PRECAUÇÕES
IMPORTANTES
Prof. Marcos Coimbra*
Os senhores da guerra invadiram o
Iraque, a Líbia e o Afeganistão, a pretexto de combate ao terrorismo
internacional e razões humanitárias. Quanto a este último, a verdadeira razão
reside na estratégica posição daquele país, para construção de oleoduto com o
objetivo de transportar petróleo do coração da Ásia para o porto adequado.
Depois, foi a vez do Iraque. Com a desculpa de que Saddam Hussein teria armas de
destruição em massa, foi concretizado o massacre do perigoso país ameaçador.
Milhares de mortos, feridos e prisioneiros, sem direito à defesa.
As causas de fato foram: a)
a conversão das reservas iraquianas de dólar para euro; b) a posse de uma das
maiores reservas mundiais petrolíferas; c) a posse de imensas reservas de água,
valiosas em especial em uma região desértica; d) a oportunidade de reconstrução
daquilo que foi destruído, ao custo de centenas de bilhões de dólares, a serem
entregues a empresas ligadas à atual administração, generosas financiadoras de
campanhas eleitorais nos EUA e em outros países. A seguir, a Líbia. E, agora,
estão sôfregos para atacar a Síria. Estes dois últimos países por motivação
estratégica.
São os modernos corsários,
possuidores de licença para matar. A Economia norte-americana continua em crise.
O desemprego ultrapassa 8% da população economicamente ativa. Sucessivos
déficits acendem as luzes vermelhas no painel de controle dos analistas do
mercado financeiro mundial. Os EUA importam praticamente tudo dos outros países.
São autossuficientes na produção bélica e de alimentos. Exportam tecnologia de
ponta para o resto do mundo e possuem o poder real de destruir qualquer nação
que não se submeta a seus interesses. Justificativas não
faltam.
Está prevista uma recuperação da sua
atividade econômica, a partir do domínio e venda dos recursos
naturais dos países dominados, a exemplo do Iraque. A perspectiva da verdadeira
independência do seu povo é cada vez mais remota. O controle é mesmo dos
"falcões-galinha" do Pentágono que, como sempre, passaram a administração a um
governo de "fantoches", dominados por eles, a exemplo de outros
países.
A dúvida agora é sobre qual será o
país da vez, a ser "libertado" pelos "rambos" modernos. A pista pode estar na
referência ao denominado "eixo do mal", constituído por Irã, Coréia do Norte e
Cuba. Se as razões fossem as proclamadas, o país premiado deveria ser Cuba, pela
proximidade, ou a Coréia do Norte, pelo perigo concreto. Mas, como são, na
realidade, econômicas, o agraciado deverá ser o Irã, por possuir petróleo
abundante e por não possuir ainda artefatos nucleares operacionais. A desculpa
deverá ser, mais uma vez, impedir que aquele país tenha acesso à tecnologia
nuclear. A ONU está desmoralizada e, caso desapareça, ninguém sentirá falta. A
lei é a do mais forte. Manda quem pode. Obedece quem tem
juízo.
Mas fica uma preocupação para nós,
brasileiros. Olhando o mundo, existem poucos outros países, indefesos, capazes
de despertar a cobiça altruísta de libertação nos senhores da guerra. A
abundância de recursos naturais, da água ao titânio, passando agora pelo
petróleo, sua extensão territorial e a fragilidade de nossas Forças Armadas
configuram um quadro preocupante. De fato, há um plano arquitetado pelos "donos
do mundo" de enfraquecer as Forças Armadas dos países emergentes, sufocando-as
não só operacionalmente, como também financeira e
economicamente.
Além disto, é proibido o
acesso à moderna tecnologia bélica, seja no tocante a engenhos nucleares, seja
na área espacial. O trágico episódio da explosão do terceiro VLS brasileiro, com
a perda de vinte e um mártires, exige das autoridades responsáveis uma profunda
reflexão. Até jatos supersônicos são proibidos. Fabricação de mísseis, nem
pensar. Até a proibição da comercialização de armas e munições queriam impor ao
povo brasileiro. As empresas nacionais seriam expulsas do mercado e o Brasil
ficaria dependente até da importação de um cartucho de 22.
Desta forma, fica mais
fácil intimidar e, se for o caso, ocupar militarmente as nações desobedientes.
Contudo, na maior parte dos casos, isto não é necessário, pois as próprias
forças políticas locais elegem administrações representantes dos interesses
deles, dóceis ao seu comando. De modo hábil, vão transferindo recursos para o
exterior e permitindo a ocupação pacífica dos seus respectivos territórios, bem
como a exploração de seus recursos.
É urgente a elaboração de
um Plano Nacional de Defesa, contemplando a reativação de nossa indústria
bélica, com significativo investimento em pesquisa e na formação de recursos
humanos significativos em quantidade e qualidade, de forma a aumentar nosso grau
de independência tecnológica, de acordo com a estatura político-estratégica do
Brasil. Também é importante aproveitar a experiência de outros países, em
especial de Israel e Suíça, no tocante ao adestramento de seus cidadãos,
tornando-os verdadeiros soldados, aptos a combater a qualquer momento qualquer
agressão. Para isto, cada cidadão possui um fuzil de assalto e farta munição,
sendo periodicamente treinado para defesa da pátria. Aperfeiçoar os Planos de
Logística e Mobilização para prevenir dissabores futuros. É preciso também
cautela nas alianças feitas, para não sermos caudatários de outras nações e sim
protagonistas principais do processo.
Esta terra tem dono! Vamos
defendê-la!
*Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br
Página: www.brasilsoberano.com.br (Artigo de 21.8.12 –
MM).
* Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da
Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de Economia e Autor do
livro Brasil Soberano.
Recebido por e-mail.
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