. Vivemos há quase oito anos sob um governo socialista que tem adotado uma política anticristã na área do direito da família e da vida. O atual governo tem o propósito de introduzir a legalização geral do aborto e da união civil homossexual. Tudo isto está previsto no programa político do Partido dos Trabalhadores, partido do governo. A candidata do governo à presidência da República no próximo ano já fez declarações neste sentido. Apesar da absoluta incompatibilidade de suas propostas políticas, a referida senhora tem exercido nas concentrações carismáticas o ministério de leitora nas missas, em franca campanha política. Com efeito, isto nos desconcerta.

Quando se trata de assuntos de grande relevância moral e para a salvação das almas, não se observa da parte da hierarquia tanto empenho para não dizer que há dolorosa omissão ou cumplicidade. Atitude como a de D. Cardoso é uma gota de água pura no mar morto. Mas quando se trata de assuntos técnicos ou sócio-economicos observa-se uma indiscreta ingerência, que só redunda em descrédito da Igreja. Permito-me recordar a Vossa Santidade o episódio da transposição do rio São Francisco ou mais recentemente a absurda demarcação de território indígena em região rica em minérios (uma ameaça à soberania nacional), com apoio do Conselho Indigenista Missionário, órgão ligado à CNBB.

De maneira que, diante da gravidade da situação atual do Brasil, rogo a Vossa Santidade que, assim como Pio XII (cuja memória Vossa Santidade tem reverenciado) salvou a Itália do perigo comunista arregimentando os católicos, assim também agora ajude a salvar o Brasil da perpetuação de uma tirania socialista e anticristã, que se instaurou entre nós com os préstimos da “esquerda católica”

Rogo a bênção de Vossa Santidade sobre minha pessoa e sobre todos fiéis da Capela Santa Maria das Vitórias em Anápolis, consagrada por Dom Pestana em dezembro do ano passado. Asseguro a Vossa Santidade nossas fervorosas orações ao Imaculado Coração de Maria para que Nossa Senhora o proteja da maldade dos seus inimigos.



Anápolis, 27 de março de 2009
Festa de São João Damasceno
Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa
http://www.santamariadasvitorias.com.br/