OS CARISMÁTICOS CATÓLICOS COMEÇAM A DESCOBRIR A MEDIUNIDADE
José Reis Chaves
O “Jornal de Opinião” Nº 1094, de 31-5 a 6-6-2010, da Arquidiocese Metropolitana de Belo Horizonte, tem como destaque esta manchete: “Renovação Carismática – Um Movimento que Divide Opiniões”. A matéria “Renovação carismática: Fenômeno humano ou manifestação do Espírito?”, nas páginas 7,8 e 9.
O problema é antigo, pois as práticas pneumáticas (mediúnicas) foram ensinadas por Paulo a seus discípulos (1 Coríntios capítulos 12,13 e 14). As autoridades da Igreja trataram de eliminarem-nas, logo de início, porque os médiuns (profetas) tinham mais prestígio do que os padres nas comunidades cristãs. Mas com os carismáticos, elas ressurgiram no século 20 entre os evangélicos americanos e depois entre os católicos e evangélicos de vários países. Mas uma boa parte dos bispos e padres sempre os viu com um certo mal-estar e uma certa preocupação. Daí os freqüentes conflitos entre padres e eles. E a coisa se complica mais, quando se sabe que a Teologia Católica ensina que o Espírito Santo só inspira os bispos em concílios ecumênicos! O que os carismáticos chamam de Espírito Santo e que eles incorporariam (que presunção e ingenuidade!) é, na verdade, um espírito humano, que pode, inclusive, pelo seu atraso evolucional, ser até um espírito de trevas.
E vamos à matéria citada. Você, que tem costume de ler esta coluna, observará que o que diz o monsenhor José Luiz Gonzaga do Prado, professor de Teologia, de grego bíblico, hebraico e literatura paulina e joanina do Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP), confere, praticamente, com os meus pontos de vista. Ele afirma que estaria pecando, se numa paróquia que dirigiu, não vetasse a formação de um grupo de orações de carismáticos. Mas ele aprova os fenômenos de êxtases, revelações proféticas entre as primeiras comunidades cristãs, citando a Primeira Carta de Paulo aos Coríntios capítulos 12,13 e 14, e os fenômenos pneumáticos ocorridos com Montano, Maximila e Priscila, no ano de 156. Mencionando as curas e o transe coletivo das reuniões dos carismáticos, ele afirma que esses episódios são conhecidos há muito tempo nos terreiros de Umbanda e Candomblé. Os estudiosos de religiões sabem que os fenômenos que acontecem com as duas religiões são mediúnicos. Ele não citou os espíritas que são os mais numerosos e os mais conhecidos na prática da mediunidade. Essa atitude dele, talvez, seja para não assustar muito os carismáticos.
Com uma certa reserva, monsenhor José Luiz Gonzaga inclina-se para as teses materialistas, que não creem no contato com os espíritos, mas menos ainda no contato com o Espírito Santo. Ele narra o fato de uma pessoa, que participa de reunião dos carismáticos, ter ficado numa delas possuída pelo demônio. Por fim, o monsenhor, que é autor do livro “A Bíblia e suas Contradições, como Resolvê-las?”, fala o que eu tenho dito, ou seja, como explicar que a mesma causa produza efeitos tão diferentes? E pergunta: como atribuir isso ao Espírito Santo? Ademais, o que poucos carismáticos sabem é que a própria palavra carismático significa médium!
Como se vê, a tese dos católicos, protestantes e evangélicos de que eles se comunicam com o Espírito Santo e não com os espíritos, negando a mediunidade e o espiritismo, começa a desmoronar exatamente como aconteceu com a poderosa tese marxista, cujo fim aconteceu de dentro para fora!
Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Ficarei grato pela citação nelas de meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.
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