terça-feira, 19 de março de 2013



RIO: RUA DA CARIOCA ÀS VÉSPERAS DE UM DESMONTE!

   
A. (Ex-Blog) Nessa semana a Câmara Municipal do Rio votará dois projetos de lei complementar polêmicos. Um deles autoriza desapropriar imóveis desocupados. Olho na área portuária. O outro, copiando o caput de um decreto da prefeitura anterior (para iludir os incautos), que tinha como foco estimular hotéis-charme, o amplia abusivamente e autoriza mudar a função e até a zona urbana de imóveis tombados e preservados. O foco aqui é o Corredor Cultural do Centro, SAGAS (Saúde, Gamboa e Santo Cristo), Santa Teresa, Santa Cruz, e assim por diante. O prefeito anterior –hoje vereador- para desmontar a cínica justificativa, propôs um substitutivo: sai a lei e entra o decreto anterior.

B. (Estado de SP, 18) 1. A Rua da Carioca foi aberta em 1698 e chamava-se inicialmente Egito, provavelmente por se localizar próxima de um oratório que lembrava a fuga de Jesus, Maria e José para o Egito. Inicialmente, como apresentava do seu lado esquerdo uma propriedade de padres franciscanos, só teve o lado direito ocupado. Em meados do século 18 tornou-se Rua do Piolho, em homenagem a um morador e só recebeu a atual denominação, em referência ao Largo da Carioca, em 1848.
  
2. Aluguel em alta ameaça lojas na Rua da Carioca. Conjunto do século 19 foi vendido pelos franciscanos para a gestora Opportunity. As transformações urbanísticas no centro do Rio já provocam uma valorização imobiliária no local e começam a afetar quem, há décadas, ocupa a região. Na Rua da Carioca, comerciantes de pontos tradicionais temem que a escalada dos aluguéis obrigue lojas centenárias a fecharem as portas. Essa ameaça atinge locais como o Bar Luiz, reduto de intelectuais, autoridades e turistas desde 1927, a Vesúvio, especializada em guarda-chuvas e barracas de praia, que leva a alcunha de “príncipe das sombrinhas”, e a Guitarra de Prata, que vende instrumentos musicais há 126 anos e por onde já passaram Noel Rosa, Pixinguinha e Baden Powell.
   
3. As lojas fazem parte de um conjunto arquitetônico característico do século 19, quando a arquitetura colonial dos casarões da Carioca perdia espaço para as referências do estilo art déco parisiense. O conjunto, formado por 19 casarões tombados pelo Inepac e pelo Iphan foi adquirido pela gestora Opportunity no ano passado. Os imóveis, então pertencentes à Venerável Ordem Terceira de São Francisco, foram vendidos em um lote único de R$ 54 milhões para saldar dívidas da instituição. Os lojistas reclamam que a ordem religiosa não teria dado o direito de preferência aos comerciantes inquilinos para aquisição dos casarões, pois para exercer o direito de compra seria necessário adquirir o lote todo.
    
4. De acordo com o presidente da Sociedade Amigos da Rua da Carioca e Adjacências (Sarca), Roberto Cury, o aumento médio dos aluguéis em mais de 50% inviabiliza a permanência dos atuais comerciantes na área. “Estão querendo expulsar os lojistas. A verdade é que estão querendo acabar com o que resta do centro histórico do Rio, o que é lamentável.” Cury relata que uma das lojas teve de fechar as portas porque os inquilinos não concordaram com o aumento de 330% no aluguel.
   
5. A Rua da Assembleia, no século 18, chamava-se Rua da Cadeia, por causa da localização da Cadeia Velha, onde hoje fica o Palácio Tiradentes. No século seguinte, passou a ser Rua da Assembleia, uma vez que no Palácio onde hoje é a Alerj funcionava a Câmara de Deputados do Império. Foi pela Rua da Assembleia que, em 21 de abril de 1792, o Tiradentes, que estava preso na Cadeia Velha, caminhou na direção da forca instalada no Largo da Lampadosa.
   
6. Na Rua da Assembleia, o risco é de verticalização.  Próxima da Rua da Carioca, a tradicional Rua da Assembleia, onde se situa o Palácio Tiradentes, atual sede da Alerj, também entrou na mira das empreiteiras. Os prédios de números 81, 83, 85 e 87, em estilo colonial, foram recentemente adquiridos pela Even, que pretende construir um moderno edifício comercial no local. No térreo do prédio 81, funciona desde 1941 o Restaurante Columbia, cuja especialidade são peixes e frutos do mar.  Edson Monteiro, sócio do estabelecimento desde 1992, não revelou o valor da transação com a Even, mas disse que o estabelecimento vai fechar as portas no dia 30 de maio. No edifício 87, uma loja de roupas (cujo letreiro está coberto com uma lona preta) anuncia em sua vitrine liquidação de até 60%. E no prédio 83 ainda funciona uma livraria. 


Transcrito do Ex-Blog do César Maia de 19 de março.



 

Um comentário:

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