Aristóteles Drumond
A posição de relevo que Itamar Franco ocupa nas pesquisas feitas em Minas Gerais (fala-se até que, no Brasil, há trabalhos sobre ele, ainda não publicados nem registrados) faz por merecer uma análise e a busca de uma explicação. O fato que surpreende é o de que o ex-presidente da República e ex-governador de Minas não se apresenta como candidato. Tem apenas uma filiação partidária para ficar disponível ou “no banco de reservas”, para usar uma expressão sua em entrevista dada no Rio. Não é candidato, não tem esquema de mídia, está fora do poder há sete anos. Mesmo assim, é lembrado, e bem lembrado.
A explicação quanto a sua personalidade é natural. Itamar é político de reputação ilibada, foi bom senador por dois mandatos, teve boa aceitação como presidente da República. Como governador, infelizmente, não pôde deixar uma marca mais positiva pela surpreendente má vontade do presidente da República que o sucedeu e por sua escolha pessoal. Minas sofreu restrições de evidente inspiração política ao longo de seu mandato. Itamar tem ainda a marca do espírito público, da desambição, como demonstra ao defender ardorosamente a candidatura do governador Aécio Neves, no plano nacional, desde já. Mesmo sabendo que seu capital eleitoral o faria cortejado por qualquer candidato e seu próprio nome poderia ser ventilado. Mas não, fala o que sente, certamente sem consultar o beneficiário de seu apoio.
Quanto à força de seu nome, esta vem do fato justamente da sociedade estar ressentida com a classe política. E a lembrança de Itamar é a do presidente que afastou o amigo que sabia inocente de acusação desleal, para apenas chamá-lo de volta depois de tudo esclarecido. Não protegeu companheiros, embora seja bom amigo. Só não confunde amizade pessoal com interesse público e respeito ao povo.
A democracia e os meios de comunicação social fizeram com que métodos antigos de fazer política fossem efetivamente arquivados. Especialmente no que toca a pleitos majoritários.
O fenômeno de Itamar nas pesquisas e seu desprendimento ao marcar sua posição de que a candidatura Aécio atende não a interesses políticos localizados, mas os mais altos interesses nacionais, mostram que o povo, por vezes, vota mal. No entanto, sempre reconhece os que dignificam o voto e a carreira na política. Aliás, vale registrar que o Partido Progressista (PP) e o Trabalhista Brasileiro (PTB) já se manifestaram com tendência a apoiar o nome do governador de Minas. E são da chamada base aliada do governo Lula.
Minas vive um grande momento, inclusive pelos 20 anos de sua Constituição, feita por uma Assembléia Legislativa que se tornou respeitada pela qualidade de seus membros e presidentes. Isso desde José Augusto, José Santana, Pio Canedo e o atual Alberto Pinto Coelho, que dá dimensão nacional à Casa que preside.
Transcrito da página do Aristóteles Drumond:
Comento:
O artigo faz justiça ao melhor presidente, após a redemocratização plena do Brasil, que, mercê de suas posições firmes em defesa do interesse nacional, foi sabotado de todas as maneiras possíveis.
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