segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Queda ou crescimento econômico?


Para o indivíduo comum a economia tem apenas de “ir bem”, seu emprego garantido e assim ele toca a vida. Já para os dirigentes dos países a economia é o seu calcanhar de Aquiles.

Hoje no mundo pós-crise, temos situações inusitadas criadas pelo rebalanço das forças econômicas que patrocinaram o extenso crescimento econômico dos últimos dez anos.

Uma delas diz respeito à política de juros do BC brasileiro. Nosso BC está enfrentando uma situação inusitada. Se por um lado o Brasil acumula reservas devido ao fato de que há no mundo excesso de dólares a juros zero, esse fato pode trazer, e está trazendo, fortes preocupações ao parque industrial nacional que se vê ameaçado pela forte valorização que o real vem experimentando. Nossas indústrias perdem competitividade na hora de vender seus produtos, frente aos produtos de países que mantém suas moedas desvalorizadas, e pares, frente ao dólar, caso da China.

Para coibir tal situação seria preciso mais que colocar uma barreira de 2% nas entradas de capitais, seria preciso executar forte queda nas taxas de juros internas, o que é impraticável economicamente no Brasil, como ficou provado. Perdemos a oportunidade de deixar a taxa de juros no Brasil igual a países de primeiro mundo.

O real forte é visto pela população brasileira como uma prova de que o Brasil saiu do seu eterno lugar de país em desenvolvimento. A mídia no mundo inteiro dá ao Brasil um lugar de destaque.

Afinal por que o Brasil está se destacando perante outros países? o que afinal acontece aqui que não acontece em outros lugares? Entrada de dólares não é privilegio nacional. Outros países enfrentam o mesmo problema do Brasil e já estão deveras preocupados com a situação.

Na verdade essa “vantagem brasileira” é uma desvantagem descomunal, só não vista pelos nossos dirigentes, que na verdade não sabem bem o que fazer. Eles acham que, enquanto reservas estão sendo amealhadas, bolsas subindo, a economia crescendo, tudo está certo.

Onde a economia cresce por fundamentos reais como na China, a moeda não se valoriza, o dinheiro entra para investimentos de longo prazo, as indústrias florescem e tem preços competitivos, o que lhes traz lucros e faz a bolsa subir.

No Brasil, as indústrias estão aumentando suas dívidas, perdendo competitividade, perdendo vendas e lucros, exportando empregos, e mesmo assim as bolsas sobem. Afinal como se explica esse fenômeno brasileiro?

O governo tem de enfrentar essa bolha especulativa no mercado de ações e para isso tem de aumentar juros, exatamente o contrário do que deve fazer para parar a bolha no mercado de cambio. Com a competência brasileira nos não fazemos absolutamente nada. Por quê?

Porque temos de lidar com a inflação. Se baixarmos os juros mais ainda, vamos colocar a inflação de volta nos preços, e isso é tudo o que o Brasil não quer. Então deixamos a situação do mundo ir onde deve ir porque por aqui não podemos fazer mais nada para tentar coibir os efeitos do excesso de dinheiro.

Se o governo se mexer aumentando os juros quebra de vez a indústria nacional, se ele derrubar juros traz a inflação de volta. Sinuca de bico, diria o mineirinho.

Essa sopa de problemas internos tem a ver com a crise não acontecida, a tal marolinha.

O mundo está diante do fato de que a crise vai começar para valer. Depois do repique dado pelo impulso do dinheiro fácil, barato, sem custo, que o FED colocou no mercado para “salvar o mundo” a situação do resto do mundo é a mesma da brasileira. O único país que não sofre os efeitos da desvalorização do dólar é a China. Não é à toa que Obama está lá hoje para reclamar da paridade entre a moeda chinesa e o dólar. A China tem a política que chamo de “aonde a vaca vai o boi vai atrás”, os seja paridade com o dólar. Ela não perde competitividade, não deixa o mundo fazer a mudança necessária nos seus desequilíbrios, e trás muita instabilidade, ao contrário do que a mídia quer nos fazer acreditar.

A China não é a solução para o mundo, a China é o problema do mundo.

A população humana acredita mesmo que o crescimento contínuo é a única solução para a crise. Acredita que é possível crescer indefinidamente com recursos escassos e finitos. Com o excesso de dinheiro posto no mercado, e com os recursos escassos que teremos nos próximos anos, não se vê como é que a economia poderá crescer por muito mais tempo. Estamos entrando no ciclo de queda econômica. Isso é um fato.

Ainda bem que eu não vou estar aqui para ver os acontecimentos do futuro.


Transcrito de Nathal & Candlesticks:

http://nathal.zip.net/

Um comentário:

BLOGUEIRO DO BEM disse...

ATENÇÃO BLOGUEIROS!

Por favor, repassem:

As Organizações Globo receberam "ordens" do Sr. Franklin "Goebbels" Martins, para não passarem nem de raspão pelo artigo do Sr. César Benjamin publicado na Folha em 27/11 e que ficou conhecido como o caso do "menino do MEP". Vamos pressionar os sites da Globo (G1) e de outros veículos de comunicação. Eles, os petralhas, estão com medo, com muito medo! A hora é agora, não deixem o assunto morrer, poderá haver desdobramentos mais escabrosos. Não desviem a atenção para o caso Arruda-DEM e nem para o caso Sato-Lurian, é tudo que eles querem. Lembrem-se do Collor, o impeachment só ocorreu por denúncias provenientes de sua própria "cozinha". Por favor, entre um post e outro, batam na mesma tecla. A denúncia é grave, tem que ser difundida para o exterior.