quarta-feira, 28 de abril de 2010


POR QUE O PT QUER CONTROLAR A MÍDIA, A EDUCAÇÃO, PARTIDOS, SINDICATOS, FAMÍLIA!



1. Depois do "decreto" sobre direitos humanos, onde Lula, Dilma e o PT foram pegos em flagrante, muitos se perguntaram por que num decreto tratar de aborto, restrição à liberdade de imprensa, empoderar mais os sindicatos, centralizar normas de educação, submeter os partidos políticos, etc. A questão nada tem a ver com excessos do ministro que a ministra da casa civil e o presidente descuidadamente assinaram.

2. É, na verdade, muito mais grave, pois tem base conceitual. Desde Marx que se vem estudando as questões relativas ao "Estado a serviço da burguesia" e os sistemas derivados da base econômica, os quais se agruparam no que ele chamou de "superestrutura". Aí estão a Igreja, Educação, Imprensa...

3. Durante a Guerra Fria, no pós-guerra, na medida em que os governos, de ambos os lados, buscavam internamente o máximo consenso na defesa de sua visão ideológica, alguns autores entenderam que o conceito de Estado deveria ser mais abrangente, incluindo toda a chamada "superestrutura". Alguns deles, e o exemplo mais expressivo foi o filósofo Louis Althusser, reconceituram o Estado dessa nova forma.

4. Os jovens políticos de esquerda formados nessa geração, com influência althusseriana (final dos anos 60 e anos 70), uma vez no poder, 30 anos depois, trataram de trazer abertamente tais funções para o Estado, usando-as para reforçar seu controle sobre a sociedade, num Estado Total de pensamento único. É isso que tenta fazer o PT no poder. E o "decreto" não foi um excesso isolado, mas faz parte de um projeto. Portanto, muito, muito mais grave*. Afinal, o que faz Chávez? Pilhados a tempo, fingiram recuar. Na verdade ganham tempo, pensando no próximo governo, que imaginam controlar.

5. No caderno "Sabato" do jornal Estado de SP (17), Silviano Santiago escreve em seu artigo: "Louis Althusser, filósofo marxista, retrabalhou a noção clássica de aparelho de Estado (governo, administração, exército, tribunais) para somar a ela os chamados 'Aparelhos Ideológicos do Estado', (família, escola, mídia, sindicato e sistema político nacional).

Transcrito do Ex-Blog do César Maia de 28 de abril de 2010.

* O grifo é nosso.


segunda-feira, 26 de abril de 2010


BILAC PINTO VIVO


Aristoteles Drummond, jornalista, é vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro

Murilo Badaró, grande biógrafo de seus contemporâneos, assina O Homem que Salvou a Republica, biografia de Bilac Pinto, político mineiro que se destacou no Congresso Nacional, no Supremo Tribunal Federal e na Embaixada do Brasil em Paris. O texto do presidente da Academia Mineira de Letras nos faz crer que o Brasil voltou a viver os mesmos debates, perigos e a mesma encruzilhada de quase 50 anos atrás. A diferença é que, quando Bilac alertava a Nação, em 63, éramos a 46ª economia do mundo, reagimos e nos tornamos uma democracia forte , autoritária,austera, que nos levou até a oitava posição, que mantemos até hoje, em vinte anos.

A ameaça da “república sindicalista” vem sendo implantada nos últimos 16 anos, sendo que de maneira partidarizada nos últimos sete. A pressão por reformas que ofendem ao direito de propriedade e à ordem, especialmente no campo, é uma realidade. Na ocasião, eram bravatas de Ligas Camponesas; hoje, é a ação destruidora do MST, impune em tudo que faz, a despeito da lei e do bom senso. Naquela época, o dinheiro da chamada subversão vinha dos países comunistas, onde foram formadas gerações de ativistas políticos e guerrilheiros. Atualmente, os recursos são daqui mesmo, provenientes dos convênios de entidades ligadas ao MST com o poder público. Outra diferença preocupante é que tínhamos vozes como as de Bilac Pinto, Raimundo Padilha, Abel Rafael Pinto, Oscar Correa, João Calmon, Herbert Levy, Anísio Rocha e Dinarte Mariz, entre outros de igual valor e bravura.

Os temas econômicos, o processo de desenvolvimento do país e os avanços sociais têm permitido que os eternos conspiradores revolucionários atuem sem controle, no governo ou na oposição. Mas o fato é que estão minando as bases da democracia. Falta-nos uma voz com embasamento filosófico e ideológico, a cultura e o bom senso que tivemos em 64, em que Bilac Pinto foi um expoente, antes e depois da deflagração da reação democrática.

O livro de Murilo Badaró, ele mesmo personagem desses tempos, nos faz percorrer uma fase da história republicana, em companhia do notável Bilac, fazendeiro, editor, jurista, parlamentar, enfim, um estadista, com as marcas da visão e da coragem. A obra é imperdível para quem quer conhecer e julgar os anos movimentados de nossa vida política, desde o Manifesto dos Mineiros até o final do ciclo revolucionário de 64. Como bem lembra o autor, os que desejam esconder a verdade, os fatos, as realizações e os avanços culturais insistem em lembrar os bastidores da repressão ao terrorismo, em que os fatos são os mesmos em todos os tempos, em todos os regimes e em todos os países.
Este discurso volta para ajustar contas, não com a história, mas com o bolso dos beneficiários. Atitude esta que já encontra repulsa popular e mesmo entre opositores do regime autoritário que vivemos – jamais ditatorial- de vez que a fila de candidatos a receber do Erário é cada vez maior e custa cada vez caro. É a indústria do ressentimento, injusta por excluir vitimas da ação terrorista, inclusive estrangeiros.

A vida de Bilac Pinto, como da maioria de seus contemporâneos, mostra uma classe política preparada, idealista, com coragem e independência. E com verdadeiro espírito publico. Livro que deveria ter uma edição popular, para as escolas mineiras por exemplo, pois é também uma lição de civismo, de uma vida ética, empreendedora e representativa da qualidade do político mineiro.

Murilo Badaró presta um, mais um, imenso serviço a Minas e ao Brasil ao retratar em sua obra homens como Milton Campos, Gustavo Capanema, Jose Maria Alckmin, seu avô Francisco Badaró e agora Bilac Pinto. Que continue assim.


Transcrito da página de Aristóteles Drumond:

http://www.aristotelesdrummond.com.br/

quinta-feira, 22 de abril de 2010

ANIVERSÁRIO DO BRASIL, NASCIMENTO DE GAIA

Por Arlindo Montenegro

São tantas as mudanças, tantas interpretações, tanta documentação desprezada, tantos fatos maquiados, retratos com imagens que somem nas novas edições, coisas do passado que não devem ser lembradas e pronunciadas, que as convicções se tornam cada dia mais difíceis. Uma coisa é certa, comemora-se hoje, 22 de Abril, o aniversário do descobrimento do Brasil.
De fato a terra já tinha sido visitada antes. Mas esta é a data em que o Reino de Portugal passou a escritura, o documento da certidão de nascimento. Estamos apagando as 510 velinhas, 510 anos desde o inicio da colonização, que carreou riquezas suficientes para desenvolvimento intelectual e técnico de portugueses, holandeses, franceses e ingleses.
Tudo foi feito sob o signo da cruz. Os jesuitas que aqui estiveram já contribuiam com os altos estudos e a igreja católica investia no desenvolvimento da arquitetura, pintura, instalação de faculdades, formulação de leis e do direito, da filosofia, da astronomia, arqueologia e até gerou os primeiros sismólogos. Tudo está documentado... e esquecido, omitido entre os novos cientistas.
A nova ciência política, a partir da ONU desenvolve seu plano de soterrar toda a tradição e verdade milenar. Os nossos novos engenheiros sociais vão ser aplaudidos pelos ateus e anticristãos. A Assembléia Geral das Nações Unidas declarou o 22 de Abril o Dia Internacional da Mãe Terra, deusa da nova religião universal, bolada para substituir a ética judaico cristã.
A nova religião parida pela ONU e que pretende substituir todas as outras, tem como padrinhos os reis da Holanda. O cerimonial foi preparado pelo brasileiro Leonardo Boff, ex frade cristão. A Arca da Aliança, que guardava as táboas da lei de Moisés, foi substituída pela Arca da Esperança, contendo "A Carta da Terra", documento engendrado pelo literato ex frei Boff, um dos autores da blasfêmia.
Na presença da Rainha Beatriz, em Amsterdã, estavam os convidados Steven Rockfeller, a princesa Basma da Jordania, Maurice Strong, embaixador especial da ONU, empresários e representantes de bancos e financeiras, agências de desenvolvimento e outros ilustres, todos preocupados com a pobreza e a fome no planeta. Preocupados com o aquecimento antropogênico, preocupados em construir depressinha uma autoridade mundial para intervir em qualquer parte do planeta.
Lembremos: 22 de Abril de 1500 Descobrimento do Brasil. 22 de Abril de 2010 Dia Internacional da Mãe Terra, deusa da religião da Nova Ordem Mundial. Isto lembra também que o Foro Social Mundial, associado e defensor intransigente das idéias marxistas, que tem o Boff como um dos promotores, pregando "a liberação dos povos"... liberação das crenças tradicionais para ingressar na canoa furada da Nova Ordem Mundial: religião e governo único, enviando hostes punitivas contra os insubordinados.
Falam de Aliança de Civilizações, promovem o ambientalismo terrorista, que impede o desenvolvimento e o controle das riquezas naturais para uso e bem estar das populações em seu proprio território. Como na reserva Ianomami, onde os indios já falam no idioma inglês ou na Raposa Serra do Sol, onde o Conselho Indigenista Missionário atua com braço forte e apoio do Ibama. Não se planta mais arroz, o garimpo está proibido, não se colhe mais feijão.
Nem farinha de mandioca os indios podem fazer mais. É proibido cevar a mandioca nos cercadinhos à beira dos rios, para pescar e para fazer a tapioca. Não pode mais! Polui os rios que têm de ficar em seu estado natural. Mas o Presidente foi lá e ouviu poucos protestos. Os mais prejudicados (9.000 indios de 55 aldeias), contrários à presença do CIMI, não foram convidados para a festa.
As aldeias dirigidas pelo CIMI, contam com as cestas básicas e os cartões do bolsa familia para sobreviver "em seu estado natural", isolados da civilização. Mas vão votar. E as riquezas (minérios como o nióbio – a maior e única reserva do planeta) e outros, ficarão intactos, esperando servir as necessidades futuras das "nações civilizadas da Europa". Está escrito. Está feito. Está sacramentado pela Religião de Gaia.
Pena que se omita nos jornais e nos horários "nobres" da tv, nos blá blá blá radiofônicos, um parto, um evento tão significativo como estes dogmas, editados por famílias de sangue azul e instituições internacionais. O significado é abrangente e temos diante de nós os "Dez Mandamentos" da nova era. Um dos criadores, Mikahil Gorbachov ex chefe da KGB e Primeiro Ministro da União Soviética, cita "o manifesto de uma nova ética para o mundo...novos conceitos para subordinar todo o sistema de idéias, subordinar a moral e a ética, para um novo modo de vida".
Tudo feito nos laboratórios cerebrais de ateus, sem previa consulta. Uma carta constitucional para a terra, uma religião sem Deus, mas com uma deusa, Gaia, que deve ficar intocada, ser venerada. As populações devem ser reduzidas para "não secar os peitos da mamãe Gaia". Talvez por isso mesmo se promova com tanta sofreguidão o casamento estéril entre pessoas do mesmo sexo.
Talvez por isso mesmo as escolas inglesas tenham adotado, como já indicava o lord Bertrand Russel há meio século, as aulas práticas de sexo para crianças a partir dos cinco anos. Talvez por isso os juristas ingleses tenham interpretado a denúncia de estupro continuado de uma criança dentro da escola, sem punir os professores, concluindo que os estrupadores eram muito jovens para receber punição.
E certamente dentro da nova lógica marxista, surgiu o Projeto Nacional de Direitos Humanos, assinado pelo Presidente operário, proibindo o uso de símbolos religiosos nos locais públicos na ex Terra de Santa Cruz. Fico pensando como será a imagem da deusa Gaia, se será gorda, relaxada sobre um berço esplêndido, com uma estrela vermelha na testa...
No pasarán, diziam os espanhõis na Guerra Civil. Pois nós brasileiros, podemos dizer que os propósitos comunistas da nova ordem mundial, associados aos propósitos dos banqueiros e famílias ricas que controlam o mundo, própositos que tentam a qualquer custo enfiar na goela dos brasileiros, no passarán!
Referências: Dr. Juan Claudio Sanahuja, www.noticiasglobales.org

Transcrito do Blog "Viver de Novo":
http://montenegroviverdenovo.blogspot.com/


terça-feira, 20 de abril de 2010

Os abusos de poder de Lula


17 de abril de 2010 | 0h 00
JOSÉ ÁLVARO MOISÉS * - O Estado de S.Paulo

Existe relação entre a posição do governo quanto aos perseguidos políticos de Cuba, os desrespeitos do presidente à legislação na campanha eleitoral e a irresponsabilidade com que ele e outras autoridades públicas reagiram às catástrofes e mais de 250 mortes no Rio de Janeiro e em Niterói?

Nas últimas duas décadas o Brasil reconquistou o regime democrático. Não está em questão se a democracia existe, mas a sua qualidade. Os escândalos de corrupção, as tentativas de cerceamento da liberdade de imprensa e o discutível desempenho do Congresso Nacional mostram que a consolidação da democracia não depende apenas de votar e escolher governos.

A democracia é mais do que isso. Ela se baseia na soberania popular para ser efetiva e depende de que as instituições que previnem o abuso de poder e asseguram o equilíbrio entre Executivo, Legislativo e Judiciário funcionem a contento, sem sofrer ameaças veladas ou não de governantes ou de seus competidores. Não basta ter uma Constituição para garantir o império da lei, a vigência de direitos individuais e sociais e a obrigação dos governantes de prestar contas de suas ações e se responsabilizarem por elas.

O papel dos líderes que se dizem democratas é essencial, pois eles não são apenas mandatários de cargos administrativos, têm de dar o exemplo de correção e probidade no trato dos interesses públicos e, diante das incertezas próprias da democracia, têm o dever de orientar e educar os cidadãos para respeitarem a lei e as decisões coletivas, conviver com o pluralismo político e aceitar que, além da maioria, as minorias também têm direitos - princípios que distinguem o regime democrático de suas alternativas.

Atualmente, essas qualidades de liderança estão em falta no Brasil. A despeito de seus méritos, como manter a estabilidade econômica e ampliar as políticas sociais de seu antecessor, Lula virou as costas para valores democráticos fundamentais, revelando ao final de dois mandatos outros aspectos de sua personalidade política. Supõe às vezes estar acima da lei, burla o princípio de igualdade política e mistifica a crença dos eleitores de baixa renda, condenados a baixos níveis de educação, por isso mesmo menos críticos diante de quem usa o prestígio da Presidência para fazer crer que é o único autor dos avanços recentes do País.

No caso de Cuba, em vez de reconhecerem a opressão aos perseguidos políticos do regime e a ofensa a direitos assegurados pela Carta da ONU, Lula e os seus se solidarizaram com os dirigentes cubanos que arbitram autoritariamente sobre a vida dos perseguidos do regime, debochando do sentido político da greve de fome como forma de protesto. Lula desqualificou a sua própria experiência na luta contra o regime militar e igualou essa luta à ação de criminosos comuns; ofendeu milhares de perseguidos e torturados no mundo inteiro e gente de seu governo que sofreu perseguição no passado. O silêncio ou a abstenção do governo brasileiro em votações na ONU destinadas a condenar o desrespeito aos direitos humanos na Coreia do Norte, no Irã, no Sudão, no Congo e no Sri Lanka, ou a tolerância à destruição da democracia na Venezuela de Chávez, iluminam outros lados do quadro.

Nesses casos, Lula deixou de lado a posição majoritária dos brasileiros a favor da democracia verificada em pesquisas de opinião. Na campanha por sua candidata à Presidência, em flagrante desrespeito às leis eleitorais, tem se utilizado dos benefícios do cargo há mais de dois anos para fraudar o princípio de igualdade política. Multado pela Justiça Eleitoral, desqualificou as penalidades, convidou o público a debochar das regras e deu a entender que, diferente dos outros cidadãos, despreza as exigências da legislação. A repercussão negativa o levou a pedir cuidado aos ministros, conclamando-os a serem republicanos. Mas o embuste é flagrante - senão a ignorância de Lula quanto ao significado do conceito de res-pública -,pois antes e depois da advertência não se controlou em eventos e inaugurações oficiais, publicizando a sua candidata.

A indiferença de Lula diante dos mecanismos de controle dos Poderes republicanos é evidente. Seu governo desconhece o conceito de accountability, como ficou evidente no caso do mensalão e dos desmandos de José Sarney. Mais dramática ainda foi sua atitude diante das catástrofes no Rio de Janeiro e em Niterói. Primeiro, apelou aos céus diante das chuvas; depois, anunciou a liberação de R$ 200 milhões para ações de emergência e, finalmente, quando veio a público o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrando que o Ministério da Integração Nacional liberou, em dois anos, mais de 64% de recursos para emergências à Bahia do ex-ministro Geddel Vieira Lima, e menos de 1% para o Rio de Janeiro, Lula chamou o relatório de "leviano".

Não é a primeira vez que ele desqualifica as decisões do TCU. Em mais de uma ocasião, quando gastos indevidos foram identificados pelo tribunal, o presidente se comportou como se não tivesse obrigação de dar explicações ao País. Até agora, nem ele nem seu ex-ministro apresentaram os critérios usados na distribuição dos recursos emergenciais. Ademais, em oito anos de governo, Lula parece não se ter dado conta de que ocupações urbanas de risco não se resolvem com medidas de emergência. Mas, ao qualificar de "levianas" as críticas do tribunal, deu razão a autoridades como o prefeito de Niterói, que, após vários mandatos à frente da cidade, confessou desconhecer os laudos técnicos que condenaram a urbanização do lixão do Morro do Bumba. Lula abusa do poder, rebaixa a qualidade da democracia e, pior, estimula outras autoridades a fazerem o mesmo.

* O AUTOR É PROFESSOR DE CIÊNCIA POLÍTICA E DIRETOR DO NÚCLEO DE PESQUISA DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO.


Transcrito da página do jornal "O Estado de São Paulo":

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100417/not_imp539539,0.php


sábado, 17 de abril de 2010


Aos Garotos de Rua da Fonte*


Ontem me aconteceu um fato emocionante.

Viajava eu de pé em um carro do metrô abarrotado, cumprindo aquela rotina de velho de buscar guias para exames, resultados, etc. quando ouço atrás de mim, um ensaio tímido de uma canção conhecida:

És a nobre Infantaria das armas a rainha, por ti daria a vida minha...

Me voltei e vi um grupo de cinco jovens, evidentemente “recos”, trauteando a canção do seu quartel. Não resisti e entrei com vigor no coro:

... e a glória prometida nos campos de batalha, está contigo, ante o inimigo pelo fogo da metralha.

Os jovens me olharam com certa surpresa e comentaram entre si: Ele sabe, o cara sabe...

E continuaram comigo: Brasil te darei com ardor, toda a seiva e vigor que em meu peito se encerra...

Eu dei corda, aumentei o volume, e logo estávamos cantando a todo o volume a Canção da Infantaria. É claro que criamos curiosidade no nosso entorno, mas continuamos decididos: “mostremos que em nossa Pátria temos valor imenso no intenso da luta”.

Logo notei que no fundo do vagão, com entusiasmo dois senhores entraram no coro: “És a nobre Infantaria...”

Quando terminamos com um vibrante “hurra”, alguns passageiros ensaiaram palmas. Já estávamos chegando na Estação da Sé. Um dos rapazes se dirigiu a mim e perguntou: o senhor foi do Exército? E antes que eu respondesse, ele acrescentou o seu ponto-de-vista: “Eu gosto, eu estou feliz”. E então eu respondi: Eu sou militar. Eu posso ter saído do Exército mas o Exército não saiu de mim.

Gostaria de ter falado mais aos rapazes, gostaria de aconselhá-los a sei lá o que, mas mal nos despedimos. A multidão nos engolfou e nos jogou na escada rolante.

Com um sorriso nos lábios, fui buscar os meus exames: O Brasil tem conserto!


* Rua onde esteve localizada, há muitos anos, a Escola Preparatória de Cadetes.

Recebido por e-mail.



sábado, 10 de abril de 2010


O Tribunal Racial da UnB


ROBERTA FRAGOSO MENEZES KAUFMANN

Você já ouviu falar de Tribunal Racial? Só na Alemanha, nos tempos de Hitler? E no Brasil? Pois saiba que em Brasília, a poucos metros da Corte Constitucional, a UnB resolveu instalar uma Comissão Racial, de composição secreta, que, com base em critérios secretos, define quem é branco e quem é negro no Brasil.

Desnecessário comentar sobre o verdadeiro massacre ao princípio da igualdade, da razoabilidade e da dignidade da humana.

Em pleno século XXI, o item 7, e subitens, do Edital n o02/2009 do vestibular Cespe/UnB ressuscitou os ideais nazistas, hitlerianos, de que é possível decidir, objetivamente, a que raça a pessoa pertence.

Em outras palavras: será constitucional que uma comissão composta por pessoas arbitrariamente escolhidas pelo Cespe diga a que raça alguém pertence? Quais são os critérios utilizados? Em um país altamente miscigenado, como o Brasil, saber quem é ou não negro vai muito além do fenótipo. Após a Nigéria, somos o país com maior carga genética africana do mundo! Nesse sentido, importa mencionar a recente pesquisa de ancestralidade genômica realizada em líderes negros brasileiros pelo geneticista Sérgio Pena. Na ocasião, observou-se que a aparência de uma pessoa diz muito pouco em relação à ancestralidade.

O sambista Neguinho da Beija-Flor, por exemplo, possui 67,1% de ascendência europeia.

A mesma coisa pode ser afirmada em relação à ginasta Daiane dos Santos e à atriz Ildi Silva, nas quais a ascendência europeia é maior do que a africana.

Assim, no Brasil, há brancos na aparência que são africanos na ancestralidade. E há negros, na aparência, que são europeus na ascendência! O professor Sérgio Pena, no estudo denominado Retrato Molecular do Brasil, chegou à conclusão de que, além dos 44% dos indivíduos autodeclarados pretos e pardos, existem no Brasil mais 30% de afrodescendentes, dentre aqueles que se declararam brancos, por conterem no DNA a ancestralidade africana, principalmente a materna (a medicina comprova a história de miscigenação precoce).

Nessa linha, infinitos são os questionamentos possíveis em relação aos critérios segregatórios (se é que existe algum critério) de definição racial utilizados pela tal comissão.

Por exemplo: quantos por cento de ancestralidade africana fazem alguém ser considerado negro? E se a pessoa for africana na ancestralidade, mas branca na aparência, e nunca tiver sofrido preconceito e/ou discriminação, isso faz com que ela também possa ser beneficiária da medida? E se o indivíduo negro estrangeiro tiver acabado de chegar ao Brasil para aqui ser residente, ele também pode ser beneficiário da política? E se o negro não descender de escravos, terá direito? E o branco na aparência que comprovar descender de negros escravos, poderá ter acesso privilegiado? E o negro que descender de negros que possuíram escravos, também poderá ser beneficiário?

Por outro lado, admitir que uma “Banca Racial” decida quem é negro no Brasil, utilizando-se de critérios arbitrários e ilegítimos, lastreada em perguntas do tipo “Você já namorou um negro?”; “Você já participou de passeatas em favor da causa negra?”, é totalmente ofensivo a os princípios da igualdade, moralidade, publicidade e autonomia universitária.

A questão que se levanta não é superficial: se não se pode definir objetivamente os verdadeiros beneficiários de determinada política pública, então sua eficácia será nula e meramente simbólica.

De fato, a estupidez humana parece não encontrar limites.

ROBERTA FRAGOSO MENEZES KAUFMANN é advogada.


Recebido por e-mail.


sexta-feira, 9 de abril de 2010


DIREITOS HUMANOS? ONDE?



Por Arlindo Montenegro

O ilustre Sr. Vanucchi, defendeu no Senado seu famigerado Projeto Nacional de Direitos Humanos, elaborado por uma equipe internacional e avaliado por 12 mil militantes, como obra de arte para substituir a Constituição Brasileira. Uma obra de arte que enterra o moribundo estado democrático de direito no Brasil.

Com um doce e inocente discurso pautado na "novilíngua gramscista", o Sr. Vanucchi, omitiu aos sábios do Senado, que o modelo jurídico do documento tem raízes nas diretivas dos encontros do Foro de São Paulo, para unificar procedimentos que garantam o poder aos partidos ditatoriais, disfarçados de democratas, em toda a América Latina, tendo como modelo a "democracia e a liberdade" do "avançado" modelo ditatorial castro-cubano.

Onde se encontram as ruas 19 e 21 em Havana, há um parque em homenagem a Vitor Hugo, o escritor francês cujo romance "Os miseráveis" é conhecido mundialmente. Naquela praça está um monumento memorial de uma greve de fome, em que 60 irlandeses morreram, protestando contra as políticas da corôa britânica. No memorial, uma placa inaugurada em 18 de Agosto de 1981, com as palavras do Coma'ndante Fidel Castro:

“La tozudez, la intransigencia, la crueldad, la insensibilidad ante la comunidad internacional del Gobierno Británico, frente al problema de los patriotas irlandeses en huelga de hambre hasta la muerte, recuerdan a Torquemada y la barbarie de la inquisición en plena edad media.(...) ¡Es hora de poner fin, mediante la denuncia y la presión de la comunidad mundial, a esa repugnante atrocidad!”

O que foi dito e feito ontem para enganar os visitantes estrangeiros, não vale mais hoje. Os 200 prisioneiros políticos, o pedreiro que morreu em greve de fome, que o Presidente Lula, em defesa da ditadura cubana, comparou aos presos comuns de São Paulo, não são vítimas da "intransigência, crueldade, insensibilidade" dos irmãos Castro, diante da comunidade e das leis internacionais, diante do mesmos cubanos.

Esta é a mesma linguagem do Sr. Vanucchi! Lula, Vanucchi e toda a corte comunista, desprezam a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a União Européia e o Departamento de Estado Norte Americano. Nosso pretenso estadista, age como os governantes argentinos, que aplaudiam e ouviam os ensinamentos do visitante Fidel Castro em Março de 2003, enquanto o mundo condenava as prisões e execuções da "Primavera Negra" em Cuba.

Esta insensibilidade e inversão de valores percorre hoje quase a totalidade da América Latina – Brasil, Argentina, Venezuela, Cuba, Equador, Bolívia, Uruguai. Enquanto os russos estão armando e ocupando espaços neste continente, no dia 7 de Abril, Putin foi à Polônia, reconhecendo formalmente o Genocídio de Katyn. Pela primeira vez, um crime perpetrado sob ordens de Stalin e até pouco atribuído pelos russos aos nazistas é assumido, em sua real dimensão e verdade histórica.

O Congresso Polonês, após examinar documentos liberados por Gorbachov, em 1990, meio século depois, declarou que a matança de Katyn era "um crime de guerra, com traços de genocídio". Mais de vinte mil oficiais poloneses e civís, cada um com um tiro na nuca, foram assassinados pela KGB soviética e enterrados em valas comuns. O crime foi negado e atribuído aos nazistas durante meio século.

Há um filme do diretor polonês Andrzej Wajda, de 2007, que agora está sendo exibido pela tv russa. Quando foi lançado, poucas salas se atreveram a exibí-lo. Pode ser visto integralmente no endereço :
http://video.google.com/videoplay?docid=-2080155985610903776#

Entre nós, circulou o anúncio de um documetário sobre o atentado a bomba, que vitimou o então jovem Orlando Lovecchio, que passava em frente ao Consulado Norte Americano em São Paulo. Mas como a nova ordem brasileira impede a exposição de verdades históricas que comprometam seus “heróis” e fecha a boca dos "dissidentes" locais, o documentário segue desconhecido.

O mesmo acontece com os livros: somente são editados os que mostram como heróis os que desejavam a guerra civil e que chegaram ao poder, graças aos mecanismos democráticos preservados pelos militares que ocuparam temporariamente o poder. Quem sabe? Talvez daqui a 50 anos a história verdadeira seja publicada.

A guerra assimétrica que os militares esmagaram é ensinada como ditadura violenta, são ditos responsáveis por torturas, generalizando para as Instituições as práticas de alguns, práticas insanas, até hoje presentes em delegacias de polícia e na justiça particular entre os humanos traficantes das drogas fornecidas pelas Farc, membros do Foro de São Paulo que dá as cartas aos Vanucchi, Lula, Dilma e outros "humanos" comunistas.

Por enquanto ficamos com os vícios de linguagem, com as formas de violência e com o analfabetismo funcional que esmaga a inteligência e a memória desta nação. Ficamos com os revanchismos, os personalismos e o endeusamento de Guevara, Castro, Chavez, Farc e dos mais violentos ditadores, que executam no paredón dos “direitos humanos” o que resta de liberdade e dignidade em tantas nações reféns dos comunistas.

Transcrito do Blog "ViVerdeNovo".


quarta-feira, 7 de abril de 2010


CRESCE A VIOLÊNCIA NA AMÉRICA LATINA!


Trechos da coluna de Cesar Maia, na Folha de SP (03).

1. Uns cinco anos atrás, parecia que os governos latino-americanos começavam a dar conta da violência organizada no continente. Durou pouco. De lá para cá, a violência organizada em base às drogas, às armas e à extorsão, só fez crescer. Mesmo na Colômbia, apesar dos fortes golpes aplicados à narcoguerrilha e nas maiores cidades, o quadro se inverteu, pelo menos em Medellín. Em 2009, o número de homicídios dobrou em relação a 2008, atingindo 63/100 mil habitantes. A polícia fala em mais de 160 gangues, responsáveis por 70% dessas mortes.

2. No México, os cartéis atuam como Estados paralelos, terceirizando operações e sicários, diversificando suas ações e trazendo o dinheiro faturado nos EUA para "lavar" em seu território, pelas dificuldades lá. As "pandillas" (gangues) centro-americanas, com epicentro em Los Angeles, ampliaram suas operações, especialmente em El Salvador e Guatemala, indo agora além da extorsão, se associando ao tráfico de drogas. Venezuela se transformou numa base de exportação de cocaína colombiana. Caracas já é a capital latino-americana com o maior índice de homicídios: 104/100 mil habitantes. Com a destituição de Zelaya em Honduras, pode-se identificar as pistas de pouso de avionetas vindas da Venezuela com vistas ao mercado dos EUA.

3. O terremoto do Haiti, além da tragédia própria, mostrou outra: um PIB paralelo vindo do corredor de exportação de cocaína. Na Bolívia é o próprio presidente que, em nome da cultura indígena, estimula a expansão das plantações de coca. A cocaína boliviana abastece o mercado brasileiro, estimado em 40 toneladas de consumo ao ano. O Paraguai é hoje o maior produtor mundial de maconha, com tecnologia agrícola para alta intensidade. Um HA produz três toneladas brutas, e são duas colheitas por ano. Na fronteira com o Brasil, a produção estimada é de 18 mil toneladas brutas. Dez gramas em São Paulo valem US$ 3 no varejo.

4. No Brasil houve deslocamento de eixo. À medida que o corredor para a Europa saiu da península ibérica para a África Ocidental (Guiné-Bissau já é um narco-Estado), parte do corredor do Sudeste foi para o Nordeste, na faixa litorânea, onde houvesse facilidade de pistas para pequenos aviões e barcos para cruzar o Atlântico. Maceió e Salvador (70) passaram a liderar as capitais em homicídios por 100 mil habitantes, passando Recife, Vitória e Rio, que por anos lideravam essa estatística macabra. Espera-se que os novos governos no continente revertam o sentido dessa curva trágica.

Transcrito do Ex-Blog do César Maia.


quinta-feira, 1 de abril de 2010


EM POLÍTICA, O ÓDIO PREJUDICA QUEM ODEIA!

Trechos da coluna de Mariano Grondona, no La Nacion (28).

1. Emanuel Kant observou que algumas paixões são tão destrutivas que "sempre" são prejudiciais e não suportam, portanto, nenhum "meio termo". Este é o caso do ódio porque, seja grande ou pequeno, sempre prejudica tanto ao odiado como ao odiador. Desde a intolerância até a vingança e o ressentimento, o ódio é executado através de diversos canais. De acordo com Kant, o ódio é condenável de qualquer ponto de vista.

2. A sabedoria de Perón e de Balbín teve seus seguidores a partir de Alfonsín, quando duas leis da união, como a do ponto final e da obediência devida, foram arrematadas mais tarde nos indultos, referendando deste modo à lição de união que em outros povos conduziu a iniciativas superadoras como os Pactos de Moncloa, na Espanha e as leis de anistia no Uruguai, que o ex-tupamaro José Mujica vem aprovando.

3. Tudo isto até que Néstor Kirchner replantou imprevisivelmente em 2003 a semente do ódio que supúnhamos estar erradicado e cuja mais recente manifestação foi o ato da Praça de Maio, quando a mulher de Kirchner presidiu uma série de lembranças que acabariam no discurso incendiário de Hebe de Bonfadini. A pergunta é válida porque antes de 2003 o governador Kirchner havia se destacado por suas excelentes relações com os militares, aos quais depois procuraria destruir, e por seus exorbitantes elogios ao presidente Menem, a quem iria demonizar.

4. Uma inquietante pergunta: não temos sido, ao longo da nossa história, uma nação de “odiadores” no meio da qual o “sectarismo", ou seja, a adesão a uma parte, como se ela fosse o todo, nos impediu cada vez mais de provar os frutos da unidade, cuja chave é que cada setor reconheça a si mesmo, igual a seu "inimigo" transformado em "adversário", como a "parte” de um "todo" universal e não como uma parte que pretende ser um "tudo separado?.

Transcrito do Ex-Blog do César Maia.

Comento:
O ódio é a arma dos incompetentes, com ele se oculta o fracasso, o desgoverno, a falta de capacidade administrativa, de planejamento e, muitas vezes, de vergonha. Pronunciamentos incendiários e iniciativas carregadas de puro ódio revelam desespero, são a constatação de que o discurso vazio e ideológico não produz riquezas, não melhora as condições de vida da população.