sábado, 5 de março de 2011


8 DE MARÇO: DIA DA MULHER! DIA DE MARIA AUGUSTA, PRIMEIRA MULHER CARNAVALESCA DAS ESCOLAS DE SAMBA!


(http://www.salgueiro.com.br/s2008/PE.asp?P=21) 1. Maria Augusta Rodrigues nasceu no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro. Ainda criança, mudou-se para São João da Barra, cidade do Norte Fluminense, onde viveu parte de sua infância e pôde conviver com as mais variadas manifestações folclóricas e culturais da região. Voltou para o Rio de Janeiro aos 9 anos, para morar com os avós, no Flamengo. Estudou no Colégio Bennet. Seu destino já estava traçado e foi parar na Academia Nacional de Belas Artes. Foi lá que Maria Augusta teve seu primeiro contato com o carnaval, por intermédio do professor Fernando Pamplona.

2. No final da década de 1960, Maria Augusta colaborou com diversos projetos de decoração de carnaval de ruas, avenidas e dos bailes do Theatro Municipal, feitos pelo professor Pamplona e por Arlindo Rodrigues, ambos também carnavalescos do Salgueiro. Esse período do foi de grande importância para sua carreira, pois foi com Arlindo Rodrigues que aprendeu a trabalhar com a gradação de cores e a fazer figurinos para escolas de samba. Fez parte da equipe de Fernando Pamplona que revolucionou o desfile das Escolas de Samba, no Salgueiro a partir de 1960.

3. Em 1971, já fazendo parte da equipe vitoriosa do Salgueiro, Maria Augusta sugeriu o enredo Festa para um Rei Negro (mais conhecido como Pega no Ganzê). O enredo saiu de sua tese de mestrado para a escola de Belas Artes. A dissertação baseava-se numa visita de príncipes africanos a Maurício de Nassau, na Recife do século XVII. Quando Maria Augusta mostrou o trabalho a Pamplona, ele não teve dúvida que ali estava ali um enredo sob medida para o Salgueiro. E estava certo, pois o Salgueiro ganhou o carnaval daquele ano.

4. No Salgueiro, assinou ainda outros dois enredos: em 1973 (Eneida, amor e fantasia) e 1974 (O Rei da França na Ilha da Assombração), ambos em parceria com Joãosinho Trinta. Paralelo ao trabalho no Salgueiro, Maria Augusta emprestava seu talento à União da Ilha do Governador, escola que ainda estava no grupo de acesso, em 1972 (A Festa da Cavalhada), 1973 (Y-Juca Pirama) e 1976 (Poemas de Máscaras e Sonhos). Assim como outros carnavalescos que beberam na fonte da Academia, Maria Augusta deixou o Salgueiro e levou seu talento para outras escolas, como Paraíso do Tuiuti (1980 - É a Sorte; 1982 -Alegria; e 1983 - Vamos falar de Amor) e Tradição (1985 - Pássaro Guerreiro, Xingu; e 1986 - Rei Senhor, Rei Zumbi, Rei Nagô). Mas foi na União da Ilha do Governador que a carnavalesca se consagrou. Com um estilo leve e carnavalesco que caracterizou a escola durante anos, Maria Augusta fez os inesquecíveis Domingo (1977) e O Amanhã (1978). O último trabalho de Maria Augusta como carnavalesca foi para a Beija-Flor de Nilópolis, em 1993, com o enredo Uni-duni-tê, a Beija-Flor escolheu você.

5. Santuza Cambraia Naves, analisando o livro de Nilton Santos, "A arte do efêmero: carnavalescos e mediação cultural no Rio de Janeiro". Outra questão importante abordada no livro refere-se ao papel inovador de Maria Augusta no universo das Escolas de Samba, no sentido de promover uma mudança radical na linguagem carnavalesca em meados dos anos 70, quando, ao trabalhar o carnaval da União da Ilha, tematiza Menotti del Picchia, em 1976, com o enredo “Poemas de máscaras em sonhos”; em 1977 toma “Domingo” como tema e, em 1978, “O amanhã”. Maria Augusta inovou ao fazer uso de cores e de materiais mais baratos, priorizando enredos baseados no cotidiano e abandonando as temáticas históricas.

Transcrito do Ex-Blog do César Maia edição especial de sábado (5/02/2011).


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