quarta-feira, 15 de dezembro de 2010


MEMÓRIA AFETIVA



Por Arlindo Montenegro

...quando a cumieira foi instalada, a roça já produzia o suficiente para o de comer e sobrava para ajudar um ou outro vizinho desprevenido, sem prejudicar o que se juntava durante a semana, para levar à feira dominical do povoado. A casa tinha as paredes lisas e brancas, pintadas de cal. O fogão de lenha estava pronto e as panelas de argila arrumadas numa prateleira baixa. Uma mesa grande, ladeada por dois bancos compridos e alguns menores, completava o mobiliário.

Aquele era o maior dos cômodos. Alí se preparavam e serviam as refeições e se trocavam as idéias. Seria também o lugar onde mais tarde os filhos aprenderiam as primeiras letras. O mundo se complicava e era preciso aprender mais coisas, estar mais informado para relacionar-se com as pessoas, para negociar e quem sabe até para viajar. Emfim a missão dos pais era entregar o bastão de uma vida melhorada para os filhos.

Geração após geração a vida se enriquecia, as comodidades aumentavam. Um dia, Américo arreou os burros, arrumou a carga de vasos e panelas de argila que Zefinha produzira com capricho, ergueu o caçuá com as pencas de banana, mangas docinhas e laranjas. No terceiro burro estavam os sacos com feijão, farinha de mandioca e beijús de côco. Quando chegou à feira, cumprimentando a todos que encontrava, soube da novidade: estorou a guerra!
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