quarta-feira, 22 de agosto de 2012


 
PRECAUÇÕES IMPORTANTES
 
Prof. Marcos Coimbra*
 
         Os senhores da guerra invadiram o Iraque, a Líbia e o Afeganistão, a pretexto de combate ao terrorismo internacional e razões humanitárias. Quanto a este último, a verdadeira razão reside na estratégica posição daquele país, para construção de oleoduto com o objetivo de transportar petróleo do coração da Ásia para o porto adequado. Depois, foi a vez do Iraque. Com a desculpa de que Saddam Hussein teria armas de destruição em massa, foi concretizado o massacre do perigoso país ameaçador. Milhares de mortos, feridos e prisioneiros, sem direito à defesa.
As causas de fato foram: a) a conversão das reservas iraquianas de dólar para euro; b) a posse de uma das maiores reservas mundiais petrolíferas; c) a posse de imensas reservas de água, valiosas em especial em uma região desértica; d) a oportunidade de reconstrução daquilo que foi destruído, ao custo de centenas de bilhões de dólares, a serem entregues a empresas ligadas à atual administração, generosas financiadoras de campanhas eleitorais nos EUA e em outros países. A seguir, a Líbia. E, agora, estão sôfregos para atacar a Síria. Estes dois últimos países por motivação estratégica.
         São os modernos corsários, possuidores de licença para matar. A Economia norte-americana continua em crise. O desemprego ultrapassa 8% da população economicamente ativa. Sucessivos déficits acendem as luzes vermelhas no painel de controle dos analistas do mercado financeiro mundial. Os EUA importam praticamente tudo dos outros países. São autossuficientes na produção bélica e de alimentos. Exportam tecnologia de ponta para o resto do mundo e possuem o poder real de destruir qualquer nação que não se submeta a seus interesses. Justificativas não faltam.
         Está prevista uma recuperação da sua atividade econômica,  a partir do domínio e venda dos recursos naturais dos países dominados, a exemplo do Iraque. A perspectiva da verdadeira independência do seu povo é cada vez mais remota. O controle é mesmo dos "falcões-galinha" do Pentágono que, como sempre, passaram a administração a um governo de "fantoches", dominados por eles, a exemplo de outros países.
         A dúvida agora é sobre qual será o país da vez, a ser "libertado" pelos "rambos"  modernos. A pista pode estar na referência ao denominado "eixo do mal", constituído por Irã, Coréia do Norte e Cuba. Se as razões fossem as proclamadas, o país premiado deveria ser Cuba, pela proximidade, ou a Coréia do Norte, pelo perigo concreto. Mas, como são, na realidade, econômicas, o agraciado deverá ser o Irã, por possuir petróleo abundante e por não possuir ainda artefatos nucleares operacionais. A desculpa deverá ser, mais uma vez, impedir que aquele país tenha acesso à tecnologia nuclear. A ONU está desmoralizada e, caso desapareça, ninguém sentirá falta. A lei é a do mais forte. Manda quem pode. Obedece quem tem juízo.
         Mas fica uma preocupação para nós, brasileiros. Olhando o mundo, existem poucos outros países, indefesos, capazes de despertar a cobiça altruísta de libertação nos senhores da guerra. A abundância de recursos naturais, da água ao titânio, passando agora pelo petróleo, sua extensão territorial e a fragilidade de nossas Forças Armadas configuram um quadro preocupante. De fato, há um plano arquitetado pelos "donos do mundo" de enfraquecer as Forças Armadas dos países emergentes, sufocando-as não só operacionalmente, como também financeira e economicamente.
Além disto, é proibido o acesso à moderna tecnologia bélica, seja no tocante a engenhos nucleares, seja na área espacial. O trágico episódio da explosão do terceiro VLS brasileiro, com a perda de vinte e um mártires, exige das autoridades responsáveis uma profunda reflexão. Até jatos supersônicos são proibidos. Fabricação de mísseis, nem pensar. Até a proibição da comercialização de armas e munições queriam impor ao povo brasileiro. As empresas nacionais seriam expulsas do mercado e o Brasil ficaria dependente até da importação de um cartucho de 22.
Desta forma, fica mais fácil intimidar e, se for o caso, ocupar militarmente as nações desobedientes. Contudo, na maior parte dos casos, isto não é necessário, pois as próprias forças políticas locais elegem administrações representantes dos interesses deles, dóceis ao seu comando. De modo hábil, vão transferindo recursos para o exterior e permitindo a ocupação pacífica dos seus respectivos territórios, bem como a exploração de seus recursos.
É urgente a elaboração de um Plano Nacional de Defesa, contemplando a reativação de nossa indústria bélica, com significativo investimento em pesquisa e na formação de recursos humanos significativos em quantidade e qualidade, de forma a aumentar nosso grau de independência tecnológica, de acordo com a estatura político-estratégica do Brasil. Também é importante aproveitar a experiência de outros países, em especial de Israel e Suíça, no tocante ao adestramento de seus cidadãos, tornando-os verdadeiros soldados, aptos a combater a qualquer momento qualquer agressão. Para isto, cada cidadão possui um fuzil de assalto e farta munição, sendo periodicamente treinado para defesa da pátria. Aperfeiçoar os Planos de Logística e Mobilização para prevenir dissabores futuros. É preciso também cautela nas alianças feitas, para não sermos caudatários de outras nações e sim protagonistas principais do processo.
Esta terra tem dono! Vamos defendê-la!
 
*Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br
Página: www.brasilsoberano.com.br (Artigo de 21.8.12 – MM).
 
* Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.
 
Recebido por e-mail.

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