quarta-feira, 24 de abril de 2013


FALTAM BOAS NOTÍCIAS


Aristoteles Drummond, jornalista, é vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Artigos de Aristóteles Drummond agora também em Manaus no Jornal do Comércio, o mais tradicional do Estado
 
  Não precisamos desonerar setores produtivos como um curativo provisório. A receita caindo, o governo ou vai emitir ou vai buscar em outro lugar.  Precisamos ampliar a base de contribuintes, vencermos o corporativismo dos auditores estaduais e federais e partirmos para os impostos de controle eletrônico, como o caso da CPMF.

   Desonerar a folha é a reforma da legislação trabalhista, cada dia mais opressora e assustadora para o empresário, que é empregador e sofre ameaças inacreditáveis. Inclusive de penhora em favor de reclamantes que somem com o dinheiro. Desonerar a folha e garantir a boa aplicação dos recursos do sistema “S”, grande criação do presidente Vargas, é controlar as federações, apurar desvios de dinheiro – quando não de distribuição pura e simples como parece ter ocorrido em Minas – e implantar a medida que vige em alguns estados de nada além de dois mandatos, como combate ao peleguismo sindical patronal.

   E o judiciário ainda interfere na vida das empresas. O governo não garante a propriedade e não pune o saque, como no caso da Pousada na Bahia, em que índios roubaram o estabelecimento e nada aconteceu na área policial. É incrível a passividade da sociedade. Obras públicas de alto interesse nacional são alvo de greves e depredações. E fica tudo impune! Favorecer a produção é diminuir o número de impostos e a burocracia que emperra e onera a atividade produtiva. Garantir o emprego pelos lucros e não pelas pressões políticas. Não podemos enveredar pelo exemplo argentino.

   Obras emergenciais, liberação de parcerias na área dos transportes, crédito democratizado e não apenas para grandes corporações. A receita é conhecida, reconhecida e nunca aplicada.

   É preciso abrir a caixa preta de nossas relações comerciais e financeiras com Cuba, Angola, Argentina, Bolívia e alguns outros países, que querem nossos produtos e não pagam. Temos de saber ainda em que estão aplicadas nossas reservas cambiais. Teremos títulos da Argentina ou da Venezuela? Precisamos saber, ser informados, as divisas não são do governo, mas sim da sociedade!

   Não temos oposição, não temos representação empresarial de porte. Destaque para as associações comerciais e indústrias que não dependem de repasses dos governos. O resto usa da função, em muitos casos, como trampolim político e nada mais. Vamos pensar no assunto!

   Como muitas empresas não têm donos – as famílias que herdaram grandes negócios ou quebraram ou venderam –, não existe o clima de defesa do patrimônio, do ambiente de negócios, da sobrevivência do capitalismo. Que é fonte de progresso e justiça social pela via da meritocracia.

   Que orfandade preocupante para um país que entra numa crise e entrega sua gestão aos que não acreditam na atividade empresarial. Gostaria de estar enganado!


Transcrito da página do jornalista e escritor Aristóteles Drummond:
                                 
                                       http://www.aristotelesdrummond.com.br/


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