sexta-feira, 23 de dezembro de 2011


Olhando para cima


De uma amiga recebi um e-mail retratando um falcão, um morcego e um zangão em situações parecidas.

O falcão havia sido colocado em um cercado de tela com o diâmetro de um metro quadrado onde, apesar da parte superior ser totalmente aberta, ele se tornara prisioneiro, simplesmente por estar acostumado a dar uma pequena corrida em terra antes de alçar vôo. Sem o espaço para sua corrida, permanecia prisioneiro de uma cela sem teto, sem ao menos tentar bater suas asas e voar.

O morcego, famoso por suas habilidades e agilidades no ar, acostumado a se lançar em vôo para baixo, quando colocado em um piso totalmente nivelado não consegue sair, andando de forma confusa, procurando alguma pequena elevação de onde possa se lançar ao vôo, sem sequer experimentar jogar-se para cima e bater suas asas.

O zangão colocado em um pote com a tampa aberta lá permanecerá até sua morte, totalmente destruído, por persistir na tentativa de sair pelas laterais próximas ao fundo, onde não há saída, jogando-se contra as paredes do vidro sem buscar a saída pelo alto

Existem pessoas que se comportam como o falcão, o morcego e o zangão, atirando-se contra obstáculos sem buscar outras possíveis saídas para seus problemas.

E mesmo quando nenhuma saída é encontrada, são incapazes de olhar para uma que sempre existiu, existe e existirá, aquela que está acima de tudo e de todos. Olhe para cima certamente a encontrará.

Imagino um pai, de qualquer raça, origem, posição social, financeira, cultura e educação. Ele é incapaz de impor a seu filho uma carga maior do que a que ele poderá suportar. Assim penso do meu, o mesmo de todos.

Depois de muitas outras já realizadas e comemorando a cura de um câncer, adquiri uma motocicleta nova, da marca e modelo sonhada durante anos e com amigos parti para uma nova viajem a um país vizinho.

Tudo estava perfeito, tranquilo, até que na volta, a poucos quilômetros de chegar ao Brasil, um bêbado estacionado com seu veículo às margens da rodovia resolveu fazer o contorno, exatamente no momento em que ia passar por ele.

A pancada nem cheguei a ver, ou se vi não me lembro, mas sei que metade do fígado foi perdido no impacto, fiquei doze dias em coma, passei por treze cirurgias num espaço de duzentos e oitenta dias e permaneci vinte e seis meses entre cama, cadeira der rodas, andador e muletas.

Em nenhum momento após estar lúcido, alguém me viu reclamar de algo, uma dor, nada. Não era necessário e de nada adiantaria, não poderiam me ajudar e eu já sabia que a batalha seria vencida, pois se aquilo me ocorria era porque tinha capacidade de suportar.

Era a resposta que dava a todos os amigos e amigas que me perguntavam sobre dores, como suportava sem nada reclamar ou estava sempre pronto para qualquer nova intervenção cirúrgica que os médicos julgassem necessária.

Esse é o motivo que me faz levar com tranquilidade todas as dificuldades colocadas em meu caminho. Sei que vencerei.

Apesar de haver perdido meu pai biológico ainda com doze anos, meu pai celestial, o de todos, sempre mostrou ter por nós um amor muito maior do que recebido pelos que possuem o seu na terra e se os terrenos querem bem aos filhos, imagine ÊLE.

Aprendi que sou capaz de superar todas as dificuldades, simplesmente olhando para cima. Lá, à distância de uma simples oração, está QUEM sabe que sou capaz.

João Bosco Leal www.joaoboscoleal.com.br

Recebido por e-mail.

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