sexta-feira, 17 de outubro de 2014


                  Tempo de mudanças*
 

  Semana passada viajava só, pela BR 267, que liga a BR 163 no MS à Rodovia Raposo Tavares em SP, quando vi alguns carros estacionados dos dois lados da rodovia. Sem saber do que se tratava diminui a velocidade e vi várias pessoas saqueando um caminhão baú que estava capotado, fora da rodovia, na lateral direita da mesma, sentido MS-SP.

  Alguns levavam para seus carros, nas costas, sacos com produtos furtados. Sem parar, liguei para 191, o número de emergência da Polícia Rodoviária Federal. Uma gravação dizia: "Você ligou para o 191, o telefone de emergência da Polícia Rodoviária Federal. Para sua segurança esta ligação poderá ser gravada e seu número monitorado. Já iremos lhe atender."

  Por vários minutos ouvia-se uma música até a ligação cair. Foram várias tentativas, sempre com o mesmo resultado. Como o sinal de celular não é bom nesse trecho da rodovia, continuei até um novo posto da PRF que acaba de ser construído, mas sem nenhum policial. Agora com melhor sinal, tentei novamente, mas sem sucesso. Só quando cheguei a outro posto da polícia rodoviária - já a 140 km de distância de onde ocorria o saque -, pude comunicar o fato aos três policiais presentes no interior do escritório daquele posto.

  Ao dizer que já havia ligado oito vezes para o número 191 sem sucesso, fiquei ainda mais estarrecido quando os mesmos disseram que eles também estavam tentando se comunicar com a central em Campo Grande e que para isso utilizavam o mesmo número, mas também não estavam conseguindo e que isso era muito comum, pois o sinal da comunicação com a central do número 191, localizado na capital do estado, era muito ruim.

  Durante todo o resto da viagem pensava na infinidade de possibilidades do que poderia ocorrer em uma rodovia e de como esse telefone - que teoricamente deveria ser o que melhor funcionaria -, poderia salvar vidas.

  Esse é um simples exemplo do país em que vivemos. Com toda a tecnologia hoje disponível, não conseguimos sequer equipar nossas rodovias com o que é muito mais importante inclusive que sua construção e conservação: um meio eficiente de se comunicar urgentemente com quem poderia ajudar os que por algum motivo pedem socorro.

  Pessoas clamando por esse socorro estão morrendo nas portas dos postos de saúde e hospitais sem serem sequer atendidas. Crianças estão nas ruas sendo aliciadas por traficantes, viciando-se em crack e outras drogas simplesmente porque o governo é incapaz de mantê-las em escolas, preparando-as para um futuro melhor.

  Batalhões praticamente inteiros de policiais, inclusive com seus comandantes, estão sendo presos pela Polícia Federal, por estarem envolvidos com os mais diversos tipos de corrupção, de proteção a criminosos e até os mais violentos assassinatos a sangue frio, a mando de traficantes.

  O Brasil precisa, urgentemente, ser passado a limpo, desde os garis que ganham pouco e trabalham muito, a políticos que ganham e roubam muito, sem nada fazer pelo país. E o início dessa faxina é não eleger nenhum político, de vereador a presidente da república, que não seja totalmente integro.

  Os jovens precisam ser incentivados a se interessar por política, pois um grande país precisa de raízes sólidas, uma vez que, sem elas, sequer as árvores resistem à menor ventania.

  Só mudaremos o país se, em busca do bem comum, encararmos as nossas realidades e lutarmos por todas as alterações necessárias.

João Bosco Leal*        www.joaoboscoleal.com.br
*Jornalista, escritor e empresário


     NÃO PODEMOS ESMORECER!



Percival Puggina*


          Nos anos 60 a 64, houve uma acirrada batalha ideológica no Brasil. A política era debatida no campo das ideias e o comunismo ganhava crescente espaço entre os estudantes. Entidades estaduais e nacionais eram disputadas palmo a palmo e constituíam imagem visível da Guerra-Fria. Lembro-me que, em fins de outubro, na sede do R.U. (Restaurante Universitário da UFRGS) as paredes se cobriam de cartazes e faixas comemorativos do aniversário da Revolução Bolchevique. Era o outubro vermelho da moçada que se deixara seduzir pelas arengas de Leonel Brizola, pelo sucesso dos rebeldes de Sierra Maestra e pelo amplo movimento internacional de solidariedade a Cuba (mal sabiam eles o que estava tendo início naquela infelicitada nação).

          Em 1961 surgiu a POLOP (Organização Revolucionária Marxista Política Operária), como dissidência do PCB. Em 1962 foi constituída a organização intersindical CGT (Comando Geral dos Trabalhadores) e, no mesmo ano, nasceu a Ação Popular, aglutinando a esquerda cristã formada na JUC e na Ação Católica. Essas e outras organizações, depois de 1964, iriam para a clandestinidade e dariam origem à uma centena de movimentos e conciliábulos guerrilheiros e terroristas.

          Algumas entidades que surgiram para produzir formação necessária à luta ideológica e cultural de resistência ao comunismo viveram poucos anos e deixaram má fama, acusadas de receber recursos financeiros de empresas norte-americanas e da CIA. Por outro lado, quando o governo Goulart caiu em 1964, acreditaram os defensores das liberdades democráticas que os perigos do comunismo estavam afastados e foram tratar da própria vida. Enquanto isso, nos bastidores, ano após ano, teve sequência o trabalho de infiltração e ocupação de espaços, de formação de quadros, de organização da massa; continuou o lento e sutil aparelhamento das instituições de ensino, das cátedras, dos cursos de formação para o magistério; desenvolveu-se a ocupação das redações dos veículos de comunicação, do ambiente cultural e dos seminários de formação religiosa. Assim, quando o país se redemocratizou, estávamos a um passo de dedo para que, em apenas cinco anos, um partido de massas como o PT já disputasse, com força, a presidência da República.

          Desnecessário falar sobre os 12 anos de governo petista. Nós, que percebemos para onde ele vem conduzindo o Brasil, não devemos supor que uma possível derrota do governo nas urnas do dia 26 equivalha ao desmonte da máquina que está em operação no país, destruindo reputações, manipulando a sociedade, comprando votos e gerando violência. No governo, o PT desgoverna, na oposição, não deixa governar.

          Portanto, precisamos unir forças e, sem esmorecimento, prosseguir trabalhando para informar e formar a consciência política da sociedade, dando vitalidade aos valores de uma sólida democracia constitucional. Sem democratas, tudo que se consegue é um arremedo de democracia. E as rãs de Esopo logo estarão pedindo um rei. Uma possível vitória oposicionista em 26 de outubro é apenas o começo de um trabalho que inicia com meio século de atraso.

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* Percival Puggina (69),  membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e  titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+. 

sábado, 11 de outubro de 2014

Alerta Total: A Comissão Trilateral

Alerta Total: A Comissão Trilateral


Artigo no Alerta Total –  www.alertatotal.net Por Carlos I. S. Azambuja O  Clube Bilderberg  o  CFR (Conselho de Relações Internac...

sábado, 4 de outubro de 2014




Postura das Forças Armadas
                                                                                                                                                                    Antonio Sepulveda*
 

   Eis a indagação que fazem militares da ativa e da reserva sobre a grande farsa fantasiada em Comissão Nacional da Verdade (CNV): Como deveriam agir e reagir nossos comandantes, dentro da hierarquia e da disciplina, diante da ingente pressão política sobre as forças armadas?

   Nada mais simples, nada mais óbvio, nada mais necessário. Os comandantes devem exercer resolutamente, com profissionalismo, liderança, que é a matéria-prima do vigor castrense. É vir à boca de cena e declarar que estariam dispostos a admitir as alegadas violações dos direitos humanos, caso a CNV apresentasse evidências inequívocas de que as supostas vítimas do regime militar lutavam pela democracia, pelo pluralismo político, pela economia de mercado e, em especial, pelas liberdades fundamentais enunciadas na carta das Nações Unidas; que igualmente a CNV comprovasse que essa corja que hoje se faz de inocente jamais praticou atos de terrorismo; que não assaltou, que não roubou, que não sequestrou, que não torturou e que não matou inocentes? Quem seria o caradura, o cínico, o cara-de-pau a ousar sequer sugerir tamanha mentira? Pelo contrário. A CNV não contesta esta premissa; apenas evita o tema ou muda de assunto. Quase sempre seus simpatizantes rotulam a pessoa que usa este argumento de reacionário, fascista e golpista, entre outros de seus clichês preferidos. Esta é a falácia conhecida como “ad hominem”, muito usada pelas esquerdas em todas as latitudes.

   A guerrilha comunista começou em 1961, acobertada pelo governo amorfo de João Goulart, simpatizante confesso da doutrina marxista. O próprio Fernando Gabeira, terrorista de carteirinha, reconhece e admite que o propósito amplo da luta armada esquerdista não era em prol das liberdades democráticas, mas sim pela instauração de um regime socialista. E é preciso não esquecer de que “socialismo” não passa de um eufemismo que pretende ser a chave a abrir as portas para o comunismo propriamente dito, para o fim das liberdades individuais, para o fim da propriedade privada. Isto, sim, é relevante lembrar esta verdade continuamente, porque o fim da propriedade privada é, com efeito, o coroamento do comunismo. Aquele que ousa contestar este fato jamais leu sequer as orelhas de Marx. Não há como negar que, por iniciativa dos esquerdopatas, após o contragolpe de 1964, tivemos um período sangrento de escaramuças fratricidas, e erros graves foram cometidos por ambos os partidos.

   A CNV é pois fruto da hipocrisia de um bando de sacripantas que dizem haverem lutado contra a ditadura, quando, na verdade, foi a ditadura que lutou contra eles; e, por causa deles, cometeram-se erros deploráveis. Autoproclamavam-se idealistas, e o ideal que acalentavam era transformar o Brasil numa ditadura do proletariado. Acontece que havia gente de bem contrária àquela sublimidade toda e lutou bravamente para impedi-la. Reagiram com determinação. Apenas isso. Quem acredita nessa lorota de que os meninos estavam a estudar postos em sossego, e os ''marighellas'' a cismar altas políticas, mas, de repente, descobriram que havia uma ditadura no Brasil e pegaram em armas? Nada disso. Aquela súcia vinha de longe e tinha um propósito sinistro muito bem definido. Os militares agiram na hora certa e evitaram um cenário muito pior, dominado por um regime odioso que só causou o mal por onde passou. E vamos e venhamos, o que pode ser mais ofensivo aos direitos humanos do que a instauração de um regime socialista?

* Oficial da MB reformado

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