terça-feira, 16 de junho de 2009

NOSSOS VALOROSOS MILITARES BRASILEIROS
09 de junho de 2009 às 00:19


NOSSOS VALOROSOS MILITARES BRASILEIROS




Quero tornar público a minha admiração e apresentar meus cumprimentos e reconhecimento aos militares da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira, sobretudo àqueles que estão participando, com braveza e heroicamente, da operação de resgate dos destroços e dos corpos das vítimas do acidente com o voo 447 da Air France, no Oceano Atlântico. Trata-se de uma missão extremamente árdua e de grande complexidade operacional e logística, que impõe muita determinação e meticulosidade na sua execução. Os dois Oficiais Capitão-de-Fragata Giucemar Tabosa e o Tenente-Coronel Henry Munhoz, Assessores de Comunicação da Marinha e da FAB, respectivamente, estão atuando de forma altamente profissional e irrepreensível, prestando todos os esclarecimentos à imprensa e à opinião pública de maneira cabal, honesta, tempestiva e precisa, além de evidenciarem muita responsabilidade no trato das informações sobre o resgate, devido principalmente as repercussões que o acidente gerou no contexto internacional. Para destacar a complexidade da operação de resgate, o Tenente-Coronel Henry Munhoz lembrou que a distância entre Recife e o ponto onde está sendo encontrada a maioria dos destroços e dos corpos é de 1.150 quilômetros - a mesma de São Paulo a Porto Alegre. Ele disse que uma viagem dessa levaria 18 horas de ônibus. O Capitão-de-Fragata Tabosa, por seu turno, enfatizou sobre a previsão do tempo que vem sendo desfavorável ao cumprimento da missão, pelas aeronaves e navios, por causa da redução da visibilidade e condições adversas do mar.

As ações de salvamentos, buscas e resgates decorrem inclusive de Acordos,Tratados multilaterais e Convenções internacionais de que o Brasil é signatário, nos campos do Direito Marítimo e do Direito Aeronáutico. Temos, por exemplo, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. O Brasil celebrou outros convênios internacionais que, em alguns casos, vão além das águas jurisdicionais brasileiras. Destaco, pela importância e pelo envolvimento da Marinha do Brasil, o serviço de busca e salvamento (SAR). O fato é que os nossos valorosos militares brasileiros tem demonstrado elevado adestramento em suas missões, estando sempre aptos a cumprir as suas atribuições constitucionais com grande eficiência, eficácia e efetividade, demonstrando, assim, além de tudo, muito patriotismo e disposição no sentido de ajudar o povo brasileiro, e defender os maiores interesses de nosso país. Portanto, nós brasileiros devemos nos orgulhar de termos Forças Armadas tão dedicadas e brilhantes, não obstante as suas dificuldades de modernização e de reaparelhamento de seus meios navais, terrestres e aéreos. Os recursos financeiros repassados do orçamento público federal às Forças Armadas, com vistas a manutenção e o robustecimento do poder militar brasileiro são realmente pífios, e vem se reduzindo a cada ano, o que se afigura num autêntico paradoxo no mundo de hoje, fato que coloca em risco a plena soberania de nosso país, que faz parte de um planeta conturbado em que, algures, já se observa a falta de petróleo e, principalmente, de água doce.

A poluição e o mau uso de mananciais ampliam a escassez hídrica e fazem do acesso à água potável um foco de tensão em diversas partes do globo. Israelenses e palestinos já se confrontam a Síria e a Jordânia pelo controle do vale do rio Jordão, a principal fonte de água da região. Exaurido pela mineração, pela irrigação e até pela manutenção de campos de golfe no deserto, o Jordão está minguando. Apenas um terço do volume original chega ao mar Morto, que pode sumir até 2050 e se resume a um lago sem vida, seis vezes mais salgado que o oceano. Não muito longe dali, a Síria briga com a Turquia e o Iraque pelo uso da bacia que envolve os rios Tigre e Eufrates. Dentro de 20 anos, uma proporção de dois terços da população do mundo deve enfrentar escassez de água, de acordo com a FAO, agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação. Se não tivermos Forças Armadas que imponham respeito no contexto internacional, poderemos ser alvos de invasões e agressões no futuro, por causa da água, já que o Brasil é detentor de 12% da água doce do planeta. A vida começou com a água e a falta dela pode nos extinguir. Segundo a ONU, até 2025, dois bilhões e setecentos milhões de pessoas vão sofrer severamente com a falta de água. O homem é o grande consumidor de água doce; em média são utilizados 200 litros de água/dia/pessoa, em números aproximados. Nos últimos 50 anos a população mundial passou de 2,5 bilhões de pessoas para 6,1 bilhões. Estima-se que até 2050 nosso planeta tenha entre 9 e 11 bilhões de habitantes. Com esse crescimento populacional, cresce também a demanda por alimentos, por energia, por água e recursos minerais, aumentando também a poluição e a degradação ambiental. Assim, vamos precisar de Forças Armadas com elevada capacidade de dissuasão para evitar invasões de outros países, que sofrerão profundamente com a falta do precioso líquido: o “petróleo potável”.

O povo realmente espera que os nossos políticos e governantes se sensibilizem, a curtíssimo prazo, no sentido de prover as nossas Forças Armadas de melhores e apropriadas dotações financeiras, para possibilitar, sobretudo, a modernização e a renovação de seus meios de combate, de defesa e de salvamento, de modo contínuo. Nas grandes comoções sociais são os nossos abnegados militares brasileiros os primeiros a serem acionados para prestarem seu apoio às populações atingidas, principalmente nas epidemias; catástrofes; grandes desastres e acidentes; grandes e urgentes reconstruções; na fiscalização e na defesa do meio ambiente nos rincões do país; na defesa das instituições democráticas constituídas; no salvamento de vidas humanas nos rios e mares; no combate ao narcotráfico e crime organizado; na assistência médica, odontológica e laboratorial às populações pobres, indígenas e ribeirinhas; e na implementação de diversos projetos desenvolvimentistas setoriais no âmbito dos Estados da federação. A presença marcante do nosso Exército nesses longínquos rincões vai muito além da defesa territorial e do patrimônio nacional. Os militares do Exército levam segurança, assistência médica e odontológica, educação, socorro emergencial e solidariedade às populações ribeirinhas e comunidades isoladas. Enfim, leva cidadania a essa parcela desassistida do povo brasileiro, com um trabalho muito digno, estratégico e silencioso de inclusão, integração e de desenvolvimento nacional. Em muitas regiões do país, principalmente na região norte, a única presença do Estado são das Forças Armadas brasileiras.

Os militares brasileiros passam a vida trabalhando duro, estudando e praticando, no seu dia-a-dia, conhecimentos ligados não apenas às atividades militares, mas também ao planejamento estratégico, à administração, à economia, à contabilidade, à assistência social, à engenharia e Construção Naval (o Brasil é o único país da América Latina que fabrica Submarino, graças aos militares brasileiros), a medicina (inclusive a nuclear), a oceanografia, a hidrografia, em pesquisas científicas (como na Estação Comandante Ferraz, instalada na Ilha Rei Jorge, uma base permanente brasileira na Antártida) e aeroespaciais, etc, o que os coloca em um nível de capacidade e competência muito superior ao de muitos políticos gananciosos e despreparados que, na vastidão de “oceânica ignorância e falta de ética”, nos têm governado de maneira errada há pelo menos 20 anos. Os militares mantêm-se honrados ao longo de toda a sua trajetória profissional, enquanto que, hodiernamente, nos deparamos com a descoberta da verdadeira face de muitos dos que se queixavam de terem sido cassados e torturados, mas que aí estão, mostrando o seu caráter abjeto e seus pendores nada democráticos, além de incompetência, demagogias, proselitismos e desonestidades.

Muitos brasileiros desconhecem que na operação de resgate há uma corveta denominada Caboclo, que foi orientada pela Marinha a fim de cooperar nas buscas ao Airbus da Air France. A Caboclo, que foi incorporada à Marinha em 1955, é um navio lento, com velocidade máxima mantida de apenas 14 nós (26 Km/h). A Marinha deveria ter em operação navios-patrulha oceânicos (NaPaOc) de 1.200 toneladas, cujo projeto foi cancelado na década de 1990 por falta de recursos financeiros, mas é obrigada a manter navios como a Caboclo em operação, pela falta de meios mais modernos. A FAB também possui problema semelhante: está usando aeronaves de transporte C-130 Hercules nas buscas, pois não possui aeronaves de patrulha marítima de longo alcance atualmente em operação. Os P-95 Bandeirulha são limitados em raio de ação e equipamentos, e os P-3AM Orion, que estão sendo modernizados na Espanha, só serão recebidos em 2010.

Parabéns aos nossos valorosos militares brasileiros, que não medem esforços no sentido de contribuir para um Brasil mais justo e livre, com ordem e progresso.

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Por Alessandri Campos Vilanova e Silva - Administrador de Empresas (C.R.A. nº 1356/PA) e consultor organizacional em Estratégia Empresarial e Recursos Humanos.

Transcrito da página "www.acontinencia.com".

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